O setor de transporte e logística está em plena transformação. Pressionado por metas ambientais mais rigorosas, pelo crescimento do e-commerce e pela busca constante por eficiência operacional, o mercado tem apostado fortemente em inovação. Neste cenário, os veículos comerciais, principalmente caminhões e vans voltados ao transporte de mercadorias, vêm assumindo um papel central na transição para modelos mais sustentáveis e tecnológicos.
Entre as tendências mais relevantes, está o avanço da eletrificação das frotas. Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o Brasil atingiu em 2024 um novo recorde de emplacamentos de veículos eletrificados leves, com mais de 177 mil unidades registradas, um salto de quase 90% em relação ao ano anterior. Embora a maioria desses modelos ainda seja de passeio, o movimento já começa a se refletir no segmento de comerciais leves e pesados, com testes, lançamentos e investimentos em caminhões elétricos por parte das principais montadoras.
Esses testes, realizados em parceria com operadores logísticos e grandes empresas dos setores de alimentos, bebidas e varejo, buscam avaliar o desempenho dos modelos elétricos em rotas urbanas e regionais. Ainda que o custo de aquisição e a infraestrutura de recarga sigam como desafios, o avanço da tecnologia e os incentivos por programas como o Mobilidade Verde e Inovação, que oferece benefícios fiscais e incentivos financeiros para a compra de veículos mais sustentáveis e a implementação de infraestrutura de recarga, indicam um caminho promissor.
Paralelamente, tecnologias como inteligência artificial (IA) e automação vêm ganhando espaço na cadeia logística. Soluções baseadas em IA já permitem otimizar rotas de entrega com base em dados de tráfego, clima e consumo de combustível, reduzindo custos e melhorando a produtividade das frotas. Em centros de distribuição, o uso de robôs tem acelerado processos como o picking, separação de produtos, e o packing, embalagem para envio, essenciais diante da crescente demanda por entregas ágeis.
Outro ponto que não pode ser ignorado é a pressão por modelos mais sustentáveis de operação. A logística reversa, por exemplo, tem se fortalecido como estratégia para reutilização e reciclagem de embalagens e materiais. No entanto, os obstáculos ainda são grandes. De acordo com o Instituto de Estudos e Pesquisas Ambientais (IEPA), apenas 4% dos resíduos sólidos no Brasil são reciclados, um dado que mostra o tamanho da oportunidade e da responsabilidade do setor.
A evolução tecnológica no setor de transporte e logística é evidente, e a adaptação às novas demandas tornou-se crucial para a competitividade. Integrar soluções mais eficientes e sustentáveis não é apenas uma resposta às regulamentações ambientais, mas uma estratégia para se manter relevante no mercado. As inovações tecnológicas precisam estar alinhadas com as necessidades reais do setor, considerando as operações cotidianas no transporte e na logística.
O futuro dos veículos comerciais está sendo moldado por avanços em eficiência energética, conectividade e sustentabilidade. Para os profissionais do setor, antecipar essas transformações deixou de ser uma opção, tornando-se uma necessidade estratégica.
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Cristian Francisco Buono Costa
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