Mesmo diante da 'Guerra Tarifária', mercado corporativo e de data center deve se sobrepor ao cenário desafiador no Brasil

Crescimento contínuo do segmento, ainda que discreto, pode ser o principal responsável por evitar a estagnação do setor de Telecom no Brasil.

HAMILTON ZAMBIANCKI
20/06/2025 13h54 - Atualizado há 2 dias

Mesmo diante da 'Guerra Tarifária', mercado corporativo e de data center deve se sobrepor ao cenário
Divulgação Fibracem
Um dos assuntos que vem ganhando, a cada dia, mais desdobramentos tem sido a série de tensões comerciais, especialmente entre duas das maiores economias do mundo: Estados Unidos e China. A chamada 'guerra tarifária' iniciou-se com o governo dos Estados Unidos adotando medidas protecionistas para fortalecer a fabricação interna. Embora ambos os países, EUA e China, tenham recentemente recuado em algumas imposições, os efeitos dessas políticas têm gerado instabilidade econômica global.

No Brasil, o cenário não é diferente. Muitos setores, que hoje podem ser considerados verdadeiros motores da economia nacional, também estão sujeitos a serem impactados por essa onda de incertezas. Aliando isso ao aumento no custo da importação, à alta da taxa de juros e às dificuldades na contratação de financiamentos para investimentos, a pergunta que não quer calar é: quais são as expectativas para o futuro do setor?


Mesmo diante de um cenário global desafiador, marcado por tensões comerciais entre grandes potências, o setor de telecomunicações no Brasil tem encontrado estabilidade em segmentos estratégicos, como o mercado corporativo e os data centers. Com isso, soluções como o Shelter da Fibracem, com foco no mercado corporativo, e o DIO IANOS, fruto da parceria com a fabricante suíça Huber+Suhner são grandes diferenciais no portfólio.

"Enquanto outras áreas de telecom possam enfrentar uma estagnação devido ao aumento dos custos de importação e taxas de juros elevadas, a demanda por data centers continua em expansão, impulsionada principalmente pela crescente necessidade de armazenamento em nuvem e processamento de dados em tempo real", avalia a CEO da Fibracem, indústria 100% nacional especializada no mercado de comunicação óptica no Brasil, Carina Bitencourt.

Ampliação de redes externas fica comprometida

Quando se trata de cobertura de internet no país, a expansão de redes de fibra óptica, que pode levar sinal de internet de qualidade a áreas mais remotas, pode ficar um tanto quanto comprometida. A alta taxa de juros no Brasil, aspecto que tem dificultado a obtenção de financiamentos lucrativos para ampliação, acabam traduzindo-se em custos mais elevados que são, consequentemente, transferidos aos produtos finais, pressionando toda a cadeia do setor, desde os fabricantes até os consumidores finais.

Para ela, em um curto prazo, a previsão é que Provedores de Internet optem por priorizar a manutenção de sua base atual de operações ao invés de buscarem expansão. Contudo, no médio e longo prazo, caso haja uma estabilidade maior e um ambiente econômico mais favorável, pode-se esperar inversão desse cenário.

A executiva da companhia brasileira lembra, ainda, que o setor de Telecom já vem presenciando um crescimento mais lento nos últimos anos, mas que deve se tornar ainda mais evidente graças aos entraves entre as duas potências mundiais.

"Creio que as empresas vão precisar diversificar fornecedores, reduzindo a dependência de países envolvidos nas disputas, como China ou EUA, buscando alternativas em polos emergentes como Vietnã, Índia, México e Brasil, além de nacionalização e regionalização de cadeias produtivas e, claro, atenção maior para investimento em P&D e tecnologias próprias”, finaliza Carina Bitencourt.
 

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HAMILTON MARCOS DOS SANTOS JUNIOR
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