Nuvem híbrida e setor financeiro: da adoção técnica à virada de mentalidade

Capital Informação
17/07/2025 11h54 - Atualizado há 4 dias

Nuvem híbrida e setor financeiro: da adoção técnica à virada de mentalidade
Adistec

*Por Marcus Pedrosa da Silva 

A nuvem híbrida se consolidou como o ponto de equilíbrio entre inovação e controle, especialmente para o setor financeiro. O que começou como uma solução transitória para desafios técnicos tornou-se, aos poucos, um modelo estratégico que responde simultaneamente às exigências por agilidade, segurança e conformidade. Em um ambiente onde a transformação digital não é mais opcional, mas sim mandatória, a arquitetura híbrida deixou de ser promessa para se tornar realidade — e, mais que isso, infraestrutura crítica. 

Pesquisa recente da Febraban de 2025, aponta que os bancos brasileiros planejam investir cerca de R$ 47,8 bilhões em tecnologia, com uma alta de 59% nos investimentos voltados à nuvem. Entre as prioridades citadas pelas instituições estão analytics, inteligência artificial e, especialmente, segurança — uma demanda crescente em função da complexidade dos ambientes digitais e da sofisticação das ameaças. Em paralelo, o relatório State of Multicloud Security 2024, da Microsoft, mostra que 90% das organizações globais já adotam algum nível de infraestrutura multicloud ou híbrida e 86% das empresas que adotaram essa estratégia enfrentam dificuldades em segurança e conformidade. No caso do setor financeiro, essa escolha não se dá apenas por conveniência técnica, mas por necessidade estratégica. 

Há uma tensão natural nesse movimento. Bancos lidam com grandes volumes de dados sensíveis, operam sob regulação intensa e precisam garantir continuidade ininterrupta de seus serviços. Mover tudo para a nuvem pública não é uma opção viável para muitos. Permanecer inteiramente on-premises, por outro lado, compromete escalabilidade, elasticidade e a capacidade de inovação. A nuvem híbrida surge como resposta a esse impasse, permitindo que workloads críticos permaneçam sob controle local, enquanto aplicações menos sensíveis ou mais voláteis sejam alocadas em ambientes de nuvem pública. Não é uma solução intermediária, e sim a convergência do melhor dos dois mundos. 

Esse modelo também contribui para dar tração a iniciativas estratégicas do setor, como a ampliação do Open Finance, o uso de IA generativa para personalização de serviços e a modernização de sistemas legados sem interrupções. A nuvem híbrida não apenas suporta essas iniciativas, ela as viabiliza. E quanto mais as instituições aprofundam suas jornadas digitais, mais evidente se torna a importância de uma governança eficaz sobre esse ecossistema distribuído. Gerenciar identidades, proteger dados em movimento, garantir conformidade e orquestrar ambientes heterogêneos são desafios que exigem planejamento e maturidade técnica.

Mais do que uma tendência tecnológica, o avanço da nuvem híbrida no setor financeiro representa uma mudança de mentalidade e maturidade. O movimento não deve ser encarado apenas como adoção de infraestrutura, mas como um posicionamento estratégico. Trata-se de reconhecer que inovação e controle não são opostos, e sim complementares, desde que sustentados por arquitetura, estratégia e pessoas preparadas. O que os números revelam é um caminho já em curso. O que ainda está em aberto é como cada organização vai percorrê-lo: com cautela, com pressa ou com inteligência. 

* Marcus Pedrosa da Silva é Engineering Sales Coordinator da Adistec Brasil 

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