Projeto busca sugerir melhorias ao licenciamento ambiental de empreendimentos que possam impactar cavernas brasileiras

niciativa faz parte do Plano de Ação Nacional para Conservação do Patrimônio Espeleológico Brasileiro (PAN Cavernas do Brasil)

ICMBio/Cecav
16/04/2025 18h45 - Atualizado há 2 dias

Projeto busca sugerir melhorias ao licenciamento ambiental de empreendimentos que possam impactar cavernas brasileiras
Toca da Barriguda (BA) - Foto: Diego Bento

O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav) iniciou uma ação que pretende envolver estados, Distrito Federal e União para o diagnóstico e sugestões de aprimoramento ao licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades que causem impactos negativos às cavidades naturais subterrâneas. Atualmente, existem diversos regulamentos adotados pelos órgãos ambientais competentes em âmbito nacional, a multiplicidade de procedimentos e a ausência de uma análise comparativa são entraves para o real entendimento sobre como são tratados os atributos e singularidades das cavernas brasileiras ao longo dos respectivos licenciamentos, em caso de previsão de impactos, conforme exigido pela legislação vigente. Entre os objetivos desse trabalho está a produção de um diagnóstico, desenvolvido por meio da identificação de procedimentos, ritos, marcos legais e formas de atuação, para que sejam desvendados os desafios e potencialidades de melhorias em casos que envolvam o uso do patrimônio espeleológico brasileiro.

Segundo o analista ambiental do ICMBio/Cecav, José Carlos Reino, em relação ao processo de licenciamento ambiental, a maior lacuna existente se refere ao conhecimento e compreensão, em âmbito nacional, das regras e dos fluxos subjacentes a procedimentos que vão autorizar a localização, construção, instalação e a operação de empreendimentos com potencial impacto sobre os ambientes cavernícolas e seu entorno.  “Não há, até então, uma compreensão da situação fática que envolvam detalhes do panorama atual da atuação de cada um dos estados e do Distrito Federal, no que diz respeito à essa especificidade do licenciamento ambiental, principalmente se existem lacunas em relação à proteção legal efetiva do patrimônio espeleológico nacional”, afirmou.

Em relação às imprecisões, José Carlos destaca a carência de mapeamentos abrangentes que possam retratar os marcos legais e as estruturas organizacionais e administrativas existentes, além de diagnósticos sobre desafios e oportunidades em relação ao panorama atual. “Essa carência pode dificultar o desenvolvimento de políticas públicas para o aprimoramento da proteção ao patrimônio espeleológico no país, tendo em vista a ausência de uma visão holística”, explicou o analista ambiental.

Ação envolverá parceria interinstitucional

Além do ICMBio/CECAV, a ação envolverá o Núcleo de Direito Ambiental da Universidade Federal de Lavras (UFLA/NEDAM). Além disso, é prevista uma parceria com a Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (ABEMA) e com o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Com duração de um ano, a iniciativa prevê quatro etapas principais:

a) identificar a estrutura organizacional e administrativa dos órgãos estaduais, distrital e federais atreladas ao licenciamento e controle ambiental de atividades e empreendimento efetiva ou potencialmente poluidores;

b) estruturar informações sob a forma de diagnóstico através da identificação dos respectivos fluxogramas de procedimentos, ritos, marcos legais e formas de atuação,

c) examinar os procedimentos e ações relativos ao licenciamento ambiental utilizando-se da elaboração de uma tabela comparativa e,

d) diagnosticar desafios e potencialidades sobre o tratamento do patrimônio espeleológico nacional.

Segundo José Carlos, os desafios e as oportunidades identificadas fornecerão subsídios capazes de contribuir para a melhoria de processos administrativos, o aprimoramento de normas estaduais que regulamentam a legislação federal sobre o tema, a criação de roteiros de orientação para a atuação dos órgãos ambientais, o desenvolvimento de cursos de capacitação em espeleologia e licenciamento ambiental, o aprimoramento dos mapas de potencial espeleológico quanto à sua representação e escala para uso no licenciamento ambiental e tantos outros que serão visualizados a partir dos resultados (gargalos e potencialidades) identificados ao longo do desenvolvimento da pesquisa.

Sobre o PAN Cavernas do Brasil 

O PAN Cavernas do Brasil possui 43 ações, que são distribuídas em quatro objetivos específicos, visando cumprir o objetivo geral: prevenir, reduzir e mitigar os impactos e danos antrópicos sobre o patrimônio espeleológico brasileiro, espécies e ambientes associados, em cinco anos. Além disso, contempla 169 táxons nacionalmente ameaçados de extinção, estabelecendo seu objetivo geral, objetivos específicos, prazo de execução, formas de implementação, supervisão e revisão. 


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LORENE LIMA DA CUNHA
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