Preta Gil e o câncer colorretal: uma perda que nos lembra da importância de ouvir o corpo

Após uma longa batalha contra o câncer colorretal, a cantora Preta Gil faleceu aos 50 anos. A doença, silenciosa no início, é uma das que mais mata no Brasil — mas pode ser prevenida com exames de rotina e atenção aos sintomas. Especialista explica os sinais de alerta e como agir a tempo.

Bendita Letra
21/07/2025 12h05 - Atualizado há 16 horas

Preta Gil e o câncer colorretal: uma perda que nos lembra da importância de ouvir o corpo
Wikimedia Commons
 

O Brasil perdeu nesta semana uma artista de trajetória marcante e presença afetiva incontornável. Preta Gil faleceu aos 50 anos após complicações relacionadas ao câncer colorretal, diagnosticado em 2023. A morte precoce da cantora reacende o alerta sobre uma das doenças que mais mata no país, mas que ainda é cercada de desinformação, preconceito e, principalmente, silêncio.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer colorretal é o segundo mais incidente entre as mulheres e o terceiro entre os homens no Brasil. Em muitos casos, os sintomas são sutis ou passam despercebidos — o que faz com que o diagnóstico aconteça em estágios avançados, reduzindo as chances de cura.

“O câncer de intestino pode se desenvolver por anos sem sinais evidentes. Por isso, a prevenção e o rastreamento são fundamentais. Colonoscopias a partir dos 45 anos, mesmo sem sintomas, já são recomendadas. E em pessoas com histórico familiar ou fatores de risco, o cuidado precisa ser ainda mais precoce”, explica o Dr. Bruno Sander, especialista em gastroenterologia.

O que observar no corpo?

Entre os sinais de alerta estão alterações persistentes no hábito intestinal (diarreia ou constipação), sangramento nas fezes, dor abdominal frequente, perda de peso inexplicada, sensação de evacuação incompleta e fadiga.

Apesar disso, muitos pacientes demoram a buscar ajuda — por vergonha, medo ou por não acreditarem que os sintomas possam ser graves. A consequência é grave: dados do INCA indicam que apenas 37% dos casos são diagnosticados ainda em estágio inicial, quando as chances de cura ultrapassam 90%.

Diagnóstico precoce salva vidas

A boa notícia é que o câncer colorretal pode ser detectado precocemente — e em muitos casos até prevenido. Isso porque ele se desenvolve, na maioria das vezes, a partir de pólipos intestinais, que podem ser removidos antes de se tornarem tumores.

“É preciso quebrar o tabu em torno dos exames. A colonoscopia, embora temida por muitos, é segura, feita com sedação e pode literalmente salvar uma vida”, reforça o especialista.

Além disso, hábitos como alimentação rica em fibras, prática regular de atividade física, redução do consumo de carnes processadas, álcool e cigarro também ajudam a diminuir o risco da doença.


 

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MARIA JULIA HENRIQUES NASCIMENTO
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FONTE: Bruno Sander, doutor e mestre pela UFMG, médico cirurgião-geral, endoscopista, gastroenterologista e diretor do Hospital Dia Sander Medical Center, em Belo Horizonte
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