O grupo Egregora estreia em julho a peça "Arquiteto e o Imperador da Assíria", livremente inspirada na obra do dramaturgo e cineasta espanhol Fernando Arrabal, um dos grandes nomes do teatro do absurdo. Com direção de Lilian Luchesi e atuação de Diogo Guermandi e Samuel Mota, o espetáculo terá dez apresentações gratuitas no Teatro do Curso Ator, na Praça Roosevelt, em São Paulo.
Em um jogo provocador e insano de poder, identidade e dominação, dois personagens se enfrentam e se confundem numa ilha isolada, desafiando as fronteiras entre civilização e barbárie, controle e loucura. O texto, carregado de humor ácido e de linguagem surrealista, conduz o público por uma experiência radical que reflete, por meio do absurdo, as contradições da vida moderna.
Nesta versão, o espetáculo se atualiza e ressoa com os dilemas contemporâneos: a hiperconectividade, a ansiedade de seguir trends passageiras, e o esgotamento de viver sob o olhar permanente do outro. A encenação propõe uma crítica feroz aos excessos do presente — onde tudo é exposto, vigiado, performado — e onde a identidade oscila entre o ser e o parecer.
Mais do que oferecer respostas, "Arquiteto e o Imperador da Assíria" convida o espectador a mergulhar em suas próprias perguntas. Cada olhar, cada vivência, cada repertório encontra na cena um espelho particular. É o absurdo como provocação — desconcertante, poético e, sobretudo, aberto à interpretação de quem assiste.
Criador do movimento Pânico, Fernando Arrabal propõe uma estética marcada pelo delírio, o caos e a euforia como forma de subversão. Com essa mesma liberdade, o Grupo Egregora mergulha na obra como parte de sua pesquisa cênica e pedagógica no Curso Ator.
O projeto conta com apoio da Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo, viabilizado por emenda parlamentar do vereador Manoel Del Rio.
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LUIZ EDUARDO DE CARVALHO
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