"Anti-woke": Discurso contra políticas de inclusão avança e impacta ações de diversidade em empresas

Instituto Jô Clemente (IJC) alerta para retrocessos na empregabilidade de pessoas com deficiência e defende compromisso coletivo com a inclusão

SARAH ABRãO
08/09/2025 09h18 - Atualizado há 13 horas

"Anti-woke": Discurso contra políticas de inclusão avança e impacta ações de diversidade em empresas
Foto: Divulgação

Um estudo da consultoria TeamHub publicado em fevereiro de 2025 revela que cerca de 51% das empresas brasileiras já modificaram suas ações de diversidade por causa do movimento anti-woke. Este avanço de um discurso que questiona a legitimidade de políticas de inclusão preocupa Organizações que atuam na defesa dos direitos humanos.

O termo woke, que significa estar atento às injustiças sociais, passou a ser usado de forma pejorativa para criticar ações afirmativas e outras iniciativas voltadas à diversidade. Esse discurso tem provocado reações políticas e empresariais que afetam projetos sociais e políticas públicas.

Para transformar essa realidade, o Instituto Jô Clemente (IJC), Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos que promove saúde, qualidade de vida e inclusão para pessoas com Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Doenças Raras, referência há mais de seis décadas na inclusão de pessoas com deficiência, possui iniciativas de Inclusão Profissional de pessoas com deficiência, promovendo a capacitação de líderes e equipes, acompanhamento da pessoa com deficiência incluída no ambiente de trabalho e articulação com empresas, que têm possibilitado o ingresso de mais de 5 mil pessoas no mercado de trabalho nos últimos 12 anos, com taxa de retenção de 93%.

“Minimizar a importância da Inclusão Profissional ameaça conquistas fundamentais daspessoas com deficiência.. Incluir essas pessoas no mercado de trabalho não é um favor, mas um direito que deve ser cumprido. Quando setores da sociedade tratam ações inclusivas como exagero ideológico, estão ignorando décadas de desigualdade estrutural e invisibilizando o trabalho realizado por Organizações Sociais em todo o país”, afirma Flavio Gonzalez, coordenador de Inclusão Social do IJC.

No cenário global, cresce a preocupação com retrocessos em leis, práticas empresariais e investimentos voltados à inclusão, que podem ter consequências graves, especialmente para grupos que dependem do apoio de redes de proteção social e programas específicos para exercer sua cidadania plena.

“O Terceiro Setor tem um papel fundamental na promoção da equidade, mas não pode atuar sozinho. É preciso que empresas, governos e a sociedade civil se comprometam com a inclusão como valor coletivo. Rejeitar esse compromisso é retroagir no desenvolvimento humano e social”, completa Flavio.


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SARAH ABRÃO CARDOSO
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