A Boca que Tudo Come Tem Fome (Do Cárcere às Ruas) reestreia na sede da Cia de Teatro Heliópolis

ELIANE VERBENA / VERBENA ASSESSORIA
04/08/2025 10h09 - Atualizado há 5 horas

A Boca que Tudo Come Tem Fome (Do Cárcere às Ruas) reestreia na sede da Cia de Teatro Heliópolis
Foto de José de Holanda -7ab
A Companhia de Teatro Heliópolis reestreia o espetáculo A Boca que Tudo Come Tem Fome (Do Cárcere às Ruas) no dia 08 de agosto, sexta-feira, às 20h, na Casa de Teatro Mariajosé de Carvalho, sede do grupo localizada no Ipiranga. A montagem - que aborda a vida e os obstáculos enfrentados por pessoas egressas do sistema prisional - fica em cartaz até 26 de outubro, às sextas e sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h.

Com dramaturgia de Dione Carlos e encenação de Miguel Rocha, A Boca que Tudo Come Tem Fome (Do Cárcere às Ruas) joga luz sobre a questão: o que significa recuperar a liberdade? Em cena, seis pessoas que passaram pelo sistema prisional brasileiro têm suas trajetórias entrelaçadas. Diante das dificuldades de reinserção social e reconstrução da própria vida, cada uma delas, a seu modo, tenta encontrar uma saída. As marcas do período que passaram atrás das grades permanecem na memória, no corpo e nos afetos. Exu, o orixá das encruzilhadas e destrancador dos caminhos, aparece como uma presença provocativa ao despertar naqueles sujeitos a fome por novos começos e a avidez por dignidade.


A encenação de Miguel Rocha se dá em um espelho d’água, uma cenografia de Telumi Hellen, que usa a simbologia do deságue para o momento em que o egresso sai da prisão, quando percebe tudo como novo. O reflexo reporta ao aprisionamento das emoções, às vivências e memórias que afloram quando “a liberdade canta”. “A saída da prisão é um desaguar. A força da água tanto pode purificar como ser violenta, e o reflexo na água pode ser espelho que leva as personagens a encararem a própria situação”, comenta o encenador Miguel Rocha.

Este é o ponto de partida para a imersão na realidade que se apresenta, nos obstáculos que enfrenta o sobrevivente do sistema carcerário para reafirmar a própria cidadania. ‘O cárcere não termina no cárcere’, é o que constatam as personagens que carregam o estigma de serem ex-detentos/tas, com o ônus de uma multa prisional a ser paga, com as dificuldades para reativar a documentação, os hábitos e experiências adquiridos na prisão, os fatores emocionais consequentes e os desafios e as armadilhas da liberdade que não raramente os levam à reincidência.

A Boca que Tudo Come Tem Fome é resultado do projeto Do Cárcere às Ruas: O Estigma da Vida Depois das Grades, contemplado pela 43ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. Para aprofundar no tema, a Companhia de Teatro Heliópolis realizou entrevistas com egressos na comunidade de Heliópolis e em instituições de acolhimento e de ativismo em prol do desencarceramento e abolicionismo penal. Também realizou debates abertos ao público com o articulador e assistente social Fábio Pereira, o rapper Dexter, a percursora do movimento anti-cárcere, Tempestade, e com o professor de artes cênicas Vicente Concílio. O processo criativo contou ainda com provocações teórico-cênicas de Maria Fernanda Vomero (também na mediação dos debates) e dos comentadores Salloma Salomão e Bruno Paes Manso.

Espetáculo: A Boca que Tudo Come Tem Fome (Do Cárcere às Ruas)
Temporada: 08 de agosto a 26 de outubro 2025
Horários: Sexta e Sábado, às 20h, e domingos, às 18h.
Ingressos: Gratuitos – Retirar 1 hora antes das sessões.
Reservas online: www.sympla.com.br
Classificação: 14 anos. Duração: 120 minutos. Gênero: Experimental.

Casa de Teatro Mariajosé de Carvalho
Rua Silva Bueno, 1.533 – Ipiranga. São Paulo/SP.
Telefone: (11) 2060-0318 (WhatsApp). Capacidade: 60 lugares.
Transporte público - Metro Sacomã / Terminal de Ônibus Sacomã
Instagram: @ciadeteatroheliopolis | Facebook: @companhiadeteatro.heliopolis
 

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ELIANE DE FATIMA GARCIA VERBENA E OLIVEIRA
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FONTE: https://verbenacomunicacao.blogspot.com/2025/08/a-boca-que-tudo-come-tem-fome-do.html
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