EaD transforma a rotina de mães brasileiras e viabiliza o retorno aos estudos com mais autonomia

Mãe de três, curitibana concilia maternidade com duas graduações: uma presencial e outra a distância

ASSESSORIA GRAN
09/05/2025 15h14 - Atualizado há 1 dia

EaD transforma a rotina de mães brasileiras e viabiliza o retorno aos estudos com mais autonomia
Divulgação Gran Faculdade
Aos 41 anos, Cleciane Oliveira redescobriu sua identidade ao voltar a estudar. Mãe de três filhos (de 21, 7 e 5 anos), ela divide a rotina entre a casa, os cuidados com as crianças e duas graduações: uma presencial e outra em modelo de Ensino a Distância (EAD). O formato online surgiu como uma alternativa para aprofundar os conteúdos e encaixar o estudo em horários possíveis, sem abrir mão da vida familiar.

Mesmo com o apoio do marido, Cleciane precisou reestruturar sua rotina após a perda da sogra durante a pandemia de Covid-19. “Ela era a nossa principal rede de apoio com as crianças. Depois que a perdemos, tornou-se inviável trabalhar fora. Foi aí que decidi me dedicar à casa e aos filhos, mas senti a necessidade de fazer algo por mim. Voltar a estudar foi uma forma de ocupar a mente, e acabei me redescobrindo nesse processo”, conta.


Ela começou pelo curso de Direito presencial na unidade da Gran Faculdade em Curitiba, e depois iniciou também uma graduação tecnológica (modelo de ensino superior de curta duração), via EaD, em Ciências Jurídicas e Sociais. “Decidi iniciar essa segunda graduação com o intuito de reforçar os conteúdos que, por vezes, não consigo acompanhar com profundidade no curso presencial. Me encantei com a proposta do curso. A grade é parecida, mas o formato EAD me permite assistir às aulas no meu tempo, rever os conteúdos quantas vezes forem necessárias e conciliar melhor com a rotina da casa e das crianças”, relata.

Mulheres são maioria no EAD

A realidade de Cleciane representa a de muitas brasileiras. Dados do Censo da Educação Superior (Inep/MEC) mostram que mais de 60% dos alunos de graduação a distância são mulheres. A maioria está na faixa dos 31 aos 40 anos, vem da rede pública e pertence às classes C e D.

Na Gran Faculdade, instituição ligada à edtech Gran, as mulheres são 53% dos alunos de graduação e pós. Muitas são mães que encontram no EaD uma chance real de conquistar o diploma sem precisar abrir mão da maternidade nem da renda.

Dificuldades começam na juventude e impactam vida profissional das mães

Segundo o IBGE (2022), 47% das mães com filhos de até 3 anos não concluíram o ensino médio, sendo a evasão escolar feminina diretamente ligada à maternidade precoce.

Entre jovens de 15 a 29 anos que abandonaram os estudos, a gravidez (23%) e os afazeres domésticos (9,5%) superam até a necessidade de trabalhar (25,5%), de acordo com levantamento da plataforma Gênero e Número.

A PNAD Contínua (2023) aponta que apenas 54% das mulheres com filhos pequenos estão no mercado de trabalho, enquanto a taxa entre os homens nas mesmas condições é de 89%.

As mães solo enfrentam desafios ainda mais profundos: estudos com base em dados da PNAD/IBGE indicam que mais de 60% vivem em situação de pobreza ou extrema pobreza, o que dificulta o acesso a oportunidades educacionais e de qualificação.

Além disso, um estudo da FGV revela que 50% das mulheres perdem o emprego até dois anos após o término da licença-maternidade, o que evidencia a fragilidade nas políticas de permanência no mercado de trabalho.
Para a coordenadora do curso de Ciências Jurídicas e Sociais da Gran Faculdade, Núbia de Paula, a maternidade é etapa da vida que precisa ser acolhida pelas instituições. “Precisamos de políticas públicas que ofereçam creches, bolsas permanência, editais acadêmicos com critérios que considerem a maternidade e ações afirmativas específicas. As instituições de ensino, por sua vez, devem criar ambientes mais inclusivos, com linguagem acolhedora, prazos adaptáveis e suporte psicológico. E é essencial que valorizemos essas trajetórias, quebrando o estigma de que a mulher, após ser mãe, precisa adiar ou abandonar seus projetos pessoais”, afirma.

Por que o EaD é uma alternativa real para elas?

De Paula explica que a maternidade impõe uma rotina intensa, muitas vezes imprevisível, o que dificulta a dedicação contínua aos estudos. Além disso, há questões emocionais envolvidas, como a chamada ‘culpa materna’, que pode surgir quando a mulher se dedica a si mesma.

“O ensino a distância tem sido uma verdadeira ferramenta de transformação para mulheres mães. Ele oferece flexibilidade, permitindo que cada uma organize seu tempo conforme sua realidade. É possível estudar de madrugada, durante a soneca do filho, nos intervalos do trabalho. O EAD rompe com a rigidez do modelo presencial e acolhe uma diversidade de rotinas. Além disso, permite o acesso à educação mesmo para quem vive longe dos grandes centros urbanos. É um modelo que respeita o ritmo da aluna e reconhece a multiplicidade de papéis que ela exerce”, destaca. 

A professora se emociona ao falar das alunas mães, como Cleciane: “elas nos ensinam sobre resiliência, foco e determinação. Essas histórias nos tocam profundamente e reforçam o papel transformador da educação".
 
“Estudar me devolveu o brilho nos olhos”

Para Cleciane, estudar vai além da conquista do diploma. É uma retomada da autoestima. “Voltei a me sentir viva, ativa. Isso mudou até a forma como me relaciono com meu marido e com meus filhos. O estudo me trouxe assunto novo, perspectivas, vontade de sonhar. Me fortalece e me mostra que ainda posso planejar e conquistar”, comenta.

E deixa um conselho para outras mulheres: “É normal ter medo, sim, e achar que não vai dar conta. Não precisa ser perfeito, você só precisa começar. Dá trabalho? Dá. Mas também dá orgulho. Se for um desejo seu, vá no seu tempo, do seu jeito. Só não desista de você”.

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CAMILA BORGES GONÇALVES DA COSTA
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