Especialistas esclarecem mitos sobre a conquista do direito de viver nos EUA

Ter parentes com cidadania americana, filhos nascidos no país ou casar com estadunidense são alguns mitos sobre a conquista com mais facilidade do direito à residência legal nos EUA

PAOLA KLUG
29/05/2025 13h43 - Atualizado há 2 dias

Especialistas esclarecem mitos sobre a conquista do direito de viver nos EUA
Divulgação
A busca pela residência permanente nos Estados Unidos da América (EUA), por meio do Green Card, é um objetivo para muitos, mas o caminho para alcançá-lo frequentemente é permeado por informações imprecisas e alguns equívocos.

Os especialistas em imigração, Bruno Lossio e Henrique Scliar, esclarecem que há várias formas de se conquistar o Green Card e é preciso conhecer as regras para obter o documento, além da trajetória profissional de cada um para indicar o melhor caminho para viver legalmente e com segurança nos EUA.


Um dos maiores mitos observados pelos profissionais é ter filhos nascidos no país. "A cidadania por nascimento nos EUA não confere automaticamente o Green Card aos pais. O filho cidadão só poderá patrocinar os pais para o Green Card após completar 21 anos de idade, e mesmo assim, o processo pode levar tempo, dependendo da categoria e das cotas”, enfatiza Henrique Scliar.

Outro mito comum é acreditar que se consegue o Green Card com facilidade ao se casar com um cidadão americano. "Entrar com visto de turista tendo a intenção prévia de se casar e ajustar o status é considerado fraude de visto. Existe a 'regra dos 90 dias' que, embora não seja uma lei, é um indicativo de intenção. Se o indivíduo casa ou solicita o ajuste de status antes de 90 dias da entrada, presume-se que a intenção de imigrar já existia na entrada, o que pode levar à negação e até à proibição de entrar nos EUA no futuro", alerta Bruno Lossio.

Ter parentes com cidadania americana não é garantia do Green Card

Muitas pessoas também acreditam que qualquer parente cidadão americano pode patrocinar um Green Card, mas apenas parentes imediatos – cônjuges, filhos solteiros menores de 21 anos e pais (se o filho cidadão tiver mais de 21 anos) – têm um processo mais direto. “Outros parentes, como irmãos, estão nas categorias de preferência familiar e são limitados por cotas anuais e por país, o que gera longas filas de espera", orienta Henrique Scliar.

Foi o que aconteceu com a brasileira Daniela Torres. A irmã dela migrou para os EUA há mais de 30 anos. Depois que conseguiu a cidadania, aplicou o Green Card para os pais. “O processo deles foi muito rápido”, relata ela. Depois, a irmã aplicou para Daniela, que só recebeu o documento em novembro de 2024. “Foram 18 anos de espera e muita burocracia, como envio de documentos, vacinas obrigatórias, exame com médico indicado por eles”, enumera ela.

Quais outras formas para se obter o Green Card?

A lei de imigração dos EUA oferece aos estrangeiros diversas maneiras de se tornarem residentes permanentes legais por meio de emprego nos Estados Unidos. Entre as categorias de de "imigrantes preferenciais", destacam-se:

- Primeira preferência (EB-1) – O Visto EB-1A é dedicado a profissionais altamente qualificados e com habilidades extraordinárias em sua área de atuação. Sem a necessidade de patrocinadores ou certificações de trabalho, este visto permite que a pessoa comprove seu valor com base em realizações excepcionais. O EB-1 é um reconhecimento oficial de excelência para profissionais como cientistas, artistas, educadores, empresários e atletas com reconhecimento internacional. 

- Segunda preferência (EB-2 NIW) – Este programa de visto é voltado para indivíduos altamente qualificados que possuem habilidades ou conhecimentos excepcionais em áreas de interesse nacional e desejam trabalhar de forma permanente e legal nos Estados Unidos. “Os requisitos para o visto EB-2 NIW incluem a demonstração de que o indivíduo possui habilidades ou conhecimentos excepcionais em sua área de especialização e que sua presença nos Estados Unidos seria de interesse nacional. Isso pode incluir contribuições para a economia, pesquisa, inovação ou outros aspectos de relevância pública”, explica Bruno Lossio.

- Terceira preferência (EB-3) – Criado para permitir que empresas americanas aproveitem o talento global, este visto oferece oportunidades de emprego sólidas e duradouras nos EUA. “A elegibilidade no programa EB-3 é avaliada com base na educação, habilidades especializadas e experiência relevante dos candidatos. Atualmente, existem três categorias sob este programa, cada uma refletindo mérito e capacidade, comprovados pelo atendimento aos requisitos e critérios de experiência”, esclarece Henrique Scliar.

Há também Green Cards para imigrantes especiais EB-4 (por exemplo, trabalhadores religiosos e imigrantes juvenis especiais) e investidores imigrantes EB-5.

De acordo com os especialistas, o processo de imigração é extremamente complexo, com requisitos rigorosos e documentação extensa. Cada caso deve ser analisado para identificar qual a melhor categoria para aplicar o Green Card. “Erros ou informações incompletas podem resultar em atrasos significativos, negação do pedido e até mesmo a proibição de entrar nos EUA", afirma Henrique Scliar. "A assistência de um profissional especializado em imigração especializado é fundamental para navegar por esse labirinto burocrático e garantir que todas as etapas sejam cumpridas corretamente”, finaliza Bruno Lossio.


Sobre Bruno Lossio:

Bruno Lossio é advogado licenciado no Brasil e especialista em imigração, com ampla experiência em processos de visto e regularização imigratória nos Estados Unidos. É sócio-fundador da Premium Global Mobility Partner, um escritório de mobilidade global e planejamento imigratório.

Quem é Henrique Scliar?

Henrique Scliar é especialista em Mobilidade Global, Direito Internacional, Tributação e Expatriação Corporativa, com mais de 10 anos de experiência; Especialista em Direito Tributário pela Universidade Candido Mendes; LL.M em Direito Imigratório pela University of Southern California (USC); Possui ampla vivência em imigração para os Estados Unidos e Portugal; CEO da Premium Global Mobility Partner



 

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PAOLA SOARES DE SOUZA KLUG
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FONTE: Fonte: Jhasper Comunicação
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