Recife recebe rede de coleta de roupas usadas do projeto “Repense Reuse” da Humana Brasil e aposta na economia circular

A  moda está mudando — e não apenas nos desfiles. Desde março deste ano, o Recife passou a integrar oficialmente a rede do projeto “Repense Reuse”, desenvolvido pela Humana Brasil, iniciativa que atua na promoção da economia circular e criativa por meio da coleta, reaproveitamento e reciclagem de roupas, calçados e acessórios usados. Com 65 pontos de coleta distribuídos pela cidade, a capital pernambucana se junta a um movimento que visa transformar resíduos têxteis em recursos, gerando impacto ambiental e social positivo.

O projeto, que chegou ao Brasil em 2021, já contabiliza 414 pontos de coleta espalhados por quatro estados: Bahia (242 pontos), Sergipe (60), Distrito Federal (47) e Recife (65). No caso recifense, os pontos estão distribuídos entre 65 espaços públicos — incluindo as Ecoestações da Prefeitura do Recife, Nova Mobi — e grandes centros de compras, como o RioMar Recife, Plaza e Guararapes.

Segundo Claudia Andrade, executiva de Implementação de Projetos da “Repense Reuse” da Humana Brasil, os primeiros números coletados na capital pernambucana foram surpreendentes: “Já arrecadamos 5 toneladas de roupas no Recife. Isso mostra o potencial do engajamento da população e o quanto o tema da reutilização está ganhando força. O pernambucano gosta de doar”.

A atuação do projeto “Repense Reuse” da Humana Brasil vai muito além da logística reversa. A empresa aposta no modelo da economia circular, no qual os produtos têm seu ciclo de vida estendido, reduzindo impactos ambientais severos. O setor têxtil é atualmente o segundo maior poluidor do mundo, segundo dados da ONU. O reaproveitamento dessas peças evita que toneladas de resíduos sejam enviadas aos aterros sanitários, reduz o desperdício de água e evita a emissão de CO₂.

Além disso, a proposta também gera oportunidades de desenvolvimento social. “Nosso foco é transformar resíduos em recursos. Por meio da triagem e reaproveitamento das peças, conseguimos desenvolver ações que envolvem capacitação e geração de renda, principalmente em comunidades vulneráveis”, destaca Claudia Andrade.

As roupas arrecadadas são encaminhadas para o centro de armazenamento e triagem localizado no bairro da Imbiribeira, zona sul do Recife. A expectativa, segundo a executiva, é que após a consolidação dessa estrutura, o próximo passo seja a inauguração da primeira loja “Repense Reuse” na cidade, chamada Humana.

“A loja será o elo final desse ciclo. Depois que finalizarmos a implantação do nosso centro de triagem, iniciaremos o estudo para identificar um ponto estratégico de venda”, afirma Claudia.

A maior parte dos doadores, segundo a equipe do projeto “Repense Reuse” da Humana Brasil, são mulheres. As doações incluem roupas femininas, masculinas, calçados e acessórios. A média de valor das peças vendidas nas lojas da rede no Brasil é de R$35,00, o que torna o acesso à moda sustentável ainda mais democrático.

Claudia destaca a importância da conscientização na hora de doar: “É fundamental que as peças estejam limpas, em bom estado de uso e dobradas, para facilitar a triagem. Roupas esquecidas no fundo do armário deterioram com o tempo. Aquelas que não servem mais para o doador, podem ter um novo ciclo e gerar impactos positivos para outras pessoas.”

O projeto “Repense Reuse” da Humana Brasil, se insere em uma lógica de economia criativa, ao fomentar o consumo consciente, a customização de peças e a valorização de novos modelos de negócios baseados em propósito. Ao aliar moda, sustentabilidade e impacto social, a empresa vem mostrando que é possível vestir ideias inovadoras sem deixar rastros negativos no planeta.

Com quatro anos de operação no Brasil, o projeto “Repense Reuse” demonstra que pequenas atitudes — como o simples gesto de doar uma peça de roupa — podem costurar grandes mudanças.

Histórico - Fundada com o propósito de enfrentar os impactos ambientais e sociais causados pelo descarte de resíduos têxteis, o projeto “Repense Reuse” da Humana Brasil chegou ao país em 2021 com um modelo baseado na economia circular, promovendo o reaproveitamento, reutilização e reciclagem de roupas, calçados e acessórios. Em apenas três anos de atuação no país, a iniciativa já soma 414 pontos de coleta distribuídos entre Bahia, Sergipe, Distrito Federal e Pernambuco. Com pontos instalados em locais públicos e centros comerciais, a empresa estrutura um ciclo completo de reaproveitamento por meio de centros de triagem e armazenamento, além de fomentar projetos de impacto social voltados à geração de renda, capacitação e transformação de resíduos em recursos.