Rituais de fim de semestre ganham força como forma de renovar energias e reorganizar caminhos

Iniciar o semestre com um ritual é também criar condições reais para um novo começo, com mais força, direção e clareza

Marcela Rampini | Relações Públicas - B.Repense
22/07/2025 13h45 - Atualizado há 1 semana

Rituais de fim de semestre ganham força como forma de renovar energias e reorganizar caminhos
Foto: Reprodução | Arquivo Pessoal

Com o encerramento do primeiro semestre, cresce a procura por rituais de limpeza, proteção e abertura de caminhos. Mais do que práticas simbólicas, esses rituais têm raízes profundas na espiritualidade, onde tempo e movimento são forças sagradas. Encerrar um ciclo, nesse contexto, não é apenas concluir uma etapa, mas reorganizar a energia, rever rotas e criar espaço para o novo.

No Candomblé, a estagnação é sinônimo de desequilíbrio, o excesso de demandas, as relações que drenam e os ambientes carregados afetam diretamente o campo espiritual e, por consequência, o corpo, a mente e a rotina. Os rituais de fim de ciclo funcionam como um reset: limpam o que adoece, protegem o que sustenta e abrem caminhos para o que se deseja viver. Essa é a base para qualquer recomeço.

“No final de um ciclo, é comum que a energia esteja travada e é por isso que nessa fase, muitas pessoas sentem cansaço, confusão, sensação de que estão dando muito e recebendo pouco. O ritual vem para realinhar esse campo, trazendo de volta a clareza, a presença e a capacidade de agir”, explica Eduardo Elesu, sacerdote de Esù.

As práticas variam conforme a necessidade de cada pessoa, por isso, não se trata de uma fórmula, mas de um direcionamento individualizado. É comum que tudo comece com a leitura do oráculo, que indica o que precisa ser limpo, o que deve ser protegido e quais caminhos podem ser ativados com mais fluidez e a partir dessas orientações, são prescritas práticas como banhos de ervas, rezas, oferendas e, em muitos casos, o ebó.

“Não é mágica, nem promessa fácil. É espiritualidade aplicada à vida e quando o campo está limpo e bem sustentado, a pessoa consegue tomar decisões com mais firmeza, se posicionar com mais clareza e voltar a sentir prazer em viver”, afirma Elesu.

Para quem encerra o semestre com a sensação de peso, desgaste ou desalinho, o ritual pode representar uma retomada de eixo. É uma forma de reconectar com a própria força e atravessar a segunda metade do ano com mais presença e propósito. A tradição ensina que todo ciclo tem começo, meio e fim e todo fim bem conduzido é também um renascimento com mais sabedoria.


Sobre Eduardo Elesu

Eduardo Elesu é sacerdote de Esù e dirigente do Ilê Odé Nlá Axé Alagbará. Sua trajetória espiritual começou na infância, marcada por experiências de dor e superação, tendo encontrado acolhimento no candomblé. Frequentador do Candomblé desde os três anos de idade, é filho da Yalorixá Siwalejó (Noemi) e de Carlos Eduardo. A perda repentina de seu pai reforçou o vínculo da família com a espiritualidade afro-brasileira. 

Iniciado em nome de Oxóssi, Eduardo sempre teve uma forte conexão com Esù, assumindo responsabilidades rituais desde jovem. Foi acolhido no Ilê Obá Ketu Axé Omi Nlá, onde se aprofundou sob a orientação do Babalorixá Rodney William. Após cumprir todas as etapas iniciáticas, foi consagrado como Elesu, sacerdote de Esù. Atualmente, como Oluwo, lidera seu próprio Ilê e é amplamente reconhecido pela precisão nos Jogos de Búzios, rituais de Ebó, encantamentos e processos iniciáticos.


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