Leitura Na Primeira Infância: Como Formar Leitores Em Tempos De Distração Digital
Lucimar S. F. E. Santo
25/04/2025 20h40 - Atualizado há 2 meses
@lucimar.souza.educacao
Num mundo onde telas disputam atenção desde o berço, educadores e famílias buscam caminhos para formar leitores desde os primeiros anos — com afeto, presença e livros certos na hora certa. Com a popularização de celulares, vídeos curtos e brinquedos eletrônicos, formar o hábito da leitura na infância parece cada vez mais difícil. Mas especialistas em desenvolvimento infantil garantem: é justamente nos primeiros anos de vida que o gosto pelos livros pode e deve ser cultivado. Nesta reportagem, no mês do Dia Nacional do Livro Infantil (18 de abril), mostramos como bebês e crianças pequenas podem se tornar leitores mesmo em meio a tantas distrações digitais. Com o avanço das tecnologias digitais, as distrações para as crianças têm se multiplicado. Desde muito cedo, os pequenos estão sendo expostos a telas que competem com a atenção e o afeto que antes eram direcionados aos livros. Porém, é justamente nesta fase de desenvolvimento, chamada de primeira infância, que o gosto pela leitura pode ser semeado, gerando impactos significativos no futuro educacional e cognitivo da criança. A leitura na primeira infância é um direito garantido pela Constituição Brasileira e pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que reforçam a importância do estímulo à leitura como ferramenta essencial no desenvolvimento da linguagem e na promoção da equidade social. Isso está demonstrado em vários estudos que confirmam que crianças que têm contato precoce com livros e histórias têm mais chances de se tornar leitores proficientes ao longo da vida. Leitura e afeto: a chave para o desenvolvimento A relação afetiva mediada pela leitura entre adultos e crianças tem um impacto direto no desenvolvimento da linguagem e na construção do vínculo emocional. Como destacado no estudo de Brasil, A. L. (2022), “a leitura compartilhada contribui para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, promovendo não apenas o aprendizado das palavras, mas também a construção de um imaginário coletivo” (Brasil, 2022). Essas memórias podem durar a vida toda, pois é comum conversamos com adultos que se recordam com muito afeto das suas primeiras páginas lidas e dos livrinhos utilizados na fase da alfabetização. Em consonância com isso, o Projeto Leitura no Colo é um exemplo de como o ato de ler para crianças pequenas fortalece os laços familiares e cria um ambiente estimulante para o aprendizado. Segundo Gonçalves (2023), “as crianças começam a reconhecer os livros não apenas como objetos, mas como símbolos de afeto, favorecendo seu interesse pela leitura” (Gonçalves, 2023). Como a leitura na primeira infância é um fator de equidade Em um cenário onde muitas crianças ainda não têm acesso ao material didático necessário para o desenvolvimento educacional, a leitura assume uma função essencial: garantir o acesso ao conhecimento e proporcionar um espaço de criatividade e imaginação. Em países como o Brasil, onde a desigualdade social é um desafio constante, a leitura na infância pode se tornar uma poderosa ferramenta de equidade. O estudo de Silva (2021) aponta que “a leitura precoce é uma estratégia fundamental para romper com os ciclos de pobreza educacional” (Silva, 2021). Desde cedo a criança pode sonhar com a ascensão social que ela nem tem ideia do se trata, mas pode se ver distante da pobreza nas páginas da imaginação. Os desafios da distração digital Porém, ao mesmo tempo, a distração digital representa um dos maiores desafios contemporâneos. As telas dos dispositivos móveis, vídeos curtos e brinquedos eletrônicos atraem cada vez mais a atenção dos pequenos. Segundo pesquisa realizada pela Fundação Itaú Social (2020), “o tempo dedicado ao consumo de conteúdos digitais impacta diretamente no tempo que poderia ser utilizado para o desenvolvimento da leitura e da linguagem” (Fundação Itaú Social, 2020). Em alguns casos os pais não sabem o que fazer para que a criança fique quieta enquanto cumprem seus a fazeres e assim parte dos próprios responsáveis o uso excessivo e a preferência pelas telas, que já o livro requer que alguém leia para a criança. No entanto, especialistas afirmam que a tecnologia não é inimiga da leitura, mas sim uma aliada, desde que usada de maneira equilibrada. A chave está no uso consciente, onde os livros continuam sendo protagonistas da rotina infantil, complementados por experiências digitais que agreguem valor educacional. Várias escolas desenvolvem projetos que envolvem a leitura pelos responsáveis das crianças como tarefa para fazer em casa e na escola os alunos relatam como foi a experiência. Denominada de Sacola Literária ou Mala Viajante esta é uma iniciativa que costuma cativar e influenciar os novos leitores. Na opinião de Ana Flávia, mãe de Pedro e João Nunes, alunos da Escola Municipal Professora Thais, o projeto de leitores é fantástico. Criar hábito de leitura em um mundo tão digital é algo que prezamos muito em nossa casa. E quando vimos o projeto escolar envolvendo isso, adoramos. Que mais crianças tenham essa experiência de leitura com seus pais. Foi um momento prazeroso e muito especial na nossa rotina e vimos o quão interessado por livros nossos filhos são. Projeto sensacional! Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
LUCIMAR SOUZA FERNANDES DO ESPIRITO SANTO
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