O que era exceção tornou-se epidemia. A obesidade em pets avança silenciosamente pelos lares brasileiros, com mais da metade dos cães e gatos apresentando sobrepeso ou obesidade, segundo dados recentes do setor. Por trás desses números, está uma combinação perigosa entre sedentarismo, alimentação inadequada e desinformação. Frente a esse cenário preocupante, o médico-veterinário Dr. Marcelo Müller, especialista em atendimento domiciliar, tem liderado uma verdadeira revolução no cuidado com a saúde animal, com foco na prevenção, empatia e personalização do tratamento no próprio ambiente familiar.
“Estamos diante de um momento crítico. A obesidade entre cães e gatos cresceu de forma exponencial nos últimos anos, refletindo diretamente as mudanças no estilo de vida das famílias”, alerta o Dr. Marcelo. Para o veterinário, a questão vai muito além da aparência física dos pets: “Diabetes, problemas cardíacos, respiratórios, dores articulares e até redução significativa na expectativa de vida são algumas das graves consequências do excesso de peso.”
Mais preocupante, segundo ele, é a naturalização desse quadro: muitos tutores ainda associam o sobrepeso ao charme ou à ‘fofura’ do animal. “É preciso romper com esse imaginário. O ‘gordinho simpático’ pode estar sofrendo silenciosamente”, afirma.
É justamente nesse contexto que o atendimento domiciliar se mostra não apenas uma alternativa viável, mas uma solução estratégica. Longe da impessoalidade das clínicas, Dr. Marcelo aposta em uma metodologia que prioriza a observação do cotidiano da família e do pet em seu habitat natural.
“Quando entro na casa do tutor, consigo avaliar muito mais do que o estado clínico do animal. Observo onde estão os potes de ração, como é o acesso aos petiscos, quem mais alimenta o pet e até o quanto ele se movimenta ao longo do dia”, explica. “Essa leitura de ambiente é fundamental para identificar gatilhos de obesidade e traçar planos personalizados de intervenção.”
Os resultados dessa abordagem têm sido expressivos. Em um dos casos acompanhados por Dr. Marcelo, um Golden Retriever com 52 quilos 17 acima do ideal conseguiu atingir seu peso saudável em seis meses. “Readequamos a dieta, organizamos a rotina da casa, criamos circuitos de exercícios compatíveis com o espaço doméstico e obtivemos uma mudança não só física, mas também comportamental e emocional”, relata.
Segundo ele, esse tipo de cuidado só é possível quando o profissional tem liberdade para compreender as dinâmicas familiares. “Na clínica, muitas vezes, lidamos com informações genéricas. No atendimento domiciliar, lidamos com a realidade nua e crua, o que nos permite soluções sob medida.”
Para evitar que a obesidade se instale, Dr. Marcelo defende uma rotina com cinco pilares fundamentais:
“Muitos acreditam que dar comida fora de hora é sinônimo de afeto. Mas o maior ato de amor é manter o pet com saúde e qualidade de vida”, reforça o médico.
Outro ponto sensível, segundo Dr. Marcelo, é o papel da educação familiar no combate à obesidade animal. “Não adianta a mãe seguir a dieta e o filho dar restos da mesa. Todos os membros da casa precisam estar alinhados, conscientes dos impactos de seus hábitos na saúde do animal.”
Ele também salienta a importância de incluir as crianças no processo educativo, ensinando desde cedo valores como responsabilidade, empatia e bem-estar animal.
A pandemia acelerou a aceitação do atendimento veterinário domiciliar, mas para Dr. Marcelo, esse é um caminho sem volta e com amplo potencial de crescimento. “Percebemos que os animais ficam menos estressados, os tutores mais receptivos e a adesão ao tratamento é maior. É um ganho mútuo”, explica.
Para os próximos anos, ele vislumbra uma integração cada vez maior entre tecnologia e cuidado personalizado: aplicativos para controle alimentar, monitoramento de peso e acompanhamento de atividades físicas devem se tornar aliados importantes do veterinário de campo.
Para Dr. Marcelo Müller, o cuidado veterinário vai muito além da técnica. “Somos mediadores entre o animal e a família. Nosso papel é também educativo, afetivo e, muitas vezes, de reconstrução de vínculos. Tratar doenças é importante, mas prevenir sofrimentos é ainda mais.”
A obesidade em pets não é apenas uma questão clínica: é um reflexo direto de como vivemos, comemos, nos movimentamos e expressamos afeto. E, nesse cenário, o atendimento veterinário domiciliar surge como um instrumento de transformação, promovendo saúde, qualidade de vida e consciência.
Como finaliza Dr. Marcelo:
“O combate à obesidade animal exige envolvimento, escuta e compromisso. E o melhor lugar para iniciar essa jornada é dentro de casa.”
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SANDRO FRAGA LUIZ
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