Ipsos-Ipec: Melhora a avaliação do governo, apesar de maioria relativa ainda considerá-la negativa

MILENA OLIVEIRA
12/09/2025 12h02 - Atualizado há 5 horas

Ipsos-Ipec: Melhora a avaliação do governo, apesar de maioria relativa ainda considerá-la negativa
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São Paulo, setembro de 2025 – A mais recente pesquisa realizada pela Ipsos-Ipec sobre a avaliação do Governo Federal, realizada entre 4 e 8 de setembro, aponta uma melhora na avaliação positiva (ótima ou boa), embora a medida negativa (ruim ou péssima) ainda prevaleça entre os brasileiros.

 

AVALIAÇÃO DO GOVERNO FEDERAL

A avaliação negativa (ruim ou péssima) recua 5 pontos percentuais (p.p.), atingindo 38% neste levantamento, ante 43% no estudo divulgado em junho. A avaliação positiva (ótima ou boa) avança na mesma proporção, passando de 25% no estudo passado para 30% agora, em setembro. A percepção regular oscila de 29% para 31% atualmente.

 

Em setembro, a avaliação positiva da administração do presidente Lula é mais acentuada entre:

  • quem declara ter votado em Lula em 2022 (61%);
  • moradores da região Nordeste (46%);
  • os menos escolarizados (40%);
  • quem tem renda familiar de até 1 salário mínimo (37%) e,
  • os católicos (37%).


Ademais, a avaliação ótima/boa é maior em municípios com até 50 mil habitantes (35%) se comparado com os municípios com mais de 50 a 500 mil habitantes (26%) e entre quem tem de 45 a 59 anos (35%), ante quem tem entre 25 e 34 anos (25%).

A avaliação negativa é mais expressiva entre:

  • quem declara ter votado em Jair Bolsonaro na eleição de 2022 (67%);
  • moradores da região Sul (52%),
  • aqueles que têm renda mensal familiar superior a 5 salário mínimos (48%);
  • quem possui renda mensal familiar de mais de 2 a 5 salário mínimos (45%);
  • os evangélicos (46%) e,
  • quem se autodeclara branco (44%).

Ainda, nessa rodada, a avaliação ruim/péssima é maior entre os mais instruídos (44%) do que entre os menos escolarizados (27%).

Em relação aos resultados divulgados em junho, nota-se que a avaliação positiva registra crescimento mais significativo entre quem declara ter votado em Lula na eleição de 2022, variando de 53% para 61% agora em setembro e, entre moradores da região Nordeste, onde passa de 38% para 46%, no mesmo período.

Contudo, nota-se que a avaliação negativa cai, sobretudo, entre quem declara ter votado em Jair Bolsonaro na eleição de 2022, visto que vai de 75% para 67%; entre os homens (de 48% em junho para 41% em setembro) e entre os que vivem na região Norte/Centro-Oeste, onde passa de 50% para 39% na pesquisa atual.

“Os números de setembro indicam um respiro importante para o governo, revertendo a tendência de alta da avaliação negativa que marcou o primeiro semestre. A recuperação de cinco pontos na medida positiva é estatisticamente relevante e sugere que a percepção negativa pode ter atingido seu pico em junho.”, diz Márcia Cavallari, diretora da Ipsos-Ipec.

 

APROVAÇÃO DA FORMA COMO O PRESIDENTE ADMINISTRA O PAÍS

A maneira como o Presidente Lula está governando o Brasil segue sendo desaprovada, ainda que a pesquisa indique uma alta no percentual de aprovação. A aprovação à maneira do presidente Lula governar o país cresce cinco pontos percentuais desde a última medição em junho, passando de 39% para 44%. No mesmo período, a desaprovação recua de 55% para 51%.

Considerando os brasileiros que avaliam a gestão de Lula como regular, novamente 47% deles aprovam a forma como vem governando o Brasil, ao passo que 42% desaprovam e 11% preferem não opinar a respeito.

Na pesquisa atual, a aprovação da forma como o Presidente Lula vem administrando o país é mais significativa entre:

  • quem avalia positivamente sua gestão (95%);
  • quem declara ter votado em Lula na eleição de 2022 (81%);
  • moradores da região Nordeste (63%);
  • os que têm o ensino fundamental (56%);
  • os que possuem renda familiar mensal de até 1 salário mínimo (54%) e,
  • os católicos (51%) .


Além disso, aprovação se sobressai entre quem tem 60 anos ou mais (51%), em comparação aos que têm de 35 a 44 anos (40%), entre os que vivem em municípios com até 50 mil habitantes (48%), em relação àqueles com mais de 50 a 500 mil habitantes (39%) e entre quem se autodeclara como preto ou pardo (47%), ante aos brancos (39%).

Enquanto isso, a desaprovação é mais forte entre:

  • quem avalia negativamente a administração de Lula (97%);
  • quem afirma ter votado em Jair Bolsonaro na eleição de 2022 (85%);
  • moradores da região Sul (65%);
  • aqueles com renda mensal familiar superior a 5 salários mínimos (63%);
  • os que declaram renda mensal familiar de mais de 2 a 5 salário mínimos (60%) ;
  • quem declara ter votado em branco/nulo na eleição de 2022 (63%);
  • os evangélicos (63%) e,
  • quem tem ensino médio (58%);


Ainda, a desaprovação é significativamente maior entre quem tem o ensino superior (57%), assim como o médio, na comparação com os menos instruídos (38%) e entre os que se autodeclaram brancos (56%), em relação aos pretos ou pardos (47%).

Em comparação com os resultados divulgados em junho, observa-se que a aprovação da forma de governar do presidente aumenta de forma mais expressiva entre quem declara ter votado em Lula na eleição de 2022, passando de 74% para 81% agora em setembro; entre os moradores da região Nordeste, onde avança de 54% para 63% e entre quem não tem religião ou segue outra que não a católica ou evangélica, variando de 35% para 47%.

Em contrapartida, a desaprovação recua de 22% em junho para 15% nessa nova rodada entre quem declara ter votado em Lula no pleito passado.

“O governo recupera fôlego ao reverter a queda nos índices de aprovação, mas esse movimento é observado na sua base mais fiel. O maior desafio é conseguir atrair outros segmentos da população.”, pondera Márcia Cavallari.

 

CONFIANÇA NO PRESIDENTE

A confiança no presidente Lula também apresenta leve melhora no período entre as divulgações. Hoje, somam 41% os brasileiros que dizem confiar no chefe do Executivo, eram 37% no levantamento anterior.

Já a parcela da população que afirma não confiar no presidente Lula oscila de 58% para 56%. Os que preferem não opinar sobre o assunto passam de 4% em junho para 3% agora em setembro.

Nesse levantamento, a confiança no Presidente Lula é destaque entre:

  • quem avalia positivamente sua gestão (93%);
  • quem declara ter votado em Lula em 2022 (79%);
  • moradores da região Nordeste (60%);
  • os que têm o ensino fundamental (54%);
  • aqueles com renda familiar mensal de até 1 salário mínimo (51%),
  • católicos (47%);


Além disso, a confiança é maior entre quem mora em municípios com até 50 mil habitantes (45%) se comparado com os municípios com mais de 50 a 500 mil habitantes (37%) e quem se autodeclara preto ou pardo (44%), na comparação com brancos (36%).

Já aqueles que não confiam no presidente se sobressaem entre:

  • os que avaliam negativamente a sua administração (97%);
  • quem votou em Jair Bolsonaro na eleição de 2022 (88%);
  • aqueles que declaram ter votado em branco ou nulo na eleição de 2022 (77%);
  • quem tem renda mensal familiar superior a 5 salários mínimos (71%);
  • evangélicos (69%);
  • moradores da região Sul (67%);
  • aqueles com renda familiar de mais de 2 a 5 salários mínimos (63%) e,
  • os que possuem ensino médio (63%).


Ainda, a desconfiança é mais expressiva entre pessoas com 25 a 34 anos (58%) e 35 a 44 anos (59%), em relação aos que têm 60 anos ou mais (47%); entre quem vive em cidades com mais de 50 a 500 mil habitantes (60%), ante aqueles que moram em cidades com até 50 mil habitantes (51%) e entre brancos (60%) versus pretos e pardos (53%).

Não há movimentação estatisticamente significativa em relação à confiança no presidente Lula na comparação com os dados divulgados em junho.
 

“A confiança é um indicador mais difícil de ser reconstruído do que a aprovação. A leve melhora não altera o cenário principal, já que uma maioria consolidada de 56% dos brasileiros não confia no presidente, uma barreira que o governo ainda não conseguiu transpor”, analisa Cavallari.

 

PERCEPÇÃO SOBRE O GOVERNO FEDERAL

Ainda a sensação de que o governo Lula está pior do que imaginava predomine, a medida registra queda significativa em relação ao levantamento anterior. Atualmente, somam 44% os brasileiros que acreditam que o governo está pior do que esperavam (eram 50% em junho), enquanto aqueles que consideram que está igual oscilam de 28% para 30% agora em setembro.

Já a parcela de entrevistados que afirma que o governo está melhor vai de 20% para 24% nesse estudo. Para 16% dos que declaram ter votado em Lula no 2º turno o governo está pior do que esperavam.

“Embora as expectativas em relação ao governo ainda sejam desfavoráveis, há sinais de melhora com a reversão da curva de frustração. Ainda assim, esse sentimento de decepção continua sendo predominante.”, conclui a diretora da Ipsos-Ipec.

 

Ficha técnica

Período de campo: a pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 8 de setembro de 2025.

Abordagem: pesquisa presencial.

Tamanho da amostra: foram entrevistados 2.000 eleitores em 132 municípios.

Margem de erro: a margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.

Nível de confiança: o nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento.

Solicitante: estudo realizado pela Ipsos-Ipec em sua pesquisa Omnibus (BUS) mensal.

 

Sobre a Ipsos

A Ipsos é uma empresa de pesquisa de mercado independente, presente em 90 mercados. A companhia, que tem globalmente mais de 6.000 clientes e 20.000 colaboradores, entrega dados e análises sobre pessoas, mercados, marcas e sociedades para facilitar a tomada de decisão das empresas e das organizações. Maior empresa de pesquisa eleitoral do mundo, a Ipsos atua ainda nas áreas de marketing, comunicação, mídia, customer experience, engajamento de colaboradores e opinião pública. Os pesquisadores da Ipsos avaliam o potencial do mercado e interpretam as tendências. Desenvolvem e constroem marcas, ajudam os clientes a construírem relacionamento de longo prazo com seus parceiros, testam publicidade e medem a opinião pública ao redor do mundo.


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MILENA OLIVEIRA CRUZ
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