Projeto Caminhos da Pré-escola impulsiona qualidade da pré-escola em redes públicas

Iniciativa une J-PAL, Fundação Bracell, Itaú Social e secretarias de Educação para apoiar políticas públicas que promovam o desenvolvimento integral das crianças de quatro e cinco anos

Elaine Alves
13/08/2025 15h24 - Atualizado há 3 horas

Projeto Caminhos da Pré-escola impulsiona qualidade da pré-escola em redes públicas
Itaú Social/Divulgação
O projeto Caminhos da Pré-escola, desenvolvido pela J-PAL América Latina e Caribe, Fundação Bracell e Itaú Social, em parceria com secretarias municipais e estaduais de Educação de três estados brasileiros (Bahia, Mato Grosso do Sul e São Paulo), dá início à etapa de implementação e avaliação dos programas selecionados para aprimorar a educação infantil pública no Brasil. Essa é a segunda fase da iniciativa, que visa fortalecer a qualidade da educação infantil pública no país. Segundo Priscila Costa, gerente de Políticas e Pesquisa do J-PAL LAC, “o objetivo é apoiar políticas públicas mais eficazes desde os primeiros anos de vida escolar. Trabalhamos com base em evidências, em parceria com redes locais de educação infantil e acadêmicos, visando contribuir para que as crianças tenham boas oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento na primeira infância”.

O Caminhos da Pré-escola está estruturado em três fases ao longo de quatro anos e meio. Na primeira, o foco foi a construção de parcerias e a seleção criteriosa de programas a serem adotados, alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e às diretrizes nacionais de qualidade na educação infantil. Em 2026, dois deles – Caroço e Curiosamente – serão aplicados em escolas públicas, com acompanhamento técnico e avaliações que medirão o alcance e os efeitos das intervenções pedagógicas. O programa Caroço prioriza atividades socioemocionais adaptáveis a diversos contextos; já o Curiosamente integra habilidades socioemocionais e noções matemáticas por meio de atividades lúdicas.


O projeto, que se estenderá até 2028, prevê ainda uma terceira etapa dedicada à adaptação em escala das iniciativas que apresentarem resultados positivos, com foco na transferência de tecnologia para ampliar o impacto das ações. Fernanda Seidel (foto), gerente de Avaliação e Prospecção do Itaú Social, ressalta que “a implementação desses programas com formação contextualizada e materiais adequados é fundamental para que as unidades de educação infantil possam proporcionar ambientes estimulantes e inclusivos, sustentando o desenvolvimento cognitivo e socioemocional das crianças”.

A diretora de Projetos na Fundação Bracell, Filomena Siqueira, complementa: “Apesar da importância fundamental que uma Educação Infantil de qualidade exerce para o desenvolvimento das crianças, promovendo ganhos no presente e para o futuro, essa etapa ainda é pouco valorizada. Investir nesta etapa, priorizar políticas que apoiem uma aprendizagem de qualidade e estabelecer uma base sólida para a trajetória das crianças são questões urgentes para alcançarmos uma sociedade mais próspera para todos. Nessa jornada, ressaltamos a importância de parcerias sólidas entre o governo, o terceiro setor e a academia para promover políticas consistentes e efetivas”. 

As ações também buscam fortalecer a colaboração entre estados e municípios, na medida em que fomentam a articulação institucional em prol de uma educação infantil pública com mais qualidade e equidade em todo o país.

Desafios no acesso e na qualidade da pré-escola apontam necessidade de ações estruturadas
Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), em 2024, 93% das crianças brasileiras dessa faixa etária estavam matriculadas na pré-escola, mas ainda restam cerca de 381 mil crianças dessa etapa fora da educação básica. Além do acesso, outro desafio é garantir a qualidade do atendimento às crianças que frequentam a pré-escola.

A educação infantil enfrenta lacunas consideráveis, tanto em relação à formação quanto à estrutura. Pesquisa da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal de 2023 aponta que 75% dos professores da pré-escola manifestam interesse em formações focadas em atividades lúdicas, mas 78% das escolas não dispõem de materiais de artes, e 34% não têm brinquedos. Esses números evidenciam a necessidade urgente de investimentos em práticas pedagógicas e condições adequadas de trabalho nas instituições.
 

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ELAINE CRISTINA ALVES DE OLIVEIRA
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