A mais recente Avaliação Nacional da Alfabetização, divulgada pelo Ministério da Educação (MEC) em julho, revelou avanços modestos no índice de alfabetização ao final do 2º ano do Ensino Fundamental. Em 2023, a média nacional foi de 59,2%, crescimento de apenas 2,3 pontos percentuais em relação ao ciclo anterior.
Entretanto, os dados também destacam redes municipais de ensino que vêm registrando progressos bem acima da média. É o caso dos municípios que mantêm parcerias com programas estruturados de alfabetização. Um desses exemplos é o Instituto Alfa e Beto (IAB), cujas estratégias pedagógicas seguem metodologias validadas por evidências científicas e avaliação externa.
Os números mostram que, entre os municípios parceiros desde a primeira edição da avaliação, o percentual de alunos considerados alfabetizados chegou a 76,91%. Mesmo considerando todos os parceiros que participaram da segunda edição — incluindo os com menos de um ano de implementação — a taxa média foi de 68%, significativamente superior à média nacional.
Em todos os estados onde o instituto atua, os municípios atendidos superam a média estadual de alfabetização. Os resultados chamam a atenção não apenas pelo desempenho, mas também pela consistência e abrangência, independentemente das condições socioeconômicas ou estruturais locais.
"Os resultados divulgados pelo MEC confirmam aquilo que a ciência da educação já demonstra há décadas: é possível alfabetizar a maioria das crianças até os sete anos, desde que se adote uma metodologia estruturada, baseada em evidências e acompanhada de formação continuada dos professores. Não se trata de gastar mais, mas de gastar melhor, com foco na aprendizagem real dos alunos", afirma Mario Ghio, presidente do Instituto Alfa e Beto.
Algumas redes se destacam de forma expressiva. O município de Júlio Borges, no Piauí, por exemplo, passou de 43% para 100% de crianças alfabetizadas em um único ano. Experiências como essa sugerem que intervenções pedagógicas bem estruturadas, com formação docente contínua e gestão orientada por resultados, podem reverter cenários historicamente desafiadores.
Os dados reforçam o papel central da alfabetização como prioridade das políticas públicas educacionais e mostram que, mesmo com recursos limitados, avanços significativos são possíveis quando há foco pedagógico, planejamento técnico e monitoramento sistemático do processo de aprendizagem.
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ANNIE LAURIE LATTARI FERREIRA BRAGA
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