Manejo na reta final da safra é decisivo para garantir uniformidade na maturação e qualidade do café
Com uso de tecnologias fisiológicas, controle hídrico e nutrição foliar, produtores conseguem enfrentar desafios e otimizar o rendimento da colheita sem comprometer a safra seguinte
LUCAS RODRIGUES CUNHA
23/04/2025 11h58 - Atualizado há 4 dias
Banco de imagens/ divulgação
À medida que a colheita do café se aproxima da reta final, o manejo técnico se torna ainda mais importante para garantir a qualidade e a uniformidade dos grãos, além de preservar o potencial produtivo para a próxima safra. Segundo o agrônomo e coordenador técnico da Nitro, Plinio Duarte, o momento exige atenção redobrada às práticas que envolvem desde o uso de reguladores fisiológicos até o controle hídrico e a nutrição foliar. "A maturação desuniforme dos grãos é um dos principais entraves nessa fase final da produção. O uso de produtos à base de etileno tem se mostrado uma solução eficaz para essa questão, mesmo em lavouras onde há grãos em diferentes estágios de desenvolvimento", comenta Plinio. O especialista indica que o etileno é um hormônio vegetal natural que atua diretamente na maturação dos frutos, e diz que sua aplicação controlada permite maior precisão na colheita e evita perdas por grãos verdes ou passados. Um estudo recente da Embrapa avaliou a influência de diferentes fontes e doses de nutrientes na uniformidade de maturação e produtividade do cafeeiro. “Os resultados indicaram que a aplicação de fertilizantes polimerizados na dose de 100% da recomendação entregou maior uniformidade de maturação e incremento na massa de grãos frescos, secos e beneficiados”, comenta Plínio. Além disso, o agrônomo conta que o controle hídrico continua sendo um dos fatores determinantes para a qualidade e o rendimento. A falta de água no solo compromete a translocação de nutrientes, prejudicando a formação dos grãos e a produtividade. “É essencial garantir que as plantas tenham acesso à água, principalmente nessa fase, pois sem isso os nutrientes não chegam de forma eficiente aos frutos”, complementa Plinio. A nutrição foliar também se destaca como uma ferramenta estratégica dessa fase da safra. Por meio dela, os nutrientes são rapidamente absorvidos pelas folhas e direcionados às partes mais exigidas da planta, especialmente os frutos em desenvolvimento. “A nutrição foliar contribui para minimizar o estresse fisiológico da planta, especialmente quando as condições climáticas não são ideais. Com fontes altamente solúveis, conseguimos fornecer os elementos que a planta mais precisa em tempo hábil, garantindo um bom enchimento dos grãos e melhor qualidade da bebida”, explica Plinio. Outro desafio frequentemente subestimado na fase final da produção é o desenvolvimento das gemas florais, que darão origem à safra seguinte. Estresses climáticos e fisiológicos nesse momento podem comprometer seriamente o potencial produtivo do ano seguinte. “Além de amadurecer os frutos atuais, o cafeeiro precisa preparar as gemas para florescer na próxima estação. Se essa indução for prejudicada, a próxima colheita também será impactada. É por isso que o uso de bioestimulantes e produtos fisiológicos que reduzem os efeitos do estresse é tão importante”, destaca. Com os preços do café oscilando e o clima cada vez mais imprevisível, o manejo técnico de precisão torna-se uma vantagem competitiva e deve ser tratado como uma necessidade para o produtor que busca estabilidade, qualidade e rentabilidade. “Investir em tecnologias fisiológicas e estratégias integradas de manejo é, acima de tudo, uma decisão econômica. O retorno vem na forma de mais rendimento por hectare, melhor preço na comercialização e maior resiliência produtiva para os ciclos seguintes”, conclui Plinio Duarte. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
LUCAS RODRIGUES CUNHA
[email protected]