Nos bastidores das empresas, uma transformação silenciosa tem ganhado força entre as mulheres líderes. Isso tem acontecido porque essas gestoras estão incorporando valores e práticas da espiritualidade feminina para reformular suas formas de liderança.
Em vez de replicar modelos hierárquicos e rígidos, elas estão cultivando uma liderança baseada na escuta, na intuição e na conexão com o corpo, habilidades muitas vezes subestimadas no ambiente corporativo, mas essenciais em tempos de mudança e complexidade.
Inspiradas por arquétipos ancestrais de força e autonomia feminina, essas líderes desenvolvem uma presença que não se impõe pelo controle, mas pelo alinhamento interno. A busca por equilíbrio entre razão e emoção, entre produtividade e bem-estar, está no centro de uma nova cultura organizacional que valoriza o humano acima da performance desumanizada.
“Quando eu trabalho com a energia da Pombagira, estou ajudando outras mulheres a lembrarem que podem ocupar espaço sem pedir desculpas, que podem dizer não, sentir prazer e falar alto. Essa entidade ensina que liderança não é mandar, é assumir quem você é com coragem”, afirma Andrine Herreiro, Pombagira viva, oráculo da sedução, cura e auto-reconhecimento.
Foto: Reprodução | Arquivo Pessoal
Para ela, o ambiente corporativo ainda impõe que mulheres se ajustem a moldes masculinos de liderança, baseados em competição, lógica linear e performance constante, no entanto, Andrine afirma que para mulheres, a liderança vem de um outro lugar: “A liderança começa no útero. Não importa se você é mãe ou não. É no centro do nosso corpo que mora a bússola da nossa verdade. E quando uma mulher se conecta com essa força, ela lidera com clareza, com afeto e com impacto real”, explica.
Essa nova abordagem tem ganhado espaço em programas de desenvolvimento de liderança, mentorias e até em processos seletivos, à medida que as empresas percebem a necessidade de modelos mais humanos, criativos e regenerativos. A espiritualidade, nesse contexto, não é uma crença religiosa, mas uma ferramenta de reconexão com valores, propósitos e práticas que sustentam culturas organizacionais mais saudáveis e inclusivas.
Ainda assim, o caminho não é livre de resistências, em setores mais tradicionais, a linguagem do corpo, do sagrado e da ancestralidade pode ser recebida com ceticismo. “Muitas mulheres foram afastadas da sua espiritualidade pelas violências que sofreram em instituições religiosas e também pelas exigências do mundo corporativo, que cobra racionalidade o tempo todo. Mas quando falamos de espiritualidade aqui, estamos falando de autonomia, escuta, clareza emocional e poder de decisão”, afirma Andrine.
Espaços como círculos de mulheres e mentorias integrativas têm se revelado ferramentas eficazes para repensar a liderança dentro das empresas. A lógica é oposta à da escada corporativa tradicional e em vez de subir sozinha, essas mulheres criam redes, giram em roda, compartilham saberes e constroem coletivamente. “A gente gira em roda, aqui não tem uma mulher que sabe mais ou menos. Todas temos uma história, e todas têm algo pra ensinar. Essa é a liderança que transforma e não acontece de forma vertical, mas relacional”, resume Andrine.
Num contexto de múltiplas crises, esse tipo de liderança mostra-se cada vez mais relevante e por isso, organizações que abraçam esses princípios relatam não apenas melhorias no clima organizacional, mas também inovação, retenção de talentos e maior engajamento de equipes.
Ao trazer o corpo e a escuta de volta às decisões, essas líderes estão apontando para um futuro onde a vulnerabilidade é reconhecida como potência, e a presença plena é a nova competência essencial. É nesse novo mapa de poder, mais humano, mais inteiro e mais conectado.
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JULIANA SISMAN LIBA
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