Betabloqueadores: existe uso seguro da medicação para arritmia e hipertensão no tratamento da ansiedade?
Cardiologista cita efeitos colaterais como sensação de fraqueza, tontura, frequência cardíaca baixa e até depressão e disfunção sexual
BERNARDO BRUNO
17/06/2025 11h08 - Atualizado há 11 horas
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Originalmente criados para controlar o ritmo cardíaco e tratar condições cardiovasculares, os betabloqueadores viraram uma verdadeira tendência entre atores e celebridades. O ator Finn Wolfhard, famoso pela série da Netflix, Stranger Things, citou recentemente a medicação como um de seus “essenciais”. Já a atriz Rachel Sennott comentou no tapete vermelho da premiação do Oscar deste ano que os betabloqueadores fazem parte da sua “rotina pré-evento”. Na edição do ano passado do prêmio de Hollywood, foi o vencedor de melhor ator coadjuvante, Robert Downey Jr., que fez menção ao uso da medicação cardíaca ao subir no palco para receber a estatueta. No entanto, quais os riscos de usar os betabloqueadores como forma de tratamento da ansiedade? De acordo com a Dra. Nathália Rodrigues, cardiologista da Casa de Saúde São José, o uso pontual da substância pode trazer riscos mesmo em pessoas sem histórico de problemas cardíacos. “Seu uso deve ser prescrito somente pelo médico e após sua avaliação individualizada. Não são medicamentos recomendados para quem tem a pressão arterial muito baixa, por exemplo, bradicardia (frequência cardíaca baixa), ou para quem tem problemas respiratórios, já que ocasionalmente geram crises graves de asma e descompensação da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)”, completa a médica. Os betabloqueadores são medicações que agem bloqueando a liberação dos hormônios do estresse (adrenalina e noradrenalina), baixando a pressão arterial e a frequência cardíaca. As medicações podem ser prescritas por cardiologistas para tratar arritmias, hipertensão arterial e angina. Apesar disso, existem tipos diferentes de betabloqueadores, incluindo medicações mais indicadas para tratar doenças não cardíacas. “Existem dois grupos de betabloqueadores: os seletivos, que são mais usados para problemas cardíacos, porque agem bloqueando principalmente a adrenalina e noradrenalina no coração, possuindo menos efeito no restante do corpo. E existem os não seletivos, que bloqueiam a ação dos hormônios em outras partes do corpo além do coração. São mais usados para doenças não cardíacas, como ansiedade e enxaqueca”, explica a cardiologista da Casa de Saúde São José. Ainda assim, é preciso ter cuidado no uso dessas medicações. A Dra. Nathália Rodrigues explica que os efeitos colaterais dos betabloqueadores podem incluir sintomas como: “sensação de fraqueza, tontura, frequência cardíaca baixa, sudorese, depressão, disfunção sexual e até mesmo descompensações respiratórias”. Portanto, seu uso deve ser feito sempre com acompanhamento médico. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
BERNARDO DE QUADROS BRUNO
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