Por que o cinto de segurança sozinho não protege as crianças?

KELEN BORELLA
30/07/2025 14h51 - Atualizado há 14 horas

Por que o cinto de segurança sozinho não protege as crianças?
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A segurança no transporte de crianças é uma preocupação constante para pais e responsáveis, mas muitos ainda acreditam que o cinto de segurança do carro, aquele projetado para adultos, é suficiente para protegê-las em caso de acidente. A verdade, no entanto, é que o cinto de segurança sozinho não é capaz de oferecer a proteção necessária para crianças. Usar somente esse dispositivo pode, na realidade, representar um risco significativo.

A seguir, vamos explicar por que isso acontece, o que diz a legislação brasileira sobre o transporte infantil, quais são os dispositivos realmente eficazes e como garantir que os pequenos estejam sempre seguros no veículo. Você vai descobrir também por que confiar apenas no cinto comum pode trazer sérias consequências, além de conhecer recursos especializados como os apresentados pelo blog Cadeirinha de Carro, um portal de referência em segurança veicular infantil.

Por que o cinto de segurança comum não protege adequadamente as crianças?

O cinto de segurança convencional foi desenvolvido para proteger adultos, com base em características físicas como altura, peso e estrutura corporal. Crianças, por outro lado, têm proporções corporais diferentes: suas cabeças são proporcionalmente maiores, o tronco é mais curto e os ossos ainda estão em formação.

Quando uma criança pequena utiliza apenas o cinto do carro, vários problemas podem surgir:

  • Posicionamento incorreto: o cinto tende a passar sobre o pescoço e a barriga da criança, em vez de ficar sobre o ombro e os quadris. Isso aumenta o risco de lesões graves em caso de colisão.
     
  • Efeito submarino: durante um impacto, a criança pode deslizar por baixo do cinto abdominal, o que pode provocar lesões internas e até ejetá-la do assento.
     
  • Ausência de contenção para o tronco e a cabeça: sem um sistema adequado de retenção, a força do impacto pode lançar a criança para frente de forma descontrolada, causando traumatismos severos.

O que diz a legislação brasileira sobre o uso de cadeirinhas e assentos infantis?

O Código de Trânsito Brasileiro, por meio da Resolução nº 819/2021 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), estabelece regras específicas para o transporte de crianças em veículos. A norma é clara ao determinar o uso obrigatório de dispositivos de retenção conforme a idade, peso e altura da criança:

  • Bebês de até 1 ano ou até 13 kg: devem ser transportados no bebê conforto, instalado preferencialmente de costas para o movimento.
     
  • Crianças de 1 a 4 anos ou até 18 kg: devem usar cadeirinha com cinto de cinco pontos.
     
  • Crianças de 4 a 7 anos e meio, com até 1,45 m de altura: devem utilizar assento de elevação, sempre com o cinto do carro.
     
  • Crianças com mais de 7 anos e meio e até 10 anos: devem ser transportadas no banco traseiro com cinto, desde que já tenham altura suficiente para que o cinto passe corretamente pelo ombro e quadril.

Ou seja, apenas quando a criança alcança uma altura segura (geralmente em torno de 1,45 m), o uso exclusivo do cinto do carro pode ser considerado adequado.

Quais são os riscos reais de não usar o dispositivo de retenção infantil adequado?

Diversos estudos internacionais e estatísticas apontam que o uso correto de cadeirinhas pode reduzir em até 70% o risco de morte e em até 90% o risco de lesões graves em acidentes de trânsito. Os dados reforçam que confiar apenas no cinto comum é uma escolha perigosa.

Entre os principais riscos estão:

  • Traumatismos cervicais e cranianos: comuns em impactos frontais, especialmente quando o cinto passa pelo pescoço.
     
  • Lesões abdominais e internas: o cinto abdominal pode pressionar órgãos internos com força extrema durante uma colisão.
     
  • Projeção do corpo para fora do assento ou até mesmo para fora do veículo: um dos riscos mais graves, especialmente em acidentes com capotamento.

Além disso, o impacto emocional de um acidente mal prevenido pode ser devastador para toda a família, algo que poderia ser evitado com o uso de sistemas adequados.

Quando é seguro parar de usar a cadeirinha ou o assento de elevação?

Essa é uma dúvida muito comum entre pais: afinal, até quando a criança precisa do assento de elevação?

A resposta correta depende da altura, não apenas da idade. Uma criança só pode deixar de usar o assento de elevação quando o cinto do carro passar corretamente sobre o ombro (sem tocar no pescoço) e sobre os quadris (e não na barriga). Isso costuma ocorrer quando a criança atinge cerca de 1,45 metro de altura, o que normalmente acontece entre os 10 e 12 anos.

Testes simples ajudam os pais a verificar se o cinto está bem posicionado:

  1. A criança consegue se sentar encostada no banco com os joelhos dobrando na borda do assento?
     
  2. O cinto de ombro passa pelo centro do peito e ombro, sem tocar o pescoço?
     
  3. O cinto abdominal fica ajustado sobre os quadris, e não sobre o abdômen?
     
  4. A criança consegue manter essa posição durante toda a viagem?

Se a resposta for "não" a qualquer uma dessas perguntas, o uso do assento de elevação ainda é necessário.

Dispositivos de retenção: o que escolher para cada fase?

Para garantir a máxima proteção das crianças no carro, é essencial escolher o dispositivo adequado para cada fase do crescimento:

  • Bebê conforto: ideal para recém-nascidos, deve ser instalado de costas para o movimento até pelo menos 1 ano de idade.
     
  • Cadeirinha: com cinto de cinco pontos e proteção lateral, é indicada até cerca de 4 anos ou 18 kg.
     
  • Assento de elevação (booster): utilizado com o cinto do carro, posiciona a criança para que o cinto fique na altura correta.
     
  • Assentos integrados ou reversíveis: modelos que se ajustam conforme a criança cresce, reunindo mais de uma fase em um único dispositivo.

O blog Cadeirinha de Carro oferece comparativos, análises e orientações atualizadas para ajudar os pais a escolherem a melhor opção de acordo com a idade e biotipo da criança, com base em testes de segurança e critérios técnicos rigorosos.

Como garantir a instalação correta e segura dos dispositivos?

Além de escolher o dispositivo certo, é essencial instalá-lo corretamente. De acordo com dados do Observatório Nacional de Segurança Viária, mais de 60% das cadeirinhas no Brasil são utilizadas de forma inadequada, o que reduz drasticamente sua eficácia.

Algumas dicas para garantir uma instalação segura:

  • Leia sempre o manual do fabricante.
     
  • Utilize o sistema ISOFIX se o veículo for compatível.
     
  • Certifique-se de que o dispositivo está firmemente preso e que não se movimenta mais de 2 cm para os lados.
     
  • Verifique regularmente os ajustes do cinto e o crescimento da criança.
     
  • Em caso de dúvida, procure ajuda profissional em centros de verificação técnica.
     

Segurança infantil no trânsito exige informação e responsabilidade

A crença de que o cinto de segurança comum é suficiente para proteger crianças no carro pode colocar vidas em risco. Os dispositivos de retenção infantil, como bebê conforto, cadeirinha e assento de elevação, foram desenvolvidos justamente para preencher essa lacuna de segurança, adaptando o transporte às características do corpo infantil.

Garantir a segurança das crianças no trânsito é uma responsabilidade compartilhada por pais, responsáveis e sociedade. Informar-se, seguir a legislação e escolher os equipamentos adequados são passos essenciais para evitar tragédias.

Se você deseja aprender mais sobre segurança veicular infantil, conferir análises detalhadas de cadeirinhas e tirar dúvidas frequentes sobre o tema, o blog Cadeirinha de Carro é uma fonte confiável e especializada que pode ajudar em cada etapa dessa jornada.

Agora que você já sabe por que o cinto de segurança sozinho não protege as crianças, reflita sobre como está o transporte dos pequenos na sua família. Compartilhe este conteúdo com outros pais e ajude a disseminar informação que pode salvar vidas.


 

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KELEN CRISTINE BORELLA
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