O interesse por práticas integrativas e naturais vem crescendo de forma consistente no Brasil, acompanhando uma tendência global de autocuidado e bem-estar. Um relatório da Grand View Research estima que o mercado mundial de aromaterapia alcance US$336 milhões até 2030, com crescimento médio anual de 9,2%, sendo o Brasil como uma das regiões com maior potencial de expansão. É nesse cenário em ascensão que muitos profissionais decidem transformar o amor pelos óleos essenciais em um modelo de negócio.
No entanto, empreender com aromaterapia exige mais do que paixão: requer visão estratégica e preparo para evitar os tropeços mais comuns. Quem alerta é Talita Pavarini, referência em práticas integrativas com destaque para atuação clínica em aromaterapia, que há anos orienta profissionais da área a estruturarem seus próprios empreendimentos com consciência e sustentabilidade.
Segundo Talita, um dos erros mais frequentes entre os iniciantes é começar sem planejamento algum. “Muita gente se encanta com os óleos e, logo depois de um curso básico, já quer vender ou atender. Mas empreender não é só saber usar os produtos, é entender de gente, de mercado, de posicionamento”, explica. A falta de clareza sobre para quem se quer vender, como será a comunicação e o que diferencia o seu serviço de tantos outros é, para ela, um dos fatores que mais levam os terapeutas à frustração precoce.
Outro erro que ela acompanha com frequência é o excesso de investimento em produtos antes de haver qualquer estratégia de vendas. “É comum ver profissionais comprando dezenas de óleos caros, difusores, embalagens personalizadas, e tudo isso parado em prateleiras. Começar com um kit enxuto, bem pensado, e trabalhar com aquilo que resolve dores reais do cliente é muito mais eficiente”, afirma.
A busca por “atender todo mundo” também é uma armadilha. Para Talita, quem não define um nicho específico acaba diluindo sua mensagem e dificultando a criação de conexão com o público. “É essencial entender que você não está vendendo um óleo, mas uma solução. E a solução precisa ter um destino claro. Escolher um público-alvo é uma forma de se posicionar e crescer com foco.”
O medo da exposição nas redes sociais, segundo ela, é um fator silencioso que trava muitos profissionais. “Hoje não dá pra empreender sem se comunicar. Não precisa ser influencer, mas precisa ser visto. E isso exige treino, consistência e, principalmente, autenticidade”, aconselha. Para ela, a internet é um canal de educação e construção de autoridade, e quem aprende a usá-la bem cria diferenciais no mercado.
A precificação é outro ponto crítico. Talita aponta que muitos terapeutas cobram muito abaixo do que deveriam, por medo de afastar clientes ou considerar errado. “É preciso lembrar que um negócio precisa se pagar. Existe custo, existe tempo, existe conhecimento envolvido. Cobrar barato demais desvaloriza o serviço e torna o trabalho insustentável”, ressalta.
Ela mesma passou por desafios semelhantes no início da carreira. Ao querer fazer tudo sozinha e achar que era errado vender soluções para a saúde, percebeu que seu negócio não crescia. “Empreender também é um processo de amadurecimento pessoal. Precisamos superar crenças limitantes, normalizar e aprender com os erros e buscar ajuda com quem já passou pelo processo. Ninguém cresce isolado.”
A principal mensagem que Talita deixa para quem está começando a empreender com aromaterapia é simples, mas poderosa: “Comece pequeno, mas comece certo. Se permita errar (no modelo, não com o paciente), mas esteja disposta a corrigir. O mercado está aquecido, sim, mas só prospera quem trabalha com propósito e estratégia.”
Aromaterapia é, sem dúvida, um campo fértil para quem deseja unir saúde, bem-estar e realização profissional. Com a orientação certa e um olhar atento aos erros mais comuns, o caminho pode ser mais leve e muito mais próspero.
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MONALISE ZADIR DOMINGOS BURGER
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