A Reforma Tributária, uma das mais profundas mudanças no sistema fiscal brasileiro nas últimas décadas, entrou em sua fase decisiva de regulamentação. Prevista para entrar em vigor em 2026, a nova estrutura promete simplificar tributos, unificar impostos sobre consumo e alterar de forma significativa a forma como empresas de todos os portes recolhem suas contribuições. Mas, apesar da proximidade da mudança, muitas organizações ainda estão no escuro sobre os impactos reais que enfrentarão.
De acordo com especialista em contabilidade e planejamento tributário, a hora de agir é agora. O diagnóstico antecipado do novo cenário fiscal pode representar a diferença entre manter a competitividade ou sofrer prejuízos significativos a partir do novo regime.
“A maioria dos empresários ainda não entendeu que a Reforma não será apenas uma mudança operacional, mas um divisor de águas na estrutura financeira dos negócios”, alerta consultora especialista em assuntos regulatórios da Contabilizei, Juliana Ribas. “Sem planejamento, as empresas podem enfrentar um aumento inesperado de carga tributária ou até perder benefícios fiscais que hoje fazem toda a diferença no caixa.”
O papel da contabilidade, tradicionalmente associado à conformidade e à burocracia fiscal, ganha agora contornos estratégicos. Com as novas regras, o contador se torna peça-chave na tomada de decisões, simulando cenários com base nas projeções de alíquotas, analisando margens de lucro sob o novo sistema e sugerindo ajustes operacionais ou societários que preservem a saúde financeira da empresa.
Entre os pontos de atenção, estão a substituição do ICMS, ISS, PIS e Cofins pelo IBS e pela CBS, mudanças na forma de apropriação de créditos, além de impactos na precificação e na margem de lucro — especialmente em setores que operam com alta tributação ou com regimes especiais.
“Cada empresa vai sentir os efeitos da Reforma de forma diferente. O que é vantajoso para um setor pode ser desastroso para outro. Por isso, é fundamental que o contador analise a fundo o modelo atual e proponha adequações com base na nova realidade. É como se estivéssemos todos mudando de estrada: quem traçar o novo percurso com antecedência chega antes, com segurança e menos custos”, completa o especialista.
Além disso, reorganizações societárias, revisão de regimes tributários e mudanças em processos de compras e vendas podem ser necessárias. O que está em jogo, segundo o especialista, não é apenas o pagamento de tributos, mas a própria estrutura do negócio.
Ainda que a implementação definitiva esteja prevista para os próximos dois anos, o processo de transição já começou — e será complexo. A convivência entre sistemas antigos e novos exigirá um planejamento detalhado, constante atualização e tomada de decisões baseadas em dados.
“O grande erro, neste momento, é adotar a postura de ‘esperar para ver’. A contabilidade não deve mais ser apenas reativa. Ela precisa ser uma ferramenta de inteligência de negócio. Quem se antecipa, reduz riscos, evita surpresas e pode, inclusive, encontrar oportunidades tributárias que passarão despercebidas para a maioria”, finaliza
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Bárbara Stephanie Monteiro
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