Medo de falar em público atinge crianças brasileiras e compromete desempenho escolar

Especialista aponta sinais de alerta e dá dicas práticas para transformar apresentações escolares em experiências positivas

TINTEIRO ASSESSORIA DE IMPRENSA
17/06/2025 08h12 - Atualizado há 12 horas

Medo de falar em público atinge crianças brasileiras e compromete desempenho escolar
Divulgação

Falar em público pode ser uma experiência desafiadora para muitos adultos, mas para crianças e adolescentes, o medo de se expressar diante da turma pode comprometer o desempenho escolar e o desenvolvimento emocional. A Dra. Cristiane Romano, fonoaudióloga e doutora em expressividade, alerta que a dificuldade em apresentações orais na infância merece atenção e pode ser revertida com estratégias de apoio emocional e pedagógico.

“Quando a criança se cala, não apenas deixa de expressar uma ideia — ela perde a chance de desenvolver habilidades fundamentais como argumentação, empatia e assertividade”, afirma a especialista, que atua há mais de duas décadas com comunicação estratégica.

Um levantamento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) indica que cerca de 5,5% das crianças brasileiras enfrentam medo intenso de falar em público. Outro estudo, do National Institute of Mental Health (EUA), mostra que 10% dos jovens apresentam sintomas severos de ansiedade ao se expor verbalmente.

A timidez excessiva, segundo Romano, costuma ser ignorada ou minimizada por pais e professores, o que agrava o problema. Entre os sinais de alerta estão recusa em participar de apresentações, sintomas físicos como náusea ou sudorese antes de falar e falas automatizadas ou excessivamente ensaiadas.

Para ajudar crianças a vencer o medo de falar em público, a especialista recomenda:

  • Exposição gradual: incentivar falas curtas em ambientes familiares e avançar para situações escolares;
     
  • Reforço positivo: elogiar o esforço, não apenas o desempenho;
     
  • Práticas lúdicas: usar teatro, leitura em voz alta e jogos de improviso para tornar a fala algo divertido;
     
  • Escuta ativa: ouvir sem interromper ou corrigir imediatamente para criar um ambiente seguro;
     
  • Modelagem emocional: adultos devem demonstrar confiança e acolhimento ao falar.
     

Romano defende que as escolas ampliem os espaços de expressão oral para além das apresentações formais, incluindo atividades como debates, contação de histórias e rodas de conversa. “Falar bem é uma construção. Quando começamos isso na infância, formamos adultos mais seguros, empáticos e preparados para liderar”, conclui.

Segundo ela, romper os bloqueios emocionais ligados à fala é uma questão de saúde emocional e cidadania. “Crianças que aprendem a nomear sentimentos e se posicionar de forma clara têm mais chances de estabelecer vínculos saudáveis e de ocupar espaços com confiança”.

 

Sobre a Dra. Cristiane Romano
 

Fonoaudióloga, mestre e doutora em Expressividade pela USP. Especialista em Voz pelo CFFª - Conselho Federal de Fonodiaulogia e em Gestão Estratégica de Marketing pela PUC Minas. Master e Practitioner em Programação Neurolinguística. Formada em Business and Executive Coaching pela University of Ohio - EUA. É autora de diversos livros e artigos científicos nacionais e internacionais e atua na capacitação de líderes, famílias e educadores para o fortalecimento da comunicação, da escuta ativa e da inteligência emocional.


 

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PAULO NOVAIS PACHECO
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