Menos telas, mais páginas: autora mirim de 10 anos aposta na imaginação como antídoto para ansiedade infantil

Após lançamento de estreia em São Paulo, Inara Solimar defende que ler e escrever ajudam crianças a lidar melhor com emoções e construir mundos mais saudáveis

DAYNA BAROSSI
26/08/2025 09h52 - Atualizado há 6 horas

Menos telas, mais páginas: autora mirim de 10 anos aposta na imaginação como antídoto para ansiedade infantil
Divulgação

Enquanto uma pesquisa recente do Datafolha aponta que crianças brasileiras passam, em média, mais de cinco horas por dia em frente a telas, a paulistana Inara Solimar, de apenas 10 anos, segue na contramão dessa tendência. Em vez de maratonar vídeos ou jogos, ela passa boa parte do tempo inventando personagens, arquitetando aventuras e devorando livros.

“Nos livros, posso fugir da rotina e entrar em mundos mágicos. É diferente da tela, porque a gente imagina tudo na nossa cabeça, e isso pode ser até mais divertido”, diz Inara. Para ela, a leitura é mais do que passatempo: é uma forma de conhecer novas culturas, entender a si mesma e aprender a lidar com os outros.

No sábado, 2 de agosto, Inara lançou oficialmente seu primeiro livro — Clube das Aventuras e a Doença Desconhecida (Editora Emó) — na La Librería – Café Colombiano, em São Paulo. A obra, escrita entre os 7 e 9 anos, nasceu da mistura de referências que vão de Agatha Christie e Sibéal Pounder ao universo dos animes. A história acompanha um grupo de adolescentes que, em meio a um cenário caótico, precisa unir forças para enfrentar uma doença misteriosa e monstros ameaçadores.

Infância com menos ansiedade

Para Inara, se mais crianças lessem ou escrevessem suas próprias histórias, o mundo seria “melhor e mais saudável”. “A gente teria menos ansiedade, menos raiva, menos tristeza. As crianças poderiam contar as próprias histórias, sem se preocupar com a opinião dos outros”, afirma.

A visão da autora dialoga com especialistas que apontam que o excesso de tempo em telas pode estar ligado a distúrbios de atenção, problemas de sono e sintomas de ansiedade em crianças e adolescentes. No livro, essa preocupação aparece de forma simbólica: os personagens enfrentam perigos que exigem imaginação, cooperação e coragem para serem superados.

Processo criativo e ilustrações em família

Um dos destaques do projeto foi a parceria com a mãe, a ativista negra May Solimar, que assinou as ilustrações. “Eu imaginava o visual dos personagens e minha mãe ilustrava. Foram várias trocas de conversas até ficarem exatamente como eu tinha idealizado”, conta Inara.

Como curiosidade, a autora revela que a protagonista, Camila, foi inspirada nela mesma. “Os traços são muito parecidos comigo”, afirma.

O próximo capítulo

Animada com a recepção do primeiro livro, a autora já começou a escrever novas histórias. Entre os planos estão contos de terror para o público infantojuvenil, uma narrativa voltada para adolescentes e até a continuação das aventuras do seu clube literário.

“Escrever é como se eu entrasse no mundo que inventei. No começo pode ser difícil ter ideias, mas depois é só deixar rolar”, diz Inara, incentivando outras crianças a se aventurarem na escrita.

Clube das Aventuras e a Doença Desconhecida está disponível para compra no site da Editora Emó: https://loja.emoeditora.com.br/fantasia/clube-das-aventuras-e-a-doenca-desconhecida

Sobre a autora:
Inara Solimar tem 10 anos, é apaixonada por livros, música e animes. Sempre gostou de inventar histórias e criar personagens. Clube das Aventuras e a Doença Desconhecida é seu primeiro livro publicado — uma obra que une imaginação, empatia e coragem em uma narrativa envolvente e surpreendente.

 


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Dayna Nassif Barossi
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