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Casos de ataques de animais domésticos, especialmente de cães, como os da raça pitbull, são noticiados com frequência. Em 27 de abril, uma mulher de 59 anos fazia o almoço em sua casa, na cidade de Loanda, no Paraná, quando um pitbull entrou pelo portão que estava semiaberto e a atacou. Ela teve fratura em dois lugares no braço esquerdo, ferimentos na mão direita, passou por cirurgia e temporariamente não poderá trabalhar.
Em Santos, no litoral de São Paulo, imagens de câmera de segurança capturaram o momento que uma gestante, de 28 anos, caiu ao tentar proteger seu golden retriever do ataque de dois cães de grande porte.
Mordidas de cães, especialmente de raças com maior força muscular, podem causar danos significativos às mãos, por ser uma das regiões mais afetadas ao serem usadas instintivamente como forma de defesa. Nessa situação, estruturas essenciais como tendões, nervos e ossos, que são responsáveis pela mobilidade e sensibilidade da mão, costumam ser atingidas.
“Quando o animal morde, ele pode rasgar tendões e músculos, comprometendo o movimento dos dedos e do punho; perfurar ou esmagar nervos, levando à perda de sensibilidade ou função motora; além de infectar a região com bactérias, já que a boca dos cães abriga microrganismos que podem gerar infecções sérias, que se espalham rapidamente em tecidos moles”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Rui Barros.
Quando há interação com cães desconhecidos ou em situação de estresse, o risco de acidentes aumenta consideravelmente, sendo necessário adotar alternativas seguras, como aconteceu em janeiro, na cidade de Paranavaí (PR) e que ganhou o Brasil após vídeo viralizar. Com uma luva presa na ponta de um cabo de vassoura, uma ativista dos direitos de animais improvisou uma espécie de mão para, de longe, conseguir tocar a cabeça de um pitbull idoso, resgatado de maus-tratos, que não aceitava a aproximação de humanos. O gesto foi tão delicado que o cão chegou a adormecer. “Em casos como esse, usar um instrumento para manter distância é uma forma eficaz de proteger a integridade física e, ao mesmo tempo, ganhar a confiança do animal de maneira segura”, fala o presidente da SBCM.
Gatos
O alerta também serve quando os animais em questão são os gatos. Em agosto de 2024, a agressividade de um pet foi noticiada, após ele dilacerar o braço de sua tutora, em São Vicente (SP). Em 2019, a atriz Daniela Escobar contou nas redes sociais que teve sua mão direita mordida por um de seus gatos, o que causou uma infecção e paralisia. Ela precisou tomar medicação para restabelecer os movimentos.
“As mordidas de gatos em adultos tendem a envolver o membro superior, com quase 65% afetando a mão e o punho, que possuem um fino envelope de pele circundante, com bainhas superficiais de tendões, ossos, articulações e feixes neurovasculares”, explica. “Essa anatomia aumenta o risco de contaminação profunda e infecção grave pelos dentes afiados dos gatos. Uma complicação frequente é a tenossinovite infecciosa, que acomete mais de um terço dos pacientes com infecção profunda dos dedos”, completa.
Outra situação provocada por felinos domésticos é a chamada “doença da arranhadura do gato”, causada pela bactéria Bartonella henselae, que é transmitida através de arranhões, mordidas ou lambidas de um animal infectado, principalmente os gatos.
Entre os sintomas, estão vermelhidão, edema e erupções na pele, fadiga, inapetência e desconforto. A doença da arranhadura do gato geralmente começa a manifestar sintomas até 14 dias após o ferimento. Na maioria dos casos, desaparece em poucas semanas.
O presidente da SBCM ressalta que é fundamental procurar ajuda médica imediatamente após um ferimento causado por animal doméstico, mesmo que pareça superficial. “Muitas vezes, os danos, como a lesão de nervos ou tendões, não são visíveis a olho nu, e o risco de infecção pode ser significativo, principalmente por conta das bactérias presentes na boca dos animais. Quanto mais rápido o atendimento, maiores as chances de evitar complicações graves e garantir uma recuperação adequada”, conclui.
Sobre a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão
A SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão), fundada em 1959, congrega médicos especialistas em Cirurgia da Mão e Reconstrutiva do Membro Superior. A instituição coordena e regulamenta a formação de profissionais, além de fornecer condições para atualização permanente, sob a forma de ensino, pesquisa, educação continuada, desenvolvimento cultural e defesa profissional. Mais informações em https://www.cirurgiadamao.org.br/
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