O Dia Nacional de Luta pela Educação Inclusiva, celebrado em 14 de abril, é uma data crucial para refletirmos sobre a importância de uma educação que respeite e valorize a diversidade. Criado em 2004 pelo Sistema Conselhos de Psicologia, esta data mobiliza profissionais da Psicologia e da Educação na defesa de políticas inclusivas para pessoas historicamente excluídas do processo educacional.
A luta pela educação inclusiva visa garantir uma educação pública, universal e de qualidade para todos, conforme afirmado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição Federal. No entanto, a inclusão não deve ser vista apenas como uma questão de acesso, mas como um compromisso com a singularidade de cada indivíduo e a promoção da diversidade como diretriz.
Infelizmente, ainda enfrentamos muitos desafios para alcançar uma verdadeira inclusão. A maior barreira é a atitude, uma formação cultural que muitas vezes separa e classifica os alunos, em vez de valorizar suas peculiaridades. A educação inclusiva não é dar acesso em sala comum na educação regular a um "aluno de inclusão", termo inadvertidamente utilizado, mas sobre educar todos juntos, garantindo apoios específicos para cada singularidade, independentemente de deficiência ou não.
A inclusão deve ser entendida como um movimento mundial que valoriza a diversidade humana. Precisamos superar a ideia de que todos somos iguais e, em vez disso, reconhecer que somos todos diferentes. Essa diferença é a maior qualidade humana e deve ser levada em conta na educação.
A falta de compreensão sobre o que é inclusão pode levar a um atraso no processo de fazer valer essa inclusão. Precisamos mudar a perspectiva e fortalecer o movimento de educação inclusiva, que é uma construção histórica e demanda tempo, comprometimento e esforço. As escolas devem estar preparadas para acolher a diversidade e não separar os alunos por características ou condições ou ignorar necessidades específicas.
A educação inclusiva também visa atender a diferentes públicos e não se refere apenas aqueles tradicionalmente vinculados à educação especial. Políticas afirmativas são importantes para garantir espaço para grupos historicamente excluídos, mas a inclusão deve ser para todos.
Reforço que a maior barreira para a inclusão é atitudinal, fruto de crenças e representações, que oscila entre dois polos, ora separa e classifica os alunos ou, no outro extremo, ignora as diferenças. Precisamos trabalhar para mudar essas atitudes e valorizar a diversidade. A inclusão não é sobre diminuir exigências, mas sobre dar o apoio necessário para que todos alcancem seus objetivos.
A educação inclusiva é um compromisso com a diversidade e a singularidade de cada indivíduo. Precisamos lutar por uma educação que acolha e valorize todos, comprometendo-se com ações efetivas em cada espaço de atuação. Somente assim poderemos construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva.
*Vera Lúcia de Oliveira Ponciano é coordenadora de Psicopedagogia na Universidade Santo Amaro (Unisa). A educadora é reconhecida no meio acadêmico brasileiro por suas contribuições significativas na pesquisa e no setor educacional. Com mestrado e doutorado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Vera também possui graduação em Pedagogia e Educação Artística, além de especializações em diversas áreas como: Arte-educação, EaD, Gestão de Rede de Ensino, Psicopedagogia Clínica e Institucional, e Terapia Familiar Sistêmica. Ao longo de sua carreira, atuou no planejamento e gestão educacional na Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e contribuiu para a produção de conteúdos educacionais, consolidando-se como uma referência em sua área.
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