Do lixão à empresária de sucesso: a história de Cristiane, que superou dificuldades e hoje comanda grupo com mais de 6 empresas
ROBERTA LEMOS
03/09/2025 15h23 - Atualizado há 1 dia
Divulgação
Nascida em 13 de julho de 1983, em uma família jovem e com dificuldades financeiras, Cristiane dos Santos Silva carrega uma trajetória marcada por luta, resiliência e fé. Aos cinco anos, foi morar com os pais na Vila dos Criadores, conhecida como o lixão da Alemoa, em Santos (SP), divisa com Cubatão. O local, na época sem água encanada ou energia elétrica, foi a casa da família por anos — e onde Cristiane aprenderia, cedo, o valor da esperança. “Eu lembro que, quando cheguei lá, os mosquitos me atacaram tanto que precisei ir ao hospital. Depois eu brinco dizendo que fiz um acordo com eles: nós dois precisávamos habitar aquele lugar”, recorda com humor. Foi nesse cenário que, aos 12 anos, ela conheceu Deive Thony que se tornaria seu grande amor e futuro sócio. O lixão, que representava sofrimento, também foi fonte de sustento: dali vinham alimentos descartados por supermercados, que para as crianças eram motivo de festa. “Danone, leite condensado, tudo aquilo que não tínhamos acesso, chegava ali”, conta. Em 1998, a família foi contemplada com um apartamento do CDHU no Ilhéu Alto. Enquanto muitos voltaram para a favela, Cristiane enxergou naquela conquista a chance de mudar de vida. E foi nos livros que encontrou o caminho. Incentivada pela mãe a estudar para não repetir sua trajetória como diarista, Cristiane se destacou: “Ela dizia que eu era diferente, que ninguém na família gostava de estudar, mas eu amava aprender”. Aos 17 anos, casou-se com Deive Thony, que enfrentou uma grave tuberculose no início do casamento. Sem poder contar com a renda do marido, Cristiane se virou como manicure, vendedora e em trabalhos temporários. Nunca abandonou, porém, o sonho da faculdade. Com bolsas de estudo, cursinhos comunitários e jornadas de trabalho exaustivas, conseguiu concluir o curso técnico em Contabilidade e, mais tarde, se formar com bolsa do ProUni. Chegou a trabalhar em escritórios e grandes empresas, mas a inquietação diante de práticas que não concordava a levou ao empreendedorismo. “Eu sempre vi no estudo uma porta de saída para a realidade que eu vivia. E quando percebi que podia trilhar meu próprio caminho, decidi abrir meu escritório”, diz. Em 2014, nasceu o escritório fundado por ela e Deive, que no início tinha apenas dois clientes. Para se manter de pé, contou com o apoio financeiro do marido, músico profissional. A virada veio durante a pandemia, quando David passou a se dedicar mais intensamente ao negócio. Hoje, a jovem que cresceu no lixão é fundadora do Grupo Krys, que reúne mais de sete empresas em diferentes áreas. “O que começou como um pequeno escritório virou um grupo sólido. E eu sei que é só o começo”, afirma. “Comecei com uma empresa de contabilidade de uma pessoa. Hoje temos mais de 25 funcionários, e além da contabilidade temos uma administradora de condomínios, um grupo de negócios com mais de 300 membros, um hub de marketing, uma empresa de contabilidade digital, parceira em empresa portuária e mais recentemente uma fintech especializada em atender condomínios”, declara. Da infância marcada por privações ao comando de um conglomerado, Cristiane resume sua trajetória com fé e gratidão: “Eu só tenho a agradecer a Deus por tudo. Saí do lixão e me tornei empresária. E acredito que ainda temos muito a conquistar. O céu é o limite”. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
ROBERTA MARTINI SCHWINZER LEMOS
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