Indústria 4.0: Como a automação e a tecnologia estão remodelando o futuro da produção industrial

Tecnologias emergentes impulsionam a indústria com otimização de processos e podem aumentar a produtividade na casa de 40%, mas demandam adequação por parte dos parques industriais brasileiros

Stephanie Ferreira
04/06/2025 09h30 - Atualizado há 1 dia

Indústria 4.0: Como a automação e a tecnologia estão remodelando o futuro da produção industrial
Reprodução Banco de Imagens
*Por Thaisa Lemos e Cláudio Guarnieri 
 
O boom da transformação digital que vem transformando diferentes segmentos econômicos e que só no ano passado movimentou mais de US$ 1 trilhão segundo a consultoria Grand View Research é também um vetor decisivo para a consolidação do uso de tecnologias emergentes na indústria. 

Da Inteligência Artificial e Internet das Coisas (IoT) passando pela Computação em Nuvem, estamos falando de pilares que, por sua vez, deram início ao que se entende hoje como uma verdadeira 4ª Revolução Industrial – ou Indústria 4.0 –, que tem como norte a busca por maiores níveis de eficiência nos processos produtivos, redução de custos e maior segurança nas fábricas. 
Mas o que isso significa em termos de oportunidades e desafios para os parques industriais brasileiros?  
 
Indústria 4.0: impactos no mercado de uma perspectiva que evolui 
 
Para que possamos mapear uma resposta, é válido retomarmos o conceito de Indústria 4.0, que abarca uma nova forma de produção industrial baseada na integração de tecnologias digitais aos processos de produção, de modo a criar, assim, fábricas inteligentes – ou seja, adaptáveis a demandas de mercado e que possibilitem maior eficiência, qualidade e otimização de recursos na produção.  
 
E, por mais que o conceito não seja exatamente novo – especialistas apontam seu surgimento no início da década de 2010 –, foi nos últimos anos que este mercado ganhou maior importância no Brasil, representando, atualmente, um setor em amplo crescimento. 
 
Para se ter uma ideia, de acordo com dados de um estudo realizado pela International Market Analysis Research and Consulting, o mercado brasileiro da Indústria 4.0 atingiu o valor de US$ 1,77 bilhão em 2022. Além disso, espera-se que esse valor alcance US$ 5,62 bilhões em 2028 – o que representaria um crescimento médio anual de 21% entre 2023 e 2028.  
E, para além do valor de mercado, os benefícios da digitalização da indústria também começam a ser percebidos nos processos de produção do setor. De acordo com informações de um estudo realizado pelo instituto Atlas Intel, a implementação de tecnologias relacionadas à Indústria 4.0 traz um aumento médio de produtividade de até 38% para as organizações. 
Neste contexto, tecnologias de automação, sensores IoT, IA e big data têm ganhado destaque, principalmente no que diz respeito ao aumento de desempenho do setor industrial no Brasil. E, para além do aumento de produtividade, 80% das empresas consultadas para o levantamento observaram redução significativa de custos e melhoria da qualidade de produtos.  
Novas tecnologias X novos desafios 
 
Para que a indústria possa colher os benefícios proporcionados por essas novas tecnologias, é necessária uma adequação de processos, etapa que, além de complexa, é contínua.  
Em primeiro lugar, é importante lembrar que não basta implementar tecnologias, sendo fundamental a presença de profissionais capacitados que possam tirar o máximo proveito dessas ferramentas. Assim, capacitar a mão de obra deve ser uma das primeiras preocupações das empresas do setor, visto que a implementação de novas tecnologias demandam o aprendizado de novas habilidades. As organizações devem, portanto, investir na educação e capacitação de seus times, a partir de cursos, mentorias e workshops, de modo a preparar esses profissionais com as skills exigidas pelo mercado. 
 
Além disso, outro desafio significativo diz respeito à infraestrutura. Apesar de se observar um crescimento da Indústria 4.0 no país, muitas empresas ainda são dependentes de processos manuais, algo que, naturalmente, dificulta a transição para digitalização e automação.  
 
Questões de segurança de dados também deve ser uma preocupação por parte das organizações, que devem se adequar às normas presentes na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) para que possam trabalhar com informações sensíveis de forma responsável.  
 
Isso, mesmo diante de um movimento necessário de adaptação, parece não haver dúvidas de que a Indústria 4.0 se configura como um marco transformador para o setor industrial, com grande potencial para melhorar a eficiência, a qualidade e também a segurança no ambiente de trabalho – e, assim, revolucionar, de fato, os processos produtivos e contribuir para a retomada da indústria nacional.  
 
Nesse contexto, as tecnologias emergentes já têm se apresentado como ferramentas poderosas que podem impulsionar a competitividade das empresas, em um cenário de grande exigência por parte dos consumidores. Ademais, ao integrá-las a seus processos, o setor também contribui para uma utilização mais eficiente de recursos, resultando em uma produção mais inteligente e sustentável.  
 
E, para que essa realidade predomine entre as empresas, é essencial que estas cultivem uma cultura de adaptação e aprendizado contínuo, com uma abordagem holística que englobe desde a formação de profissionais até a reestruturação de processos de forma abrangente. Assim, a indústria poderá não apenas acompanhar novas mudanças e tendências, mas também se manter competitiva dentro de uma economia digital em constante mudança. 

*Thaísa Lemos é Gerente de Qualidade da Starrett, e Cláudio Guarnieri é Diretor Industrial da Starrett 

Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
STEPHANIE FERREIRA
[email protected]


Notícias Relacionadas »