Hemangiomas e malformações vasculares em crianças exigem diagnóstico precoce para que o tratamento seja adequado

Especialista orienta sobre as diferenças entre as patologias e destaca a necessidade de avaliação médica criteriosa desde os primeiros sinais

BETE FARIA NICASTRO
09/05/2025 10h26 - Atualizado há 5 horas

Hemangiomas e malformações vasculares em crianças exigem diagnóstico precoce para que o tratamento seja adequado
Dra. Luísa Ciucci
A Semana Nacional de Conscientização sobre Hemangiomas e Anomalias Vasculares, que ocorre na semana do dia 15 de maio, instituída no Brasil pela Lei nº 14.588/2023, reforça a necessidade de atenção a essas condições que, apesar raras, podem afetar recém-nascidos, crianças e adultos. As anomalias vasculares são um grande grupo de doenças vasculares, subdividias em tumores vasculares e malformações.

Os hemangiomas infantis são tumores vasculares benignos, que acometem cerca de 5% das crianças e surgem nas primeiras semanas de vida, podem ter crescimento rápido nos primeiros meses e depois começam a regredir espontaneamente. As malformações vasculares periféricas (MVPs) são estruturas vasculares anômalas, formadas ainda no período embrionário, que crescem de forma proporcional ao desenvolvimento da criança e não regridem durante a vida.


De acordo com a cirurgiã vascular e vice-diretora Científica da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dra. Luísa Ciucci Biagioni, a correta identificação de cada condição é fundamental para tranquilizar as famílias e programar o tratamento. “O diagnóstico correto permite a compreensão da doença e a definição do tratamento que pode ser expectante, com medicações, cirurgias ou até embolizações. Sem a classificação correta, há risco de tratamentos inadequados, complicações e sequelas importantes, como sangramentos ou lesões em estruturas saudáveis, incluindo nervos e músculos”, alerta.

Hemangiomas geralmente se apresentam como lesões planas ou abauladas, de tonalidade rosa a avermelhada, semelhante a um morango, com vasos superficiais visíveis e, às vezes, um halo pálido ao redor. São mais frequentes em meninas, numa proporção de quatro para um, predominando na face e no tronco. Nos casos mais extensos, costumam deixar cicatrizes esbranquiçadas e vasos dilatados superficiais, após a involução.

As malformações vasculares periféricas, por sua vez, envolvem a formação de vasos sanguíneos ou linfáticos displásicos (anormais). Muitas vezes, podem estar associadas a deformidades como hipertrofia de membros, alterações musculares, esqueléticas, neurológicas ou oculares. Algumas síndromes específicas apresentam malformações vasculares associadas a outras alterações, como a síndrome de Sturge-Weber — caracterizada por malformações capilares na face, glaucoma e alterações vasculares cerebrais — e a síndrome de Klippel-Trenaunay — que envolve comprometimento venoso, capilar e crescimento exagerado dos membros. Essas síndromes complexas são ainda mais raras. A síndrome de Klippel-Trenaunay, por exemplo, acomete cerca de um em cada 22 mil indivíduos.

Apesar da complexidade dessas condições, a Dra. Luísa enfatiza que a maioria dos hemangiomas infantis pode ser acompanhado clinicamente. Casos que envolvem lesões próximas aos olhos, pálpebras, ponta do nariz ou região genital merecem atenção especial devido ao risco de complicações como ulcerações ou prejuízo funcional. Já as malformações vasculares extensas podem cursar com infecções, sangramentos, tromboses venosas, dores crônicas e dificuldades de locomoção.

Ainda não há cura para as malformações vasculares, o objetivo do tratamento é minimizar as complicações, melhorar a qualidade de vida e, sempre que possível, reduzir o tamanho das lesões. “Após avaliação clínica e exames específicos, definimos as prioridades terapêuticas em conjunto com o paciente e sua família. Em algumas situações, optamos por acompanhamento clínico, em outras, utilizamos terapias medicamentosas, intervenções percutâneas ou procedimentos endovasculares, dependendo do tipo, da localização e da gravidade das anomalias”, finaliza a médica.

É fundamental que esses pacientes sejam acompanhados por equipes multidisciplinares com profissionais especializados no diagnóstico e tratamento das anomalias vasculares.

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MARIA ELISABETE DE FARIA NICASTRO
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