Empresários brasileiros que desejam expandir suas operações ou iniciar um novo negócio nos Estados Unidos frequentemente se deparam com um ambiente regulatório complexo e culturalmente distinto. O entusiasmo de empreender no maior mercado do mundo, porém, pode ser rapidamente frustrado por erros estratégicos evitáveis.
“Existe uma falsa impressão de que abrir empresa nos EUA é simples porque o processo burocrático inicial parece rápido. Mas a complexidade vem depois — na gestão tributária, nas obrigações fiscais e nas diferenças legais entre os estados”, alerta Fernanda Spanner, CEO da Spanner Consulting, especializada em internacionalização de negócios brasileiros.
Segundo Spanner, os equívocos mais recorrentes entre brasileiros que iniciam negócios nos EUA incluem a escolha incorreta da estrutura jurídica — como optar por uma LLC quando o mais adequado seria uma C-Corp —, além da mistura entre finanças pessoais e empresariais, e o desconhecimento de exigências fiscais específicas de cada estado.
“Não é raro vermos empresários que registram empresas na Flórida apenas porque é um destino conhecido, sem analisar o impacto tributário real para o modelo de negócio deles”, explica a executiva.
Outro erro grave é supor que o modelo de gestão e operação brasileiro funcionará da mesma maneira em solo americano. “A legislação trabalhista, a dinâmica de mercado e até mesmo a relação com fornecedores e clientes nos EUA é diferente. Quem não se adapta, perde tempo e dinheiro.”
O peso do desconhecimento local
Cada estado americano tem exigências próprias relacionadas a licenciamento, taxas, relatórios e sales tax. Ignorar essas obrigações pode acarretar multas, suspensão de licenças e até a inviabilidade da operação.
“A falta de cumprimento de normas locais e federais compromete a reputação da empresa junto às autoridades e ao sistema financeiro. Isso dificulta a obtenção de crédito e a assinatura de contratos com parceiros estratégicos”, enfatiza Spanner.
A presença de um contador brasileiro com experiência prática nos EUA desde o início é considerada uma das decisões mais estratégicas. “Esse profissional consegue traduzir as complexidades do sistema tributário americano de forma compreensível, evitando erros que podem custar caro no futuro, como bitributação, falhas na remessa de capital ou obrigações não cumpridas com o IRS”, pontua Spanner.
Ela também destaca que muitos brasileiros subestimam o custo de vida e os impostos nos EUA, o que pode afetar diretamente o capital de giro. “Quando despesas pessoais e obrigações fiscais não são previstas adequadamente, o empresário corre o risco de comprometer o caixa do negócio logo nos primeiros meses.”
Remessa de capital: legalidade e planejamento
O envio de recursos do Brasil para capitalizar a empresa americana deve ser feito de forma legal e documentada, seja como capital social ou empréstimo internacional. Isso interfere diretamente na contabilidade da empresa nos EUA e na futura tributação sobre lucros.
“Usar plataformas autorizadas como Remessa Online Empresarial, Wise Business ou bancos com compliance internacional evita problemas com os órgãos reguladores de ambos os países”, orienta a CEO da Spanner Consulting.
Estados como Flórida, Texas e Wyoming oferecem menor burocracia e isenção de imposto de renda estadual, enquanto Califórnia e Nova York impõem regras mais rígidas e altos custos operacionais. Segundo Spanner, conhecer essas diferenças é vital para a viabilidade do negócio.
“O mesmo modelo de empresa pode ter uma lucratividade completamente diferente dependendo do estado onde está registrada. Por isso, não se trata apenas de onde é mais barato abrir, mas onde é mais estratégico operar.”
Antes mesmo de registrar a empresa, é preciso:
Além disso, ferramentas como software de contabilidade, CRM, banco com suporte a estrangeiros e plataforma de remessa internacional legalizada são indispensáveis na fase inicial.
A CEO da Spanner Consulting destaca que a falta de educação contábil e financeira é uma das maiores causas de falência de empresas brasileiras nos EUA. “Sem entender o custo fixo, a margem de lucro e o fluxo de caixa, o empreendedor toma decisões erradas desde o primeiro dia. Uma base sólida de educação financeira não é um luxo, é uma necessidade estratégica”, finaliza.
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Paulo Fabrício Ucelli
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