Nesta segunda-feira, 14 de abril, é comemorado o Dia Mundial do Café, um grão que tem enorme importância cultural, econômica e afetiva. Afinal de contas, quem não gosta de uma xícara de café? Neste dia, conheça a história de Pedro Okagawa Braga, morador de São Paulo, capital, que já administra seu próprio negócio.
O que você fazia quando tinha nove anos? Nessa idade, enquanto muitas crianças ainda estão descobrindo seus hobbies e interesses, Pedro tem uma mentalidade empreendedora precoce que surpreende a família e a todos na escola onde estuda: ele criou a marca de café especial Pedro Eco, gerindo sua “empresa” como gente grande: tem visão de mercado, organização, cuida do estoque, vendas e até da identidade visual do seu produto.
A mãe de Pedro, Adriana Okagawa Januário Braga, conta que a veia empreendedora do filho despontou em um outro primeiro negócio. “A trajetória empreendedora de Pedro começou antes mesmo da ideia do café. Ainda pequeno, ele vendia os próprios desenhos na praia. Ele não desenhava tão bem, mas percebeu que uma prima tinha mais habilidade para desenhar. Então, a primeira experiência dele de negociar e vender foi com os desenhos dessa prima. Assim, criou uma parceria: ela fazia os desenhos, e ele vendia, dividindo os lucros. Ele tem um olhar estratégico muito forte”, conta, orgulhosa.
Pedro sempre demonstrou interesse por tecnologia e pelo mundo dos negócios. Filho único, ele cresceu cercado pelo universo do comércio e das vendas. Seu pai, o administrador de empresas José Henrique Balbino Braga, trabalha na área comercial; enquanto sua mãe, advogada, também gerencia uma agência de viagens. Além disso, boa parte dos tios do garoto tem lojas e negócios próprios, o que fez com que o jovem absorvesse desde pequeno a importância do empreendedorismo. “Ele sempre ouviu a gente falando sobre vendas, sobre loja, sobre estratégias”, conta a mãe.
Depois do sucesso com os desenhos, Pedro decidiu investir em outro produto: copos feitos com casca de coco. “Ele nos disse que queria muito vender alguma coisa. A nossa família tinha visto um copo de casca de coco, de artesanato. O Pedro disse: ‘Vou fazer para vender’. O pai o ajudou a fazer as primeiras peças, e então ele começou a vender os copos de casca de coco”, lembra a mãe. Foi daí que surgiu a identidade Pedro Eco, nome que remete à preocupação com a sustentabilidade. Mas o verdadeiro grande passo em sua trajetória veio com a descoberta do café especial.
A ideia de comercializar café surgiu de maneira natural, durante uma visita à cafeteria de um amigo da família, que trabalha com torrefação e distribuição de cafés especiais de pequenos produtores. A mãe de Pedro gosta muito de café, e durante um bate-papo, surgiu a proposta de criar um pequeno primeiro lote exclusivo para Pedro vender. No início, foram produzidos apenas 20 pacotes, que foram vendidos pelo menino para amigos e familiares.
“A partir daí, Pedro passou a estudar e tem se interessado muito sobre o assunto, fomos até acompanhar como é feita a torrefação do grão. Não somos especialistas na área, mas hoje, ele sabe diferenciar os tipos de café, e entende a importância dos pequenos produtores”, conta a mãe. O amigo da família continua fornecendo os lotes de café para Pedro, que segue comercializando os produtos. “Ele está super animado com isso, gosta muito de falar e explicar sobre o café, além de vender. E apesar do Pedro ser uma criança tímida, para vender os produtos dele, ele se torna muito comunicativo”, acrescenta Adriana.
Apesar de sua rotina empreendedora, Pedro não abre mão dos estudos. Sua mãe faz questão de garantir que ele mantenha um equilíbrio saudável entre as vendas e a vida escolar. “A prioridade dele sempre será estudar. Ele pode empreender e vender seus produtos, mas o mais importante é que ele tenha uma boa formação e esteja preparado para o futuro”, afirma.
Na Escola Bilíngue Aubrick, onde Pedro estuda desde o primeiro ano do Ensino Fundamental, ele encontrou um ambiente que incentiva o desenvolvimento de sua veia empreendedora, e que foi fundamental para que ele estruturasse o negócio com profissionalismo. Na escola, ele teve contato com ferramentas que usou para criar a identidade visual, materiais promocionais, além o site em que comercializa seus produtos de sua marca. “A Aubrick me ajudou muito. Lá eu aprendi a criar meu logo e a fazer cartazes promocionais. Toda a parte visual do meu negócio sou eu que faço”, conta o menino.
O talento e a determinação de Pedro chamaram a atenção dos professores. Em uma ocasião, ele presenteou alguns docentes da escola com pacotes de café personalizados, impressionando a todos com o nível profissional da embalagem e o conhecimento técnico sobre o produto, afirmando que a venda do seu café tinha “bombado”. “Ele sempre foi um aluno muito inteligente e criativo. Desde pequeno, se destacava nas atividades. Quando vimos a qualidade do trabalho dele com o café, ficamos impressionados”, relata a coordenadora pedagógica Patricia Torres Azevedo, que foi professora de Pedro em seu primeiro ano na escola.
Mesmo tão jovem, o olhar para o futuro de Pedro não para por aí. Seu entusiasmo pelo tema é tão grande que o garoto já tem ambições ousadas para seu negócio: sonha em diversificar os produtos e criar novas empresas, expandindo sua marca e consolidando o Pedro Eco, incorporando novos segmentos e tornando-se um verdadeiro empreendedor serial.
“Quando eu for adulto e maior de idade, quero abrir uma loja física, ter um CNPJ, começar a investir em anúncios pagos e contratar um funcionário para me ajudar. Também quero ampliar meu site de e-commerce para vender café para todo o Brasil e, no futuro, expandir internacionalmente”, completa Pedro.
Mas nem só de negócios vive o jovem: Pedro também encontra tempo para outras atividades. Em seu tempo livre, gosta de andar de bicicleta, passear de metrô aos finais de semana, tocar piano e, claro, continuar aprendendo sobre café.
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VAGNER ADACIANO DE LIMA
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