É com grande satisfação que trago à tona um conceito que considero fundamental para o sucesso de qualquer iniciativa empreendedora: a MVI ou Minimum Viable Idea (Ideia Mínima Viável). Em um cenário onde a paixão por inovar muitas vezes nos leva a querer "fazer acontecer" rapidamente, a MVI surge como um farol, guiando-nos para uma validação prévia, inteligente e, acima de tudo, econômica.
No universo das startups, muito se fala sobre o MVP (Minimum Viable Product). De fato, o MVP é um estágio crucial, que visa testar a solução com um produto, ainda que rudimentar, nas mãos do usuário. Contudo, há uma etapa anterior, frequentemente negligenciada, que pode salvar tempo, dinheiro e frustrações: a validação da própria ideia antes mesmo de se pensar em qualquer linha de código ou protótipo físico.
A MVI não é sobre construir; é sobre validar. É a arte de confirmar se o problema que você se propõe a resolver realmente existe e se sua proposta de valor ressoa com o público-alvo. É a forma mais simples e barata de testar suas premissas mais arriscadas.
Pense comigo: de que adianta gastar meses e recursos preciosos no desenvolvimento de um produto "mínimo" se o mercado não percebe o problema que ele soluciona ou se não há interesse na sua forma de resolução? A MVI nos convida a sermos humildes e curiosos, e a buscar o feedback genuíno antes que o investimento se torne irrecuperável.
A MVI é uma abordagem que prioriza o aprendizado rápido e a validação de hipóteses com o menor esforço possível. Uma das maneiras mais eficazes de começar é realizar entrevistas com potenciais clientes. Nessas conversas, o objetivo não é vender sua ideia, mas entender a fundo as dores, frustrações e as soluções que essas pessoas já utilizam.
Outra estratégia útil é a criação de landing pages de validação. Mesmo sem ter um produto pronto, é possível montar uma página simples na internet que descreva o problema e apresente uma proposta de solução. Nela, o visitante pode se cadastrar para ser avisado sobre novidades ou lançamento. A quantidade de cadastros funciona como um termômetro de interesse — e pode ser um indicativo poderoso de viabilidade.
Para testar o apelo da ideia de forma ainda mais ampla, vale a pena investir em anúncios fictícios em plataformas como Google Ads ou redes sociais. Esses anúncios direcionam o público para uma página de "em breve" ou até mesmo para uma pesquisa rápida. A taxa de cliques (CTR) e o nível de engajamento indicam se a proposta desperta curiosidade e interesse.
Por fim, em vez de desenvolver um produto completo, é possível representar a solução por meio de protótipos de baixa fidelidade. Usando papel, quadros, mockups ou ferramentas simples de wireframe, a ideia pode ser esboçada visualmente e apresentada a usuários em potencial. O feedback obtido nesse estágio inicial é precioso para ajustar e refinar a proposta antes de avançar para etapas mais complexas.
O objetivo da MVI é colher aprendizado validado. É entender "o que" as pessoas precisam e "por que" elas precisam, antes de decidir "como" construir. Se a validação da MVI for negativa, não se desespere! É uma oportunidade de pivotar sua ideia, ajustá-la ao mercado ou, se for o caso, buscar um novo problema para resolver. A falha rápida e barata é um aprendizado valioso.
Em resumo, a MVI é a bússola que nos impede de navegar sem rumo. Ela nos força a olhar para a essência do negócio – o problema e a solução proposta – antes de mergulharmos nos desafios da execução. Adotá-la significa empreender com inteligência, reduzindo riscos e aumentando exponencialmente as chances de sucesso de sua futura startup.
Pense nisso: qual é a Ideia Mínima Viável da sua próxima grande inovação?
*Elizeu Barroso Alves Professor e Coordenador de cursos na área de Gestão na UNINTER, Doutor em Administração.
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JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
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