Vida e obra de Paulo Leminski ganha série de homenagens com espaço cultural, estátua, festival e homenagem na Flip

Artista é celebrado em âmbito nacional e em sua amada Curitiba

DANIEL CORRêA
15/08/2025 16h39 - Atualizado há 15 horas

Vida e obra de Paulo Leminski ganha série de homenagens com espaço cultural, estátua, festival e homenagem na
Avani Stein

A obra e a trajetória de Paulo Leminski, um dos mais inventivos e populares nomes da literatura brasileira, ganham uma série de homenagens que reforçam sua importância na história e influência para novas gerações. Poeta, romancista, compositor, tradutor e figura central da produção literária de Curitiba, Leminski foi celebrado recentemente com a inauguração de um espaço cultural permanente, uma escultura em bronze, a nova edição de festival e a escolha como autor homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2025.

 

Uma das surpresas foi a inauguração do Espaço Paulo Leminski, dentro do recém-criado Parque Jaime Lerner, que abriga também a icônica Pedreira Paulo Leminski e a Ópera de Arame. Idealizado pelo Instituto Paulo Leminski em parceria com a gestão do parque, o novo espaço cultural abriga uma exposição permanente e inédita sobre a vida e a obra do autor. Dividida em três núcleos (Vida, Música e Literatura), a mostra reúne manuscritos, objetos pessoais, vídeos, áudios e experiências imersivas, proporcionando ao público um mergulho na produção vanguardista de Leminski. O espaço, em menos de um mês, recebeu 40 mil visitantes.

 

“Pensamos em um lugar onde turistas, curiosos, pessoas de todas as idades possam mergulhar na vida e obra do nosso pai, que sempre foram uma coisa só”, afirma Estrela Ruiz Leminski, que assina a curadoria da exposição ao lado da irmã Áurea Leminski. Para Áurea, o espaço cumpre uma função importante para o público que visita a Pedreira: “Exibe e mantém ativo o legado do meu pai, principalmente para as novas gerações saberem da sua contribuição para a cultura brasileira”.

 

O espaço também celebra a forte relação do autor com a música. Leminski compôs mais de uma centena de canções, muitas em parceria com artistas como Moraes Moreira, Itamar Assumpção e Guilherme Arantes. Sua obra foi gravada por nomes como Caetano Veloso, Zélia Duncan, Arnaldo Antunes, Ney Matogrosso e o grupo paranaense Blindagem. O projeto e execução tem expografia de Maria Baptista e apoio da Companhia das Letras, Positivo Tecnologia IA e Parque Jaime Lerner e patrocínio da Sanepar e Governo do Paraná.

 

Seguindo essa ligação com a música, Curitiba sediará a segunda edição do Festival Paulo Leminski, marcado para o dia 30 de agosto, novamente na Pedreira e desta vez com Lenine, Jards Macalé, Leminskanções e Raissa Fayet. A programação une música, poesia, arte e outras expressões culturais que dialogam com o espírito multifacetado do autor. O Festival Paulo Leminski tem patrocínio da Itaipu Binacional e apoio da Cerveja Praya, Fecomércio PR e Sesc, Fundação Cultural de Curitiba, Prefeitura de Curitiba e Secretaria de Turismo do Paraná.

 

O evento acontecerá poucos dias após a inauguração de uma escultura em bronze. A obra será revelada ao público no dia 24 de agosto – data em que Leminski completaria 81 anos – na Pedreira Paulo Leminski, um dos maiores palcos a céu aberto da América Latina. A obra, assinada pelo artista Rafael Sartori, retrata o poeta sentado em um banco de bar com um violão ao lado e foi desenvolvida a partir de imagens cedidas pela família, com o objetivo de transmitir a presença e a personalidade irreverente do autor.

 

As homenagens coroam um momento de renovado interesse pela obra do autor curitibano. Como o autor homenageado da Flip 2025, a celebração da obra do artista teve mesas esgotadas, 10% a mais de público que edições anteriores e foi o segundo autor mais vendido do evento. O que reforça o reconhecimento nacional da sua obra, que segue influenciando leitores e criadores de diferentes gerações. Em maio deste ano, Leminski recebeu in memoriam a honraria Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cultural, a mais alta condecoração cultural do Governo Federal.

 

Entre as figuras que celebraram essa conquista, Estrela Leminski destacou o entusiasmo que o pai teria sentido com a honraria: “Apesar de subversivo e sempre orgulhoso da sua produção marginal, meu pai era um grande entusiasta da própria obra. Se estivesse vivo, estaria completamente orgulhoso – e metido pra caramba – com esse reconhecimento”.

 

Com tantas iniciativas em curso, o nome de Paulo Leminski segue vivo e pulsante na memória afetiva e cultural do Brasil. Sua poesia, que transita entre o haicai e a canção popular, entre o zen budismo e a contracultura, encontra agora novas formas de ser acessada, sentida e celebrada.

 


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DANIEL CORREA RODRIGUES
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