Aclamado por público e crítica, espetáculo "Solo da Cana" volta ao Rio de Janeiro em curtíssima temporada
Apresentações acontecem no Futuros - Arte e Tecnologia, no Flamengo, de 14 a 24 de agosto, de quinta a domingo, às 19h
CARLOS PINHO
05/08/2025 18h06 - Atualizado há 6 horas
Foto: Carol Pires
Após rodar o Brasil, a peça "Solo da Cana", estrelada por Izabel de Barros Stewart e dirigida por João Saldanha, retorna ao Rio de Janeiro em curtíssima temporada no centro cultural Futuros - Arte e Tecnologia, no Flamengo, de 14 a 24 de agosto, de quinta a domingo, sempre às 19h. A montagem provocadora apresenta ao público o depoimento ficcional de uma cana-de-açúcar – símbolo máximo da monocultura no Brasil – que ganha voz e protagonismo para refletir sobre os vínculos coloniais e o racismo ambiental que moldaram nossa relação com a terra e os corpos que nela vivem. A peça se configura como uma marcante alegoria sobre os modos de habitar o mundo e os efeitos dessa herança histórica nas práticas contemporâneas. Izabel de Barros Stewart, com trajetória reconhecida na dança, assume neste trabalho também os papéis de atriz e dramaturga. Em cena, seu corpo dá forma e voz a esse vegetal-símbolo, propondo um deslocamento sensível e político: não se trata de humanizar a cana-de-açúcar, mas de criar condições para que ela seja percebida como sujeito ativo nas relações, com agência própria. “É um convite para a gente se escutar e compostar afetos juntos”, afirma Izabel. A montagem, com produção de Ana Paula Abreu e Renata Blasi, propõe um manifesto poético e contramonocultural. Trata-se de uma luta simbólica entre o avanço da fronteira agrícola e o colapso das sensibilidades, entre o lucro e a escassez, em busca de um terreno – literal e simbólico – onde seja possível reconstruir um cosmo de coexistência interespécies. Retorno ao Rio O espetáculo volta ao Rio de Janeiro após apresentações em Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal e Pernambuco. Izabel Stewart destaca a importância da interação com novos públicos, em especial nas cidades de interior por onde passou. “Foram como pequenas navegações de amplo alcance. A gente percorreu interiores, nos aproximamos e nos relacionamos com plateias que têm mais intimidade com a terra do que com teatros, e a gente se alimentou desses encontros. Volto pro Rio, mais uma vez, transformada”, revela Izabel. O diretor João Saldanha também enaltece as novas conexões e perspectivas criadas nas viagens da peça: “Circular é arejar, enxergar outros olhares, surpreender e ser surpreendido, ver e rever, sentir o efeito do tempo e ter a chance de um novo encontro.” “O Futuros - Arte e Tecnologia é um palco para as grandes reflexões sobre a história de nosso país. Um espetáculo provocante como ‘Solo da Cana’, que aborda questões como o colonialismo, racismo ambiental e as consequências das escolhas do homem para as próximas gerações, está em total convergência com a proposta do centro cultural. O público vai sair da peça tendo muito para refletir”, aponta Victor D’Almeida, gerente de cultura do instituto Oi Futuro. De peça a livro A reestreia também contará com o lançamento do livro “Solo da Cana”, de autoria da própria Izabel de Barros Stewart. O texto dança pelas páginas insinuando as nuances e os estados de humor experimentados em cena junto com o público. O livro traz ainda um prefácio de João Saldanha, que além de dirigir a encenação, acompanha de perto a trajetória da autora. Aza Njeri, professora do Departamento de Letras da PUC-Rio e crítica teatral e literária, assina a apresentação situando o trabalho como uma “ecodramaturgia”, “reivindicando e construindo novas propostas de relações ecossistêmicas”, declara. Um posfácio escrito pela própria Izabel, oferece a dimensão do processo de criação e, por fim, tem o testemunho de Kelli Mafort, que coloca em perspectiva a peça em relação à sua experiência pessoal como assentada da reforma agrária. Ficha técnica (cenacultores): Texto e atuação: Izabel de Barros Stewart Direção: João Saldanha Direção de produção: Ana Paula Abreu e Renata Blasi Assistente de produção: Flavio Moraes Trilha sonora: Antonio Saraiva Preparação vocal: Pedro Lima Figurinos e adereços: Mauro Leite Costureira: Maria de Jesus Iluminação: João Saldanha Design Gráfico: Roberto Unterladstaetter Gestão de Mídias Sociais: Top na Mídia Comunicação Assessoria de Imprensa: Carlos Pinho Fotos: Carol Pires Fomento e coordenação administrativo-financeira: Associação de Fomento Saúva Produção: Diálogo da Arte Produções Culturais Perfil Instagram: @solodacana Serviço:
Solo da Cana Temporada: de 14 a 24 de agosto, de quinta a domingo, às 19h Local: Teatro Futuros | Futuros - Arte e Tecnologia Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63 - Flamengo, Rio de Janeiro - RJ Ingressos: R$ 60 (inteira), R$ 30 (meia) e R$ 39 (desconto GIRO CARD), vendas no local ou no site Sympla https://bileto.sympla.com.br/event/109117/d/331711/s/2259909 Lotação: 63 lugares Duração: 60 minutos Classificação etária: 12 anos Rede social: https://www.instagram.com/solodacana Sobre o Futuros - Arte e Tecnologia Inaugurado há 20 anos, o centro cultural Futuros - Arte e Tecnologia é um espaço de exibição, criação e inovação artística. Com uma programação gratuita voltada a todos os públicos, o espaço promove e recebe exposições, apresentações artísticas, espetáculos teatrais, entre outros eventos que convidam o público a refletir sobre temas que norteiam sua linha curatorial, como meio ambiente, ancestralidade, diversidade, educação e tecnologia. O Futuros abriga galerias de arte, um teatro multiuso e o Musehum – Museu das Comunicações e Humanidades, que mantém um acervo de mais de 130 mil peças históricas sobre as comunicações no Brasil e atividades interativas sobre o impacto das tecnologias nas relações humanas. O centro cultural foi fundado pela Oi e tem gestão do instituto Oi Futuro. Por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro – Lei do ISS, o projeto Vem, Futuro! Ano 2 é realizado pela Zucca Produções, em parceria com o Oi Futuro, no centro cultural, com patrocínio da Serede, Oi, Tahto e Prefeitura do Rio de Janeiro/SMC, oferecendo programação cultural, ações educativas e abrangendo infraestrutura de apoio nas galerias, no teatro e no Musehum. Sobre o instituto Oi Futuro Fundado em 2001, o instituto Oi Futuro desenvolve e cocria projetos de Cultura e Educação pelo Brasil, impulsionando a construção de futuros mais inclusivos e sustentáveis. Além da gestão de Futuros – Arte e Tecnologia, o instituto Oi Futuro também atua no fomento e desenvolvimento do ecossistema da Economia Criativa, promovendo ciclos de aceleração de iniciativas que têm a transformação social como propósito principal. Na área de educação, é responsável pelo NAVE (Núcleo Avançado em Educação), parceria público-privada com as Secretarias de Estado de Educação do Rio de Janeiro e Pernambuco, que há 19 anos promove formação profissional e tecnológica de qualidade como resposta aos desafios da atualidade. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
CARLOS ALBERTO DE PINHO JUNIOR
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FONTE: Carlos Pinho - @dicasdopinhao