Ribeirão Preto (SP), 13 de agosto de 2025 – Um crime fictício ganha vida em meio a um cenário histórico real. O game ‘Ribeirão Noir – O Roubo da Estátua de São Sebastião’ leva o jogador a explorar ruas, edifícios e praças de uma Ribeirão Preto reimaginada nos anos 1950, onde o patrimônio cultural é preservado e as contradições sociais da época se revelam a cada cena.
O jogo digital, gratuito para celulares Android, será lançado durante a 24ª FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto), com atividades no próximo sábado, 16 de agosto.
A programação começa às 10h, no Palacete Camilo de Matos, com o painel “História em Jogo: Patrimônio Cultural, Populações Negras e Educação para o Futuro”. À tarde, das 14h às 16h, o público poderá experimentar o game no estande da Secretaria Municipal da Cultura e Turismo, em uma demonstração conduzida pelos desenvolvedores.
Com narrativa no estilo noir, o jogo combina investigação, elementos de RPG e recriação de cenários históricos da cidade. O jogador assume o papel de Dandara, mulher negra à frente de seu tempo, que enfrenta machismo, racismo e os desafios sociais da época, enquanto investiga o desaparecimento da estátua de São Sebastião. Para chegar à verdade, percorre espaços como o Theatro Pedro II, o Mercadão Municipal e o próprio Palacete Camilo de Mattos, reunindo pistas e encarando dilemas que podem alterar o rumo da investigação.
Segundo Fernanda Moura, diretora da Palimpsesto Produções e coordenadora do projeto, a proposta vai além do entretenimento. “Ribeirão Noir mistura suspense, memória histórica e injustiça social, convidando o público a olhar para o passado e a perceber como certas estruturas ainda resistem no presente. É uma ferramenta para provocar reflexões críticas sobre questões da sociedade.”
Painel e convidados
O encontro da manhã deste sábado (16/8) terá mediação de Marcelo de Souza Silva, doutor em História Social pela UFRJ e docente da UFTM, especialista no uso de jogos digitais na educação. “O jogo é instigante e equilibra bem competitividade e interesse pelo conhecimento, conectando informações locais a temáticas globais”, afirma.
A abertura será conduzida por José Antonio Corrêa Lages, doutor em Ciências da Religião e mestre em História, que reforça a importância do acesso democrático ao conhecimento. Na sequência, Sérgio Luiz de Souza, doutor em Sociologia e professor da UNIR, destaca o papel do jogo na valorização da história das populações negras. O painel terá 1h30, com intérpretes de Libras. Após o bate-papo, o público poderá participar de uma visita guiada pelo Palacete, cenário presente no game, com duração de 30 minutos.
O jogo e sua criação Ribeirão Noir nasceu de uma ideia original da Curupira Educação Cultura Jogos, pelos professores Wanderley Barissa e Gustavo Bueno - para um RPG de mesa, adaptada para o formato digital pela Palimpsesto Produções. Segundo Ramon Jardim, game designer e diretor criativo associado da Palimpsesto, o projeto foi desenvolvido na engine open source Godot e conta com narrativa não linear, inspirada nos livros-jogos do tipo Choose Your Adventure. “Cada decisão altera o rumo da história. Criamos mecânicas que testam ações com rolagens de dados e permitem ao jogador arriscar novas tentativas, perdendo pontos de vida para aumentar as chances de sucesso”.
Responsável pelo design das mecânicas e da interface, Ramon também assina a trilha sonora e o sound design, concebidos para reforçar a estética noir da produção. Já as ilustrações, criadas por Cordeiro de Sá foram desenvolvidas a partir de pesquisa histórica com fotos e registros da época, resultando em cenários e personagens ilustrados que remetem à Ribeirão Preto dos anos 1950.
O Ribeirão Noir combina imersão, estratégia e conteúdo histórico. Trata-se do primeiro game narrativo inspirado nos patrimônios e na memória coletiva de Ribeirão Preto, levando para o universo dos jogos digitais cenários e histórias da cidade, sob uma nova perspectiva. Para Fernanda Moura, lançar o jogo na FIL é uma oportunidade única. “Estar em um evento desse porte é apresentar nossa experiência inédita a um público diverso, curioso e aberto ao diálogo. Esperamos que todos venham conhecer e viver essa história com a gente”, conclui.
Painel – “História em Jogo: Patrimônio Cultural, Populações Negras e Educação para o Futuro” - seguido de Visita Guiada pelo Palacete Camilo de Matos (duração média : 1h30 minutos para painel + 30 minutos para visita)
Data: 16 de agosto (sábado)
Horário: 10h às 12h
Local: Palacete Camilo de Matos – Centro Histórico de Ribeirão Preto
Entrada gratuita (sujeita à lotação do espaço)
Capacidade para 30 pessoas, com senhas distribuídas uma hora antes no local, com acessibilidade em Libras.
Apresentação Interativa – Jogo Digital “Ribeirão Noir – O Roubo da Estátua de São Sebastião”
Data: 16 de agosto (sábado)
Horário: 14h às 16h
Local: Estande da Secretaria Municipal da Cultura e Turismo – FIL Ribeirão Preto 2025
Demonstração com os desenvolvedores, vivência interativa e bate-papo sobre o processo criativo - com acessibilidade em Libras.
Aberto ao público da feira.