Grupo Mulheres do Brasil
Criado por Luiza Helena Trajano, o movimento promove eventos s para acelerar lideranças e ampliar a equidade racial no país
TAíS LOPES
09/09/2025 14h58 - Atualizado há 4 horas
Divulgação
Em setembro, o Grupo Mulheres do Brasil, fundado em 2013 por Luiza Helena Trajano ao lado de empresárias como Sonia Hess e Chieko Aoki, promove dois eventos estratégicos para ampliar o impacto da equidade racial e de gênero no país. No dia 13 de setembro, o III Fórum Desafios da Diversidade em Saúde reunirá cerca de 450 profissionais no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para discutir desigualdades raciais no setor. Já nos dias 26, 27 e 28 de setembro, acontece a 16ª edição da Aceleradora de Carreiras, em formato híbrido, com alcance nacional e internacional. Criado com a missão de pensar soluções para o Brasil a partir do olhar feminino, o Grupo se estruturou com a visão de fortalecer iniciativas já existentes. Esse pragmatismo permitiu ao movimento expandir-se para 120 mil mulheres organizadas em 21 comitês e 156 núcleos, presentes em todas as regiões do país e em diferentes continentes. “Sempre acreditamos que diversidade exige ação. Se queremos um Brasil melhor, precisamos transformar discurso em prática, com intencionalidade e recursos”, afirma Luiza Helena Trajano, fundadora do Grupo. Entre as iniciativas de maior destaque está a Aceleradora de Carreiras, liderada por Eliane Leite e Elizabete Scheibmayr, no Comitê de Igualdade Racial. O programa já acelerou a trajetória de 2.047 mulheres negras: 58% conquistaram ascensão profissional após a participação, muitas assumindo cargos de coordenação, gerência e diretoria. “Aceleramos mulheres para que ocupem espaços de decisão. A equidade racial precisa deixar de ser promessa e se tornar realidade concreta dentro das organizações”, reforça Eliane Leite, líder do Comitê. O comitê também coordena o Programa Impulsionadora de Carreiras, que já beneficiou mais de 800 jovens negras entre 16 e 23 anos, oferecendo orientação profissional e acesso a mentoras de referência. Em paralelo, a agenda do grupo tem influenciado políticas públicas, ampliado debates sobre saúde e diversidade e dado visibilidade a profissionais negros em setores historicamente elitizados. Fórum Desafios da Diversidade em Saúde O Fórum, em sua terceira edição, coloca em evidência os desafios enfrentados por médicas, médicos, enfermeiros e gestores negros. Doenças como anemia falciforme, hipertensão e miomas, que afetam com maior incidência a população negra, ainda recebem pouca atenção na formação médica. Além disso, a pandemia de Covid-19 escancarou desigualdades, com taxas de mortalidade mais altas entre pessoas negras. As duas edições anteriores já mostraram resultados concretos: formação de uma rede de médicas/os negras/os, criação de espaços de troca e a sensibilização de hospitais públicos para a necessidade de contratar mais profissionais negros. ESG, ODS e força coletiva A atuação do Grupo conecta-se diretamente às estratégias de ESG e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 5 e 10) da ONU. No eixo S – Social, promove inclusão e redução das desigualdades. No eixo G – Governança, amplia a diversidade nas lideranças. Com 2.800 associadas apenas no Comitê de Igualdade Racial e 800 mentores de carreira, o movimento se tornou referência em impacto coletivo e inovação social.
O impacto do Comitê de Igualdade Racial não se limita ao mundo corporativo. A atuação se estende à educação, com programas de formação para jovens negras; à cultura, valorizando a produção e a memória afro-brasileira; à saúde, ao incidir sobre desigualdades no acesso a diagnósticos e tratamentos; e às políticas públicas, ao reforçar a importância da representatividade em todas as esferas sociais.
Com 12 anos de trajetória, o Grupo Mulheres do Brasil se consolida como agente global de mudança. O desafio agora é expandir ainda mais a presença de mulheres negras em posições de decisão, fortalecer parcerias estratégicas e inspirar empresas a transformar discurso em prática.
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TAÍS LOPES RAIDER
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FONTE: Taís Lopes
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