Com o avanço das tecnologias e a crescente demanda por produtividade, cresce também o interesse por conteúdos que promovam bem-estar emocional e desenvolvimento pessoal. As palestras motivacionais têm ocupado um papel cada vez mais relevante nesse contexto, oferecendo reflexões e ferramentas práticas para lidar com os desafios da vida moderna.
De acordo com dados da Global Industry Analysts, Inc., divulgados pela consultoria Paul&Jack, o mercado global de palestras corporativas deve atingir cerca de US$ 2,9 bilhões (R$ 16,37 bilhões) até 2027. O setor, que movimentou aproximadamente US$ 1,9 bilhão (R$ 10,73 bilhões) em 2020, tem mantido uma taxa de crescimento anual de 6,1%, impulsionado pela valorização de habilidades comportamentais e emocionais no ambiente profissional.
Outros indicadores também refletem essa tendência. Um levantamento citado pela ClicRDC revela um crescimento de 54% no segmento de desenvolvimento humano entre 2019 e 2022. Atualmente, são mais de 109 mil especialistas atuando com foco em competências socioemocionais — entre eles coaches, mentores e treinadores. A receita do setor também disparou, registrando alta de 60% e alcançando US$ 4,564 bilhões (R$ 25,77 bilhões) no período.
Para Celso Bertoni, especialista em desenvolvimento pessoal, esse aumento na procura por palestras e treinamentos está diretamente relacionado a um movimento de busca por autenticidade e propósito. “A falta de autoconhecimento criou uma geração facilmente influenciável, que perdeu parte de sua originalidade e criatividade”, afirma.
Segundo Bertoni, a velocidade com que as informações circulam e a cultura da resposta imediata têm deixado as pessoas mais ansiosas e menos conectadas consigo mesmas. A ausência de profundidade nas interações humanas e nos aprendizados tem gerado impactos negativos tanto no âmbito pessoal quanto no profissional. “Quando tudo é aceito sem questionamento, as pessoas perdem a base para decisões sólidas, tanto na vida pessoal quanto na profissional”, complementa.
Palestras motivacionais bem estruturadas, segundo Bertoni, têm o potencial de provocar transformações significativas, ajudando as pessoas a enxergarem seu verdadeiro valor. “Quando alguém entende sua essência, consegue contribuir de forma mais autêntica e eficaz, seja no trabalho ou em relações pessoais”, diz.
Ele destaca ainda que, em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, a inteligência emocional passou a ser um diferencial decisivo. “Quem investe em autoconhecimento lida melhor com desafios, encarando-os como oportunidades de crescimento, e não como obstáculos intransponíveis”.
Bertoni faz uma analogia entre o desenvolvimento pessoal e a construção civil: “Se você pula etapas, o resultado será frágil e exigirá consertos caros. O mesmo acontece na vida - quem não se conhece pode tomar decisões erradas e colher consequências duradouras”.
Esse pensamento também guia seu novo projeto. Em breve, ele lançará o livro “Uma Casa sem Rei”, no qual aborda temas como autocomando e liderança pessoal. “Precisamos aprender a liderar a nós mesmos antes de influenciar os outros. Só assim construiremos uma sociedade mais coesa e menos egoísta”, afirma.
Com uma trajetória de 25 anos como pastor e 15 anos como palestrante, Celso Bertoni também atua como cantor, músico e diretor musical. Sua experiência com o público ao longo das últimas décadas reforça a crença no poder transformador da palavra. “Ao longo dos anos, tive a oportunidade de falar para centenas e milhares de pessoas por meio de palestras e ensinos. Acredito que esses elementos podem impactar uma geração, promovendo mudança de caráter para permitir que os indivíduos sejam melhores pessoas para sociedade”, conclui.
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LETÍCIA VICTÓRIA DA SILVA PEREIRA
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