Escola pública do Pará transforma praça em laboratório aberto com desfile de roupas de açaí e experimentos químicos com bolo de chocolate 

A Feira de Ciências, Arte e Cidadania da Escola Estadual de Ensino Médio Agostinho Moraes de Oliveira, em Inhangapí (PA), envolveu 445 estudantes na apresentação de 14 projetos, levando o aprendizado além dos muros da escola com experimentos científicos, sustentabilidade e expressões culturais abertas à comunidade. 

AMOTARA AGêNCIA DE NOTíCIAS
29/05/2025 16h23 - Atualizado há 1 dia

Escola pública do Pará transforma praça em laboratório aberto com desfile de roupas de açaí e experimentos químicos com bolo de chocolate 
Divulgação SEDUC PA
No coração do Pará, mais precisamente em Inhangapí, a Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Agostinho Moraes de Oliveira tem se destacado como um exemplo de inovação na educação pública. Desde 2021, a instituição tornou-se a primeira e única escola de tempo integral da região, implementando um modelo educacional que prioriza o protagonismo estudantil e a integração entre teoria e prática. Um dos principais eventos que reflete essa proposta é a Feira de Ciências, Arte e Cidadania, realizada anualmente e transformada em um espaço de exposição e interação com a comunidade. 

Em sua 5ª edição, realizada em 2024, a Feira reuniu 445 estudantes, que apresentaram 14 projetos interdisciplinares, combinando ciência, arte, empreendedorismo e moda. Entre as iniciativas, destacaram-se criações como roupas inspiradas no açaí, experimentos que exploram a química do bolo de chocolate, jogos educativos adaptados e um podcast estudantil, que amplificou as vozes e ideias dos jovens. O evento ocorreu na Praça São Vicente Ferrer, proporcionando à comunidade local a oportunidade de acompanhar de perto o trabalho desenvolvido pelos alunos e a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos em sala de aula. O sucesso da edição consolidou a Feira como um dos momentos mais aguardados do ano, tanto para os estudantes quanto para a comunidade. 


Com esse histórico de impacto e engajamento, a 6ª edição da Feira de Ciências, Arte e Cidadania, programada para 2025, promete ampliar ainda mais o alcance do evento. Sob o tema "Mais Verde, Menos Cinza", a nova edição trará uma programação voltada à sustentabilidade e à conscientização ambiental. Alunos e professores estarão envolvidos em oficinas, palestras e rodas de conversa sobre coleta e reciclagem de lixo, além de atividades práticas sobre o plantio e o cuidado de hortas, plantas medicinais, árvores frutíferas e ornamentais. Expressões artísticas também serão utilizadas para sensibilizar a comunidade dentro e fora da escola, reforçando a educação ambiental como pilar essencial na formação dos estudantes. 

“A Feira de Ciências, Arte e Cidadania é um momento único em que os estudantes assumem o protagonismo de suas aprendizagens. Eles demonstram, na prática, como o conhecimento adquirido em sala de aula pode ser aplicado de forma criativa e transformadora, gerando soluções reais e expressões artísticas que dialogam com a comunidade”, destaca a professora de Artes, Gysllene Coelho. Ela ressalta que o evento reflete os pilares do modelo de ensino médio integral, que busca integrar o desenvolvimento acadêmico, socioemocional e cidadão dos estudantes. “Aqui, os alunos não apenas aprendem conceitos, mas também desenvolvem habilidades como autonomia, trabalho em equipe e pensamento crítico, essenciais para a vida além da escola.” 

Resgate Histórico e Educação Ambiental 
Entre os projetos que se destacaram na edição de 2024, está o “Etnias Fashion Week”, um desfile de moda que celebrou a diversidade cultural ao apresentar roupas inspiradas em tradições indígenas e africanas. Os estudantes mergulharam em pesquisas sobre as origens das estampas, cores e técnicas têxteis, conectando moda, história e identidade cultural. O projeto não apenas valorizou a herança cultural desses povos, mas também permitiu que os alunos explorassem sua criatividade e expressassem, por meio da arte, a importância da representatividade e do respeito às diferenças.  
 
Outro projeto que chamou a atenção foi o “Paisagismo e Horta Suspensa”, focado em sustentabilidade e educação ambiental. Nele, os alunos aprenderam a montar hortas suspensas utilizando materiais recicláveis, como garrafas PET e pallets. O projeto integrou conceitos de biologia, química e ecologia, ensinando desde o preparo do solo e a escolha das mudas até técnicas de adubação e irrigação. Além disso, os estudantes promoveram ações de conscientização sobre o descarte adequado de resíduos e a importância da agricultura urbana para a segurança alimentar e a preservação do meio ambiente. A iniciativa não só fortaleceu o vínculo dos alunos com a natureza, mas também engajou a comunidade em práticas sustentáveis, mostrando que pequenas ações podem gerar grandes impactos. 


A estudante Estefany Lorrane, do 1º ano do ensino médio, compartilha sua experiência: “Foi incrível participar do projeto de paisagismo e hortas suspensas. Aprendi desde os materiais necessários até técnicas de plantio e adubação. Além disso, pude contribuir para a conscientização da comunidade sobre a reciclagem e o descarte correto do lixo. Ver o envolvimento de todos e o interesse pelo nosso trabalho foi muito gratificante”, explica.  

A Feira de Ciências, Arte e Cidadania também é um espaço que revela histórias de superação e crescimento pessoal entre os estudantes. Um dos exemplos é o de Paulo Victor Barbosa Rodrigues, aluno do 2º ano do ensino médio integral. Diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Paulo enfrentou desafios acadêmicos e sociais ao longo de sua trajetória escolar. Sua dedicação o levou a se destacar em projetos pedagógicos e a ser premiado no programa Bora Estudar, iniciativa do Governo do Estado do Pará, que reconhece o desempenho de estudantes da rede pública. A história de Paulo reflete o potencial do modelo de educação integral, que busca promover inclusão, autonomia e o desenvolvimento de habilidades que vão além do currículo tradicional, preparando os alunos para os desafios acadêmicos e sociais. 

Educação integral: muito mais que tempo na escola 
O modelo de ensino médio integral da EEEM Agostinho Moraes de Oliveira promove uma formação que integra conhecimento acadêmico, habilidades socioemocionais e protagonismo estudantil, gerando resultados como maior engajamento dos alunos, projetos inovadores e um fortalecimento do vínculo com a comunidade.  O Governo do Pará tem ampliado essa modalidade e, para 2025, efetivou mais 49 unidades que adotaram o Programa de Ensino Integral (PEI), totalizando 162 escolas com esse modelo pedagógico, número que supera mais de cinco vezes a quantidade dessas instituições na rede pública estadual de ensino. 

Além do aumento no número de escolas, o impacto dessa expansão é claramente visível no crescimento das matrículas. Em 2018, as escolas na modalidade integral no Pará atendiam 6 mil alunos; em 2025 houve um salto para 48 mil matrículas, um aumento oito vezes maior na capacidade de atendimento. 

Sobre o Ensino Médio Integral  
O Ensino Médio Integral é uma proposta pedagógica multidimensional, moderna, nacional, pública e gratuita. A partir de um modelo de ensino que se conecta à realidade dos jovens e ao desenvolvimento de suas competências cognitivas e socioemocionais, propõe a formação integral dos estudantes. Trabalha pilares como projeto de vida, aprendizado na prática, tutoria, protagonismo juvenil, acolhimento, orientação de estudos e eletivas, que promovem a formação completa do estudante, junto aos componentes curriculares já previstos na BNCC. Está presente em cerca de 6 mil escolas em todo o país, beneficiando mais de 1 milhão de estudantes.  

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VANESSA MIRANDA MENEZES
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