Crédito do Trabalhador: quase 25% dos colaboradores comprometeram mais de 35% do salário com consignado em novo modelo, mostram dados da Serasa Experian

Segundo regras estabelecidas pelo Governo, limite de comprometimento deve ser de até 35% do salário; primeiro mês da MP registra adesão de financeiras não parceiras do empregador; levantamento mostra 5% das pessoas com mais de um empréstimo simultâneo

VIVIANE GARCIA
03/06/2025 09h52 - Atualizado há 1 dia

Crédito do Trabalhador: quase 25% dos colaboradores comprometeram mais de 35% do salário com consignado em
Divulgação
Em março deste ano passou a valer a nova Medida Provisória (MP) nº1292, em que as empresas precisam se adaptar a um novo formato que amplia o acesso dos trabalhadores CLT ao consignado privado – o Crédito do Trabalhador. Dessa forma, dados proprietários da Serasa Experian mostram que no primeiro mês, desde a mudança, 24% dos colaboradores que demandaram pelo recurso ultrapassaram o comprometimento salarial de 35% que é agora estabelecido pelo governo. 

"Alguns trabalhadores têm experimentado um maior comprometimento de renda, pois o novo cálculo pré-estabelecido não leva em consideração possíveis descontos em folha que podem ocorrer mensalmente, como coparticipações de plano de saúde, que reduzem o salário líquido do colaborador. Além disso, há empregadores que ainda correm risco de utilizar parâmetros inconsistentes, como o limite de 30% em vez dos 35% previstos por Lei, ou desconsideram verbas que deveriam compor o cálculo. Para evitar prejuízos e responsabilidades legais, é fundamental contar com tecnologia para assegurar precisão e conformidade nesse processo", explica Délber Lage, CEO da SalaryFits, empresa da Serasa Experian.

 
Novo cenário traz oportunidades e desafios para as empresas envolvidas no processo

O estudo realizado pela SararyFits, empresa da Serasa Experian, mostra que a nova MP, que tem como um dos objetivos facilitar o acesso do trabalhador brasileiro a mais players aptos a concederem crédito consignado, vem surtindo efeitos positivos nesse sentido: 35% dos contratos identificados foram feitos com financeiras que não tinham parceria estabelecida com os empregadores, o que significa que o trabalhador não teria tido acesso a essas ofertas fora do programa de Crédito do Trabalhador. 

Entretanto, embora haja benefícios, ainda de acordo com o levantamento inédito, os dados mostram como essa mudança está impactando o departamento Financeiro e de Recursos Humanos das empresas ao exigir novos processos e alinhamentos com a contabilidade.

“Ampliar o acesso do trabalhador a diversas empresas credoras é muito positivo, pois o funcionário poderá comparar propostas e adquirir a que for mais vantajosa. Entretanto, esse cenário também pode ser desafiador, porque quanto mais instituições financeiras envolvidas, maior o número de dados e reportes que o RH precisará para garantir a gestão desses financiamentos, pois o empregador passa a ser responsável por acessar manualmente o Portal Emprega Brasil para baixar os arquivos dos colaboradores, inserir os descontos na folha, escriturar as informações no eSocial e recolher os valores via guia única do FGTS para a Caixa Econômica Federal, que redistribui os montantes aos bancos”, comenta Délber Lage. 

Os dados da análise feita pela datatech também mostraram que 5% dos colaboradores analisados registraram mais de um contrato de empréstimo ativo simultaneamente – prática não autorizada de acordo com as regras do Crédito do Trabalhador mesmo que a pessoa ainda tenha margem consignável disponível. Para o CEO da SalaryFits, empresa da Serasa Experian, “esse é um outro tipo de controle que os RHs das empresas precisam fazer para garantir a conformidade e evitar erros no processo.  Frente ao volume e a complexidade das operações, torna-se mandatório automatizar e atualizar processos o quanto antes, já que assim como a extrapolação da margem de comprometimento, o não pagamento ou mal preenchimento de dados resultará em penalidades às empregadoras”. 

Volume de contratos de crédito consignado por empresa

Estatísticas da Salaryfits, uma empresa da Serasa Experian responsável pela gestão de 30% de todos os contratos consignados do Brasil, mostram que as empresas têm, em média, 40% de seus funcionários com contratos ativos de empréstimos consignados e que essas pessoas, por sua vez, têm 2 contratos ativos em média. Isso significa que um negócio com cinco mil colaboradores precisaria fazer a gestão de quatro mil contratos ao mesmo tempo. Ou seja, na ausência de uma solução tecnológica que conecte banco, empregado e empregador, a gestão do crédito consignado se torna mais onerosa para as empresas. Além disso a automatização dos contratos de consignado privado também mitiga erros sistêmicos que podem acontecer em análises manuais, uma vez que a tecnologia revê, de forma automática, contratos ativos, limites, carências, inconsistências e outro critérios necessários para a aprovação, rejeição ou manutenção do processo.

“Para o RH de uma empresa, não é simples fazer a gestão dos contratos de crédito consignado de seus funcionários. O volume é grande, as variáveis são diversas, de acordo com o perfil de cada colaborador, e o controle disso pode ser bastante oneroso em tempo e recursos financeiros, exigindo equipes para fazer essa gestão. Felizmente, existem tecnologias que automatizam todo esse processo a zero custo para o RH, pois quem paga a ferramenta são os credores, ou seja, os bancos e financeiras que oferecem os empréstimos aos colaboradores”, finaliza Délber Lage.

Metodologia

O estudo retrata o primeiro mês de funcionamento da MP nº1292, dentro do período de 21/03 até 20/04. De acordo com a SalaryFits foram cerca de 2.200 contratos de crédito consignado analisados para mensuração dos dados apresentados no levantamento.  

Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
VIVIANE NEVES GARCIA TORRE
[email protected]


FONTE: Serasa Experian
Notícias Relacionadas »