Carros de aplicativo usados valem a pena para uso pessoal?

Veículos de frota compartilhada costumam ter bom preço no mercado, mas exigem atenção redobrada ao histórico.

DANIEL CORRêA
05/08/2025 18h38 - Atualizado há 8 horas

Carros de aplicativo usados valem a pena para uso pessoal?
Foto de Athena Sandrini

Modelos populares com valor abaixo da média chamam a atenção de muitos compradores. É comum encontrar carros em boas condições à primeira vista, com revisões em dia e preço atrativo. No entanto, o que poucos avaliam de forma adequada é o uso anterior do veículo, e isso faz toda a diferença.

Muitos desses carros foram usados por motoristas de aplicativo e, por isso, enfrentaram rotinas intensas nas ruas. Em média, um carro particular roda entre 10 e 15 mil quilômetros por ano. Já um carro de aplicativo pode ultrapassar facilmente os 40 mil quilômetros anuais, mesmo com revisões periódicas.

Uso intenso pode acelerar o desgaste

Apesar de parecerem bem cuidados, esses veículos costumam ter maior desgaste em peças como suspensão, embreagem, freios e pneus, mais difíceis de identificar quando o comprador não é um especialista no assunto. Além disso, a quilometragem mais alta pode indicar menor vida útil do motor e impacto direto no valor de revenda.

Outro ponto de atenção é a frequência de uso em áreas urbanas com muitos buracos, paradas constantes e calor excessivo. Esse tipo de operação pode comprometer a durabilidade mesmo de modelos confiáveis.

O histórico revela se o carro rodou como aplicativo

Nem sempre o vendedor informa que o carro foi usado como Uber, 99 ou outro serviço. Em alguns casos, o uso é ocultado propositalmente para justificar um valor acima da média. É aí que a consulta de histórico veicular se torna essencial.

Com o número da placa, chassi ou motor, é possível verificar o padrão de uso, datas de licenciamento, possíveis passagens por frotistas ou locadoras e a frequência de revisões. Esses dados ajudam a entender melhor como o carro foi conduzido e se o valor pedido realmente faz sentido.

Atenção também aos débitos e restrições

Os carros de aplicativo muitas vezes passam por mais de um proprietário em pouco tempo. Isso pode indicar troca frequente entre motoristas ou até tentativas de esconder problemas. Consultar o histórico ajuda a identificar se o veículo está com débitos de IPVA, licenciamento ou multas, e se há financiamento ou bloqueios judiciais.

Outro ponto importante é verificar se há passagens por leilão, o que pode impactar no seguro e desvalorizar o carro. Um modelo ex-leilão com uso como aplicativo pode acabar acumulando desvantagens mesmo com preço atrativo.

Vale ou não vale a pena?

Depende. Se o veículo teve bom cuidado, manutenção documentada e o preço estiver coerente com o histórico, pode sim ser uma boa oportunidade. Mas a compra deve ser feita com base em dados, não só na aparência do carro.

A consulta ao histórico veicular, hoje facilmente acessível em sistemas como a Motor Consulta, permite visualizar o que está por trás do preço baixo e evita que o comprador leve para casa um problema disfarçado de promoção. Para quem busca tranquilidade na hora de comprar, essa verificação é uma etapa que não pode ser pulada.


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DANIEL CORREA RODRIGUES
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