Artistas alertam sobre o clima

Mudanças Climáticas

3 Min

Renato Nalini

25/08/2025 07h30 - Atualizado há 12 horas

Domínio Público

A questão climática é muito séria, cada dia mais grave e desafiadora, e somente pessoas muito sensíveis a têm levado a sério. Dentre os mais sensíveis, os artistas. Seres mágicos, antenados com a realidade e hábeis para captar a dimensão da grande catástrofe. Esta será inevitável, se continuarmos a envenenar a atmosfera com os gases causadores do efeito-estufa, a desmatar e a produzir mais lixo do que o planeta pode suportar.
A exposição “Atmosfera”, aberta na Biblioteca Brasiliana da USP, na Cidade Universitária, reúne obras de trinta e três artistas com o intuito de conscientizar a sociedade sobre os reais efeitos das mudanças climáticas globais. O ano passado foi o mais quente já registrado na história. Ultrapassamos o que deveria ser evitado: temperatura 1,5º acima daquela registrada na era pré-industrial.
O artista é uma criatura emotiva, que consegue exprimir sua mensagem mediante uso de múltiplas técnicas, todas elas destinadas a fazer o observador ter consciência do que se avizinha se a humanidade não recobrar o juízo. É urgente que a cidadania se apodere dessa questão. As lideranças mundiais parecem padecer de alguma insanidade mental e se preocupam com questões insignificantes, se comparadas com a tragédia climática. Só a arte pode chegar à mente dos amigos da natureza, cautelosos e prudentes no trato do ambiente.

Todas as obras expostas na Brasiliana fazem pensar e refletir. São esculturas, fotografias, pinturas, instalações. Todo tipo de material foi utilizado. A cada observador, uma produção artística chegará da maneira propícia a fazê-lo meditar sobre o que é possível a cada indivíduo fazer, para que a humanidade consiga escapar a esse destino que parece ter escolhido.
Uma das experiências artísticas expostas se utiliza do vegetal chamado insulina. Uma planta bastante resistente. Pode parecer tenha perecido, mas volta a brotar verde e saudável. É a mensagem de esperança pela resiliência da Terra. Há também mensagens explícitas, como aquela da escultura “O Grande Banquete”: “O futuro é reciclável. Pena que seu comportamento não é!”. Há muito mais a ser visto na mostra. Não perca!

*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

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LUCIANA FELDMAN
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