Empresas estão perdendo relevância por depender demais da IA. A sua é uma delas?

RAFAELA TAVARES, ASSESSORA DA SMARTCOM
01/08/2025 16h07 - Atualizado há 7 horas

Empresas estão perdendo relevância por depender demais da IA. A sua é uma delas?
A imagem é da Smartcom
*Por Silvana Piñeiro
 
Em um cenário digital cada vez mais dominado por conteúdos automatizados, as empresas que se limitam ao simples “copiar e colar” de textos, posts, ou mesmo, projetos inteiros gerados por inteligência artificial (IA) correm o sério risco de se tornarem invisíveis em meio a um mar de mensagens impessoais, vagas e repetitivas. Embora a IA ofereça agilidade e produtividade, a falta de humanização na comunicação pode comprometer o impacto da marca e a conexão com o público.


Um estudo divulgado pela Exame aponta que mais de 57% do conteúdo textual da internet já é gerado por inteligência artificial, com destaque para traduções automáticas e textos produzidos por ferramentas generativas. Pesquisadores do Copenhagen Institute for Future Studies vão além e estimam que, até 2025, 90% a 99% do conteúdo online poderá ser originado por IA.

Com esse cenário, a saturação é inevitável. Conteúdos genéricos, sem identidade e sem voz, deixam de engajar e passam despercebidos. Segundo dados do portal All About AI, materiais puramente automatizados têm, em média, 41% menos compartilhamentos, 27% maior taxa de rejeição e 19% menos conversões do que os textos editados por humanos.

Esses números refletem a demanda do mercado, as pessoas querem informações de pessoas e não de máquinas. É por isso que a comunicação corporativa precisa mais, precisa estabelecer vínculos. E esse é um ponto em que a inteligência artificial ainda não substitui o fator humano: a empatia. A criatividade, a capacidade de contar histórias reais e de se adaptar ao tom de voz da marca são características que aproximam empresas de pessoas.

Ainda de acordo com estudo do portal All About AI, os conteúdos híbridos, produzidos com apoio da IA, mas revisados e adaptados por humanos, apresentam até 16% mais engajamento, 21% mais conversão e desempenho até 24% superior em estratégias de SEO. Além disso, 79% dos consumidores afirmam confiar mais em conteúdos criados por pessoas do que em materiais gerados por IA.

Por isso, para que uma empresa brilhe nas redes sociais, mesmo em um ambiente saturado, é necessário investir em diferenciação e autenticidade. Para isso, algumas práticas são essenciais:
  1. Conte histórias reais – Mostre os bastidores, os desafios e as pessoas por trás da marca. Isso gera identificação.
  2. Use a IA como apoio, não como substituto – A tecnologia pode acelerar processos, mas o olhar humano é insubstituível na hora de dar personalidade ao conteúdo.
  3. Fale com o público certo, da forma certa – Abandone a comunicação genérica. Estude o comportamento e as dores do seu público-alvo.
  4. Menos é mais – Prefira menos posts, com mais profundidade e qualidade, do que uma avalanche de conteúdos superficiais.
  5. Aposte na voz da marca – Defina um tom claro, consistente e coerente com os valores da empresa.
Não há dúvidas de que a inteligência artificial é uma aliada valiosa na comunicação moderna. No entanto, é preciso lembrar que conexões reais são construídas por pessoas. A personalização e o toque humano continuarão sendo os grandes diferenciais em um universo digital cada vez mais automatizado.
As empresas que entendem o equilíbrio entre eficiência e empatia conseguem se destacar, engajar e fidelizar. Em vez de desaparecer em um oceano de textos genéricos, a marca é aquela que se conecta de verdade. E isso começa com uma escolha: ser autêntica em cada palavra.

*Silvana Piñeiro Nogueira é jornalista, pós-graduada em Marketing, mestre em Estudos Políticos pela Sorbonne (França) e diretora da Smartcom Inteligência em Comunicação. E também contribui para livros distribuídos na Europa e Estados Unidos sobre empreendedorismo internacional e comunicação jurídica como autora de artigos sobre comunicação e os efeitos fake news.
 

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RAFAELA TAVARES KAWASAKI
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