Desemprego em baixa, demissões em alta: 50% dos desligamentos no Brasil têm origem em conflitos internos

Especialista explica que as empresas poderiam economizar até 200% do salário anual de cada colaborador se prevenissem conflitos e evitassem desligamentos.

FABíOLA ZARDINI
11/08/2025 18h44 - Atualizado há 9 horas

Desemprego em baixa, demissões em alta: 50% dos desligamentos no Brasil têm origem em conflitos internos
Sabrina Nicoli
De acordo com o 6º Observatório de Carreiras e Mercado, realizado pelo PUCPR Carreiras, 50% das demissões no Brasil em 2024 ocorreram devido a questões comportamentais, como falhas na comunicação e dificuldades de relacionamento. O dado chama atenção em um cenário em que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,8% de abril a junho de 2025, o menor índice desde o início da série histórica da PNAD Contínua e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em seguida, aparecem a automação das atividades (25%), a redução de custos e os cortes de despesas (25%). A pesquisa contou com a participação de 3.631 estudantes, 3.655 alumni (ex-alunos) e 583 empresas da área de recrutamento humano.


O estudo mostrou que no ano passado as habilidades mais valorizadas foram a comunicação oral (11,46%), o planejamento (10,73%), a solução de problemas (10,18%), gestão de conflitos (7,51%) e a comunicação escrita (7,42%).
De acordo com o estudo, em comparação com 2021, período em que as empresas lidavam diretamente com os efeitos da pandemia, observa-se uma mudança nas prioridades, com as habilidades ligadas à solução de problemas (12,58%) ocupando o topo da lista.

Mediação pode gerar economia

Para a advogada especialista em gestão de conflitos, Sabrina Nicoli, o dado revela um cenário preocupante e, ao mesmo tempo, uma oportunidade para empresas repensarem suas políticas internas.

“Conflitos são inevitáveis, mas demissões por mau relacionamento não precisam ser. Com técnicas de mediação, é possível restaurar o diálogo e encontrar soluções que preservem equipes e resultados”, afirma.

Sabrina explica que grande parte dos desligamentos poderia ser evitada se houvesse, nas empresas, mecanismos preventivos de resolução de conflitos, como treinamentos de comunicação não-violenta, programas de escuta ativa e canais internos de negociação. A especialista ressalta que, além do impacto humano, as demissões geram prejuízos financeiros significativos.

Estudos de mercado indicam que o custo de substituir um colaborador pode chegar a até 200% do seu salário anual, considerando gastos com recrutamento, integração e queda de produtividade. “A mediação é mais rápida, menos onerosa e evita desgastes emocionais que comprometem a motivação e o clima organizacional”, finaliza.

Com informações da Agência Brasil
 

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FABIOLA ZARDINI RIBEIRO
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