Harvard mostra poder em embate com Trump sobre estudantes estrangeiros

Instituição tem força para ganhar debate contra governo americano; liminar garante permanência de brasileiros na universidade, que somam 2,3% dos alunos internacionais

Laís Oliveira
30/05/2025 09h45 - Atualizado há 1 dia

Harvard mostra poder em embate com Trump sobre estudantes estrangeiros
Danilo Rios para Unsplash
A Universidade de Harvard bateu de frente com o governo de Donald Trump na defesa dos estudantes internacionais e tende a ganhar a briga judicial, mostrando o seu poder. A mais rica do mundo e berço do Direito nos Estados Unidos, ela conta com recursos e time jurídico para não ceder às pressões da Casa Branca e batalhar pela permanência dos estrangeiros – como os brasileiros, que representam 2,3% do montante de 6.751 pessoas. A consultoria educacional Crimson Education, que foi fundada por ex-alunos de Harvard em 2013 para assessorar alunos na entrada nessa e em outras instituições, acompanha de perto os desdobramentos e está positiva.

“Nosso co-fundador Fangzhou Jiang está in loco, cursando pós-graduação em Harvard, e todos os nossos 20 escritórios estão monitorando e debatendo ativamente essa situação. O fundo patrimonial de US$ 53 bilhões de Harvard é maior que PIB de muitos países e dá a ela condições de lutar, e os argumentos jurídicos são muito sólidos e com chances de vencer”, pontua Amauri Bordini, gerente da Crimson Education para Brasil e América Latina. O congelamento de US$ 2.3 bilhões de subsídios federais e a tentativa do governo de suspender a matrícula de estudantes internacionais serão julgados pela Justiça americana, e enquanto isso Harvard tem uma liminar que garante a continuidade de suas atividades – e do visto dos alunos.


Fundada em 1636, a Universidade Harvard é a instituição de ensino superior mais antiga dos EUA e tem a tradição de formar estrangeiros, que hoje somam 27% do total de alunos. “Eles acreditam que um campus diverso enriquece o ambiente acadêmico e também são valorizados em rankings por conta dessa internacionalização. E os alunos são fonte importante de renda, além de que muitos doadores condicionam que uma parte de suas contribuições seja revertida em bolsas para estudantes internacionais”, observa Bordini. Segundo o discurso do reitor da universidade, Alan Garber, na cerimônia de formatura da instituição, Harvard mantém seu posicionamento. "Bem-vindos, membros da turma de 2025 da vizinhança, de todo o país e de todo o mundo", disse nesta quinta-feira (29).

No dia anterior, o presidente Trump havia sugerido que Harvard limitasse em 15% essa porcentagem – alegando que americanos poderiam ocupar essas vagas. “Apesar de o processo de admissão ser o mesmo, os americanos e os alunos internacionais competem por vagas em grupos diferentes e o processo é regionalizado. Candidatos brasileiros são comparados com o grupo de aplicantes brasileiros e da América Latina. Os alunos internacionais precisam ter um perfil muito forte para conseguir entrar, é extremamente seletivo”, salienta Bordini. A Crimson Education ajuda os brasileiros na preparação e no acompanhamento no processo de candidatura e de bolsa de estudos em universidades nos Estados Unidos, Reino Unido, Europa e Canadá.

De cinco a nove brasileiros são aceitos para graduação anualmente em Harvard, e a recomendação para aqueles que estão matriculados é aguardar os comunicados oficiais da universidade, procurar o departamento internacional e acompanhar as notícias para coibir a desinformação e evitar que as especulações ganhem força. “Nada irá mudar até que o julgamento oficial e é muito provável que essas ações intimidatórias do governo sejam barradas. Esperamos que esse impasse se resolva o quanto antes para que os alunos possam seguir seus sonhos”, diz Bordini, otimista.
 

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LAIS MARCIA DE OLIVEIRA
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FONTE: Crimson Education
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