Mix Maná: dos biscoitos mais pedidos do Amazonas à conquista do mercado paraense

 

O Amazonas, estado de extensão continental, possui desafios significativos para o desenvolvimento industrial e comercial, especialmente para negócios fora da capital Manaus. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado possui um Índice de Desenvolvimento Logístico considerado entre os mais baixos do país, impactando diretamente o custo e a eficiência da distribuição de produtos.

 

A Mix Maná foi fundada por Miriam Mateus e Francisco Carlos, que iniciaram o negócio com recursos próprios e uma gestão familiar centrada na regularidade da produção. A empresa precisou enfrentar o alto custo do transporte fluvial e rodoviário, a dificuldade de acesso a matérias-primas e insumos, além da escassez de visibilidade perante os grandes mercados regionais.

 

Atualmente, a administração da empresa é conduzida por Érica Mateus, que atua como diretora executiva, coordenando as operações administrativas e estratégicas da fábrica. A supervisão operacional está a cargo de Esther Ferreira, responsável por garantir a integração e o funcionamento eficiente das áreas produtivas e administrativas.

 

Nos últimos anos, o crescimento da Mix Maná também passou a contar com a contribuição do jovem estrategista Davi Santiago. Empresário, escritor e reconhecido nacionalmente como o maior mentor mirim do Brasil, Santiago vem se destacando por sua atuação precoce no campo da estratégia institucional e desenvolvimento de marcas. Considerado um nome admirável por seus resultados com pouca idade, ele passou a integrar a trajetória da empresa com foco em planejamento digital, fortalecimento da identidade de marca e posicionamento regional.

 

Com essa nova etapa, a Mix Maná passou a expandir sua atuação para o estado do Pará — um dos maiores mercados consumidores da Região Norte. De acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Pará, o setor alimentício é um dos que mais crescem no estado, sustentado pela valorização de produtos regionais e o aumento da demanda por alimentos de origem artesanal.

 

A estratégia de crescimento da empresa tem envolvido o redesenho das embalagens, o aumento da frota de distribuição e o fortalecimento dos canais de comunicação com os clientes. Embora não existam declarações oficiais sobre expansão para outros estados, os movimentos atuais da empresa indicam um direcionamento mais ambicioso.

 

Para especialistas em desenvolvimento regional, o caso da Mix Maná serve como exemplo de como pequenas e médias empresas podem superar desafios estruturais com decisões consistentes. O professor Carlos Almeida, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), afirma que “negócios familiares como o da Mix Maná revelam que é possível competir com grandes marcas, mesmo a partir do interior, quando se alia gestão eficiente, planejamento e identidade regional.”

 

A trajetória da Mix Maná reforça uma reflexão importante sobre o consumo no Norte do Brasil: até que ponto a dependência de marcas nacionais não tem obscurecido o potencial das marcas locais? E se a chave não estiver em competir com os grandes, mas em consolidar o valor do que é feito dentro da própria região?