Imagens utilizadas para retratar fome em Gaza eram relativas a outras doenças, revela investigação do The Free Press

ANA RUTKOSKI
19/08/2025 16h39 - Atualizado há 4 horas

Imagens utilizadas para retratar fome em Gaza eram relativas a outras doenças, revela investigação do The
Screenshot: Free Press/ X (@TheFP)
 

Uma investigação conduzida pelo The Free Press, jornal online americano, revelou que diversas imagens utilizadas por grandes veículos de mídia e organizações humanitárias sobre a crise de fome em Gaza omitem detalhes cruciais sobre o estado de saúde dos retratados. 

O levantamento analisou 12 imagens que viralizaram   de pessoas em  Gaza que foram atribuídas exclusivamente à desnutrição, quando de fato envolviam diagnósticos pré-existentes, como fibrose cística, paralisia cerebral, raquitismo e outras doenças graves.

As imagens circularam em plataformas como CNN, The New York Times, NPR, Guardian, Al Jazeera e outras redes internacionais, sem que houvesse menção ao histórico médico das crianças retratadas. De acordo com The Free Press, algumas dessas imagens ajudaram a convencer um número crescente de americanos de que Israel induziu a fome e está cometendo crimes de guerra em Gaza.

A reportagem investigativa destaca que muitos desses dados estavam disponíveis em fontes abertas, inclusive em árabe e inglês, acessíveis com simples buscas. Em alguns casos, edições posteriores dos conteúdos originais removeram ou modificaram informações iniciais sem transparência editorial.

“Essas histórias não foram moldadas apenas por omissão: elas foram extraídas de fontes não verificadas ou partidárias em árabe e turco, enquanto eram apresentadas como jornalismo confiável para o público ocidental”, afirma um relatório do NCRI (Network Contagion Research Institute), citado pela investigação.

A reportagem também expõe mudanças recentes na metodologia da The Integrated Food Security Phase Classification (IPC) para caracterizar a fome em Gaza — alterações que, segundo especialistas, podem ter influenciado decisões jurídicas internacionais, incluindo investigações em andamento no Tribunal Penal Internacional (TPI) contra líderes israelenses.

A matéria chama a atenção para o uso político de imagens sensíveis: enquanto fotos de civis em estado crítico geram comoção global, pouco se fala sobre reféns israelenses em cativeiro do Hamas há quase dois  anos, com graves sinais de desnutrição.

Embora o foco da matéria do The Free Press, assinada por Olivia Reingold e Tanya Lukyanova, seja o viés da omissão, elas registram que há fome em Gaza causadas por uma série de fatores - entre eles, a disparada de preços dos alimentos básicos segundo Yannay Spitzer, economista da Universidade Hebraica de Jerusalém. As autoras da reportagem investigativa citam a Organização Mundial da Saúde que relatou 63 mortes por desnutrição somente no mês passado, incluindo 25 crianças. Segundo elas, algumas delas poderiam estar doentes ou em estado pior, mesmo se não houvesse guerra. E diz que em 2022, cerca de 50 moradores de Gaza com menos de 20 anos morreram de desnutrição, de acordo com o Ministério da Saúde Palestino.

“O uso de imagens manipuladas sobre a fome em Gaza têm um impacto direto na opinião pública global e no crescimento do antissemitismo”, afirma André Lajst, cientista político e presidente executivo da StandWithUs Brasil.

Fonte: The Free Press

Sobre a StandWithUs Brasil
A StandWithUs Brasil é uma organização educacional dedicada a ensinar pessoas de todas as idades sobre Israel e a combater o extremismo e o antissemitismo.


 

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ANA CAROLINA FIGUEIRA RUTKOSKI
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FONTE: Screenshot/ Reprodução - X
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