Risco para o motor e para o bolso: um a cada cinco lubrificantes vendidos no Brasil são adulterados, aponta Instituto Combustível Legal

Conduta ilegal traz riscos à segurança e prejuízos milionários para motoristas brasileiros. Entidade dá dicas para fugir da armadilha das falsificações.

NAIARA SILVA
09/06/2025 16h39 - Atualizado há 19 horas

Risco para o motor e para o bolso: um a cada cinco lubrificantes vendidos no Brasil são adulterados, aponta
Divulgação

São Paulo, junho de 2025  – O Instituto Combustível Legal (ICL) sinaliza preocupação sobre uma prática cada vez mais comum e silenciosa no mercado automotivo ilegal: a venda de lubrificantes adulterados que coloca em risco a segurança dos motoristas e provoca danos severos aos veículos. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), cerca de 20% dos lubrificantes comercializados no Brasil são adulterados. O prejuízo total ultrapassa R$ 1,4 bilhão por ano, segundo o ICL, considerando custos com manutenção, falhas mecânicas, perda de garantia de fábrica e fraudes tributárias.
“É uma economia na hora da compra do produto, mas a longo prazo significa uma ameaça invisível que age no coração do motor. Produtos adulterados comprometem peças essenciais e podem levar à perda total do veículo, além de representar um risco direto à segurança de quem está ao volante”, alerta Emerson Kapaz, presidente do Instituto.

Um impacto recorrente é a formação de borra no motor, causada pela degradação do óleo, que resulta em resíduos sólidos capazes de entupir dutos, danificar pistões e comprometer o funcionamento do sistema. O reparo, nesse caso, pode custar entre R$ 2 mil e R$ 5 mil. Além disso, a presença de água, ácidos ou aditivos impróprios nesses produtos compromete diretamente a integridade das peças internas, provocando corrosão dos mancais e falha do eixo virabrequim — um problema grave, cujo conserto pode ultrapassar R$ 10 mil. Há ainda o risco de obstrução do sistema de lubrificação, que, ao restringir o fluxo de óleo, gera superaquecimento e danos em componentes, como a bomba d’água e a junta do cabeçote, exigindo reparos que podem chegar a R$ 7 mil. Por fim, também pode ocorrer a quebra da correia dentada ou do motor, resultado do uso de óleos com viscosidade fora das especificações recomendadas. Esse desgaste acelerado pode provocar falhas com custos de reparo que variam entre R$ 4 mil e R$ 12 mil, a depender do modelo do veículo.
Dicas práticas para garantir a segurança e procedência do produto
“A melhor forma do consumidor se proteger é adotando cuidados simples, mas essenciais na hora da compra”, orienta Kapaz. De acordo com o executivo, é fundamental tomar algumas medidas: exigir nota fiscal, verificar se o produto possui selo de qualidade do fabricante, conferir o número do lote e o CNPJ no rótulo. Além disso, é imprescindível consultar o manual do veículo para garantir que o óleo esteja de acordo com as especificações recomendadas pela montadora. “Compras em plataformas não homologadas ou de procedência duvidosa devem ser evitadas, pois representam alto risco de fraude e danos ao veículo”, conclui o Instituto.
Sobre o ICL
Com forte representatividade, o Instituto Combustível Legal (ICL) nasceu com uma missão muito clara: construir um ambiente ético e leal no setor de combustíveis, atuando no combate às fraudes e estimulando a concorrência saudável, na qual o grande beneficiado é o consumidor.
O setor de combustíveis é um dos mais importantes do país. É ele que faz o Brasil andar, além de ser o maior arrecadador de impostos, por isso mesmo, é também um dos mais afetados pela sonegação de tributos: de acordo com a atualização do estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizada em 2021, por ano, são sonegados 14 bilhões de reais. Nesse contexto, o Instituto Combustível Legal (ICL), cuja iniciativa teve início em 2016, tem como missão promover uma intensa e profunda discussão com a sociedade, governo, judiciário e legisladores sobre a importância do combate ao comércio irregular.

 

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NAIARA PEREIRA TELES SILVA
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