Com a COP30 se aproximando, discussões sobre novos meios de produção mais sustentáveis se intensificam. Neste cenário, a bioeconomia circular, que transforma resíduos em novos produtos, surge como um modelo para que empresas operem de forma responsável, minimizando desperdícios e maximizando a eficiência dos recursos. No Brasil, a transição para um sistema mais regenerativo vem ganhando força. Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Centro de Pesquisa em Economia Circular da USP revela que 85% das indústrias brasileiras já adotam pelo menos uma prática circular. Esse avanço indica que organizações estão mais preocupadas com os impactos ambientais, promovendo mudanças significativas no modo de produção considerado tradicional – de extrair, produzir e descartar.
“A bioeconomia circular é um modelo que reduz desperdícios e maximiza a eficiência dos recursos, impulsionando a inovação na indústria. Para avançarmos em direção a uma produção mais sustentável, ainda é preciso substituir materiais poluentes por alternativas que valorizem resíduos antes descartados, transformando-os em novos insumos. Isso, além de tornar os processos mais eficientes e sustentáveis, também impulsiona a inovação e a competitividade da indústria”, explica Antonio Carlos de Francisco, CEO da Muush, startup de biotecnologia 100% brasileira, que transforma os resíduos agroindustriais em biotecidos sustentáveis de micélio, uma alternativa ao couro sintético e ao animal.
No setor biotecnológico, a estratégia tem impulsionado soluções como a transformação de resíduos agroindustriais em insumos para novos produtos. Um exemplo é o uso do micélio para criar materiais e métodos de produção mais sustentáveis, como biotecidos, bioembalagens, práticas agrícolas mais eficientes e alternativas renováveis, reduzindo, assim, a dependência de matérias-primas poluentes.
Além disso, novas soluções estão sendo desenvolvidas para capturar dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e convertê-lo em produtos como biocombustíveis e materiais de construção. Essas inovações, aliadas a matérias-primas regenerativas, ajudam diferentes setores a reduzir significativamente suas emissões, gerando novas oportunidades de negócios sustentáveis e contribuindo para os compromissos globais contra a crise climática.
"Com a COP30 sendo sediada no Brasil, estamos diante de uma oportunidade para colocar o assunto no centro do debate e acelerar as mudanças. Está mais do que na hora de repensarmos os processos produtivos tradicionais. Precisamos desacelerar os impactos negativos no meio ambiente e repensar nossos modelos de produção para garantir um futuro mais equilibrado e sustentável", conclui o CEO.
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BEATRIZ CRISTINA ASSIS BRITO
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