Do golpe da Soffy aos crimes virtuais no dia a dia: especialista alerta para nova era das fraudes digitais
Casos recentes mostram que crimes cibernéticos não estão mais restritos a ataques em larga escala — e sim espalhados por apps, mensagens e interações cotidianas. Veja como identificar e evitar golpes que já atingiram mais de 40 milhões de brasileiros
ELLEN ALVES
21/07/2025 11h30 - Atualizado há 4 dias
Fonte: imagem gerada com IA
A Justiça de São Paulo determinou recentemente o bloqueio de R$ 270 milhões desviados por hackers durante um ataque a uma fintech — um dos maiores crimes digitais já identificados no país. Poucos dias antes, um levantamento da Polícia Civil do Rio de Janeiro expôs as principais ocorrências de crimes virtuais no estado: clonagem de WhatsApp, perfis falsos, estelionatos com links maliciosos e vazamento de dados. Casos assim, cada vez mais comuns, mostram que os golpes online evoluíram: hoje, operam em grupos fechados, utilizam inteligência artificial e afetam desde grandes empresas até usuários comuns.
Quem alerta para esse cenário é Rosa Maria Neves Abade, professora do curso de Direito da Universidade Cruzeiro do Sul e especialista em segurança digital. Segundo ela, a redução recente nas denúncias de crimes cibernéticos no Brasil não indica queda real nos crimes, mas sim uma mudança no modo de atuação dos golpistas. “Os criminosos migraram para ambientes privados, como grupos no Telegram ou chats criptografados, e estão usando ferramentas sofisticadas, como deepfakes, bots e engenharia social. O golpe está mais difícil de perceber e, muitas vezes, a vítima sequer sabe que foi enganada, o que atrasa ou impede a denúncia”, afirma a professora.
Os dados que ajudam a entender essa mudança são da SaferNet Brasil, que registrou 100.077 denúncias de crimes cibernéticos em 2024 — uma queda de 34% em relação ao ano anterior. Para Rosa, o número menor de notificações pode refletir, na verdade, a dificuldade crescente de percepção e rastreio, em um cenário cada vez mais silencioso e tecnicamente complexo.
Isso fica claro quando, outro levantamento, dessa vez do DataSenado, cerca de 24% dos brasileiros com mais de 16 anos afirmaram ter sido vítimas de algum tipo de golpe digital nos últimos 12 meses — o que representa mais de 40 milhões de pessoas.
Famílias e estudantes: alvos cotidianos Além de aprofundar os métodos tecnológicos, os golpes mais perigosos de 2025 também são os mais plausíveis — simulam interações comuns e se aproveitam da rotina. De acordo com a professora, os idosos costumam ser enganados por mensagens que imitam contatos bancários ou pedidos urgentes de parentes, enquanto crianças e adolescentes enfrentam riscos em redes sociais, como exposição de imagens íntimas, chantagens e uso indevido de cartões de crédito dos pais.
Por isso, a orientação, segundo a docente é aconselhar preventivamente dentro de casa. “Com os filhos, é preciso ter diálogo e monitoramento. Com os mais velhos, explicar que nenhuma instituição legítima faz solicitações urgentes por mensagem, e que nunca se deve clicar em links ou fornecer senhas por WhatsApp, e-mail ou SMS”, sugere.
Inteligência artificial e romance: o golpe que mistura afeto e prejuízo Uma das fraudes que mais crescem é o "pig butchering", um golpe de longo prazo que mistura afeto e manipulação financeira. De acordo com a UNODC, essa modalidade causou US$ 75 bilhões em prejuízos globais em 2023.
“O criminoso se aproxima fingindo uma relação afetiva, cria vínculos, ganha confiança e, quando a vítima está emocionalmente envolvida, propõe um investimento ou pede dinheiro. Com IA e deepfake, esses perfis estão mais críveis do que nunca”, alerta Rosa. Ela recomenda atenção a perfis ‘perfeitos demais’, que evitam chamadas de vídeo, propõem ganhos fáceis ou criam intimidade rapidamente. Pesquisar nome e foto no Google Imagens e nunca transferir valores a quem você não conhece pessoalmente são passos essenciais.
Como se proteger: hábitos simples, efeito real Para evitar cair em golpes, Rosa Abade, professora do curso de direito da Universidade Cruzeiro do Sul recomenda cinco atitudes imediatas: - Senhas fortes e diferentes para cada plataforma;
- Autenticação em dois fatores, sempre que disponível;
- Desconfiança diante de mensagens urgentes ou links recebidos por e-mail, SMS ou WhatsApp;
- Atualização frequente de apps, navegadores e sistemas;
- Jamais fornecer senhas, códigos ou dados bancários por mensagem ou telefone.
“Esses cuidados são simples, mas poderosos. Segurança digital não é só para especialistas — é para todos, todos os dias”, finaliza.
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